Vindos do extremo sul da Alemanha, os The Light são uma nova
promessa no cenário metaleiro europeu. Com um
álbum de estreia homónimo lançado recentemente, a banda mistura influências de
nomes icónicos como Metallica, Alice in Chains, Black Sabbath e Led Zeppelin, enquanto
incorpora elementos de blues, stoner rock e metalcore.
Estivemos à conversa com três dos membros da banda sobre o seu percurso desde a
antiga formação Frantic On March até à criação de uma nova identidade musical e
estética.
Olá, pessoal, obrigado pela vossa disponibilidade. Antes de
mais, podem apresentar os The Light aos metalheads portugueses?
ALEX SCHERZ (AS): Olá
fãs de metal português! Nós somos os The Light do extremo sul da
Alemanha! Espero que tenha sido um pouco correto! Os The Light são o
Nick na voz, o Holger na guitarra, o Tobi na bateria, e eu no baixo, e acabámos
de lançar o nosso álbum de estreia autointitulado.
Podem partilhar a história por detrás da formação dos The Light?
O que vos inspirou a juntarem-se e criarem música?
AS: The
Light foi fundada em 2024. O Holger e eu tocámos numa banda chamada Frantic
On March durante 20 anos. Quando a nossa vocalista Moni e o baterista
Lothar saíram em 2020, decidimos continuar com um novo nome e com uma nova
formação. A pandemia atrasou-nos um pouco na procura de outros músicos, mas no
início de 2023 encontrámos os músicos certos: Sven Stuetz na bateria e Nick
Antonelli na voz. Voltámos então a nossa atenção para a composição de
canções e gravámos o novo álbum na primavera/verão de 2024. Acabámos por nos
separar do nosso baterista original, Sven, em dezembro do ano passado. Quando
começámos a filmar o Toxic Dependence, ainda não tínhamos um novo
baterista. Mas durante a filmagem do vídeo de War, pudemos apresentar o
nosso novo baterista, Tobi Koch. Somos uma banda que sente que tem algo
interessante para dizer, e uma forma única e especial de o dizer. Depois de
gravarmos o álbum e ouvirmos as canções, sentimos que o nome The Light
se adequava bem à nossa música e às nossas letras. Por um lado, a luz está
associada à esperança, mas ao mesmo tempo, a luz também contém sombras, que
representam o nosso lado negro. Lúcifer, como o "portador da luz",
representa a intelectualidade e a iluminação, mas também um rebelde que se
revolta contra Deus e é banido do céu. A luz combina as propriedades das ondas
e das partículas sem ser uma ou outra, escapando assim à nossa perceção
concreta. Achámos que isto se enquadrava bem na nossa abordagem artística, uma
vez que gostamos de usar estilos diferentes e não nos encaixamos facilmente
numa categoria.
O vosso álbum de estreia foi lançado recentemente. Como
foi a viagem até este lançamento?
AS: As músicas foram criadas nos últimos dois anos. As
gravações demoraram cerca de duas semanas. Depois, mais uma semana para a
mistura e a masterização. Portanto, um total de cerca de três semanas.
HOLGER TERHORST (HT): O processo de criação de uma música normalmente é
assim: Primeiro, gravo ideias espontaneamente no meu telemóvel. A partir destes
vários fragmentos de som, surge gradualmente uma canção. As vozes normalmente
vêm em último lugar, e depois ajusto a duração dos riffs individuais em conformidade.
Que artistas ou géneros influenciaram o vosso som?
AS: Eu cresci com as músicas dos AC/DC, Iron
Maiden e Metallica, e agora gosto de ouvir música stoner. O Nick tem mais experiência em blues e rock, enquanto o Holger gosta mais de bandas de metalcore como Killswitch Engage.
Acho que o nosso estilo é o menor denominador comum com o qual nós os quatro
concordámos. Eu pessoalmente ouço na nossa música influências de Metallica,
Alice In Chains, Black Sabbath e Led Zeppelin.
NICK ANTONELLI (NA): O que é excitante nos The Light é
precisamente a variedade de influências musicais. Eu definitivamente venho do
género rock clássico/blues. Isso reflete-se claramente nas
linhas vocais, bem como no fraseado das letras.
Os singles Toxic Dependence e War
abordam temas pesados. Como é que vocês abordam a composição de músicas sobre
esses temas?
NA:
Começamos sempre com a canção - sem as vozes. A melodia e o ritmo permitem-me
ser criativo. Olho pela janela e observo a loucura do dia a dia. De seguida,
surge a linha vocal, que apoia o som da canção. Penso que o som da canção War
soa a guerra. Não é verdade? E, por fim, conto uma história que toda a gente já
viveu, de alguma forma, ou simplesmente já viveu no coração.
O videoclipe de Toxic Dependence
complementa o clima da música. Qual é o vosso envolvimento nos aspetos visuais
da vossa música?
NA:
Planeámos o vídeo de Toxic Dependence meticulosamente. Queríamos criar
exatamente este ambiente através da luz e da sombra, dando à canção a atmosfera
que reflete a história por detrás dela. Claro que isso requer a pessoa certa
atrás da câmara e na mesa de edição. E também uma atriz maravilhosa. Estamos
muito contentes com o resultado!
Tencionam incorporar mais elementos multimédia em projetos
futuros? Como é que os elementos visuais melhoram a vossa narrativa?
AS: O
elemento visual dos vídeos é, obviamente, ideal para apoiar a expressividade de
uma canção. Vamos certamente fazer mais vídeos no futuro com o realizador Michael
Starke, que também realizou o vídeo do nosso segundo single, War.
Como foi o processo criativo por detrás deste álbum de estreia?
Houve algum desafio ou momento memorável durante a produção?
AS: O
nosso processo criativo é o seguinte: o Holger aparece na sala de ensaios com
as suas ideias e nós trabalhamos e organizamos as músicas juntos. Finalmente,
torturamos o Nick até ele ter escrito as letras adequadas e estarmos todos
satisfeitos. Com quatro personalidades diferentes, os desafios são inevitáveis.
No entanto, somos bastante populares e orientados para a solução. Em última
análise, o que conta é a canção. Os egos dos músicos ficam em segundo plano.
No final do dia, porém, conseguimos sempre chegar a uma solução.
Já tiveram a oportunidade de atuar ao vivo? Se sim, como é que a
experiência ao vivo se compara a uma gravação em estúdio?
NA: Ainda
não! Mas vamos fazer alguns espetáculos a solo na Alemanha e na Suíça no final
do ano. Estou ansioso por ver os olhos do público iluminarem-se quando os The
Light estiverem finalmente em palco e a apresentar histórias da vida. Adoro
tocar em frente a um público e interagir com os fãs. No estúdio, estamos sempre
muito focados e concentrados, enquanto no palco podemos soltar-nos e ter a
oportunidade de improvisar.
E depois? Há planos para novas músicas, digressões ou
colaborações?
AS: De
momento não está planeada nenhuma digressão. Talvez algumas aparições em
festivais também, mas nada está definido ainda.
Não estamos a trabalhar ativamente em novas músicas neste momento, mas
temos algumas ideias em cima da mesa. Vai ser interessante ver como elas se
desenvolvem, especialmente com o nosso novo baterista Tobi, que certamente irá
fornecer alguma nova inspiração. Pessoalmente, não sei onde vou parar. Mas
adoro música e vou sempre tocar baixo. Continuar com os The Light é um
grande desejo meu. Temos uma parceria criativa muito boa. Podemos durar muito
tempo. Não vejo a música como algo que se esgota. Ainda me resta muito dela.
Mais uma vez, obrigado, malta. Querem enviar alguma mensagem aos
vossos fãs ou aos nossos leitores?
NA: Olá Portugal! Esperamos mesmo que a nossa música vos faça bater cabeça. Se assim for, por favor, deixem-nos um like no Facebook ou no Youtube. Obrigado!
AS: Sim, e não se levem demasiado a sério. Sejam simpáticos para os outros. Durmam o suficiente e riam com frequência... Saúde!




Comentários
Enviar um comentário