No
vibrante panorama da música emergente portuguesa, há projetos que se destacam
pela autenticidade e dedicação que colocam em cada nota. Um desses casos é a
banda Os Tua, que rapidamente conquistou palcos e corações com uma sonoridade pop-rock cativante e letras que espelham as vivências da
juventude. Formados em 2022 com raízes no rock clássico, Os Tua deram
uma guinada para os originais, vencendo em tempo recorde concursos importantes
como o da Queima das Fitas do Porto e, mais recentemente, o UMPLUGGED. Com o
lançamento do seu primeiro EP, Partida, a banda entra agora numa nova
fase da sua jornada musical, motivo para irmos conversar com eles.
Olá, pessoal, tudo bem?
Obrigado pela disponibilidade. Antes de mais podem apresentar este projeto Os
Tua – quando surgiu, com que motivações e como tem sido o vosso trajeto até
aqui?
Olá! Em primeiro lugar, agradecer a disponibilidade e
interesse para esta entrevista. Os Tua nasceram no verão de 2022, com o
intuito de tocar covers de rock clássico em bares. No início de
2023, a Laura juntou-se ao projeto e a banda decidiu passar a dedicar-se à
escrita de originais. Três meses depois, participamos no Concurso de Bandas de
Garagem da Queima das Fitas do Porto com alguns temas originais e vencemos,
atuando, nos nossos primeiros meses de formação, no palco principal da Queima
das Fitas do Porto. Fomos tocando em vários palcos da zona Norte e em maio de
2024, fomos pela primeira vez para estúdio gravar o EP de estreia Partida.
Agora, estamos na fase de lançamento dos nossos primeiros singles.
Podemos dizer que tem sido uma caminhada muito positiva, mas queremos crescer
ainda mais e chegar aos maiores palcos do país.
Como foi o processo de
formação da banda e a escolha do nome? Tem algum significado especial ligado ao
vosso som ou temática?
No verão de 2022, o André andava à procura de pessoal
para formar banda. Ele não tinha amigos no meio, então começou a contactar
músicos da Póvoa de Varzim pelas redes socias até lhe recomendarem o Luís como
baterista. O Luís aceitou e nesse mesmo dia, à noite, o André foi a uma festa
popular em Beiriz, na Póvoa, onde conheceu mais 2 músicos que aceitaram
participar no projeto. Uns dias depois, marcaram o primeiro ensaio já com uma
vocalista e, juntos, formaram Os Tua. A partir daí, a formação da banda
foi-se, naturalmente, alterando ao longo do tempo. Em relação ao nome, na
verdade não tem propriamente a ver com a nossa sonoridade. Após alguma troca de
ideias sobre o assunto, foi sugerido este nome e estranhamente soou bem e
natural para todos os elementos. De certa forma, a música que fazemos não
pretende ser apenas nossa, mas “Tua” (de todos aqueles que a ouvem), por isso
achamos que o nosso nome faz todo o sentido.
Vários membros estão
envolvidos em percursos académicos. Como conseguem equilibrar os estudos com os
compromissos da banda?
Não é uma realidade fácil, uma vez que quando falamos
de um grupo de 5 pessoas com rotinas e horários distintos, chegar a uma
disponibilidade regular de todos é desafiante. Mas tudo se consegue com esforço
e muitas vezes sacrifício do nosso tempo pessoal e de estudo na faculdade, para
ensaiar e melhorar todas as semanas. E obviamente, muito gosto pelo que
fazemos!
Quais são as principais
influências musicais que moldam o vosso som e estilo?
As nossas principais influências foram numa primeira
fase os grandes nomes do rock internacional. Desde cedo tocamos AC/DC,
Guns N’ Roses, entre outros. No entanto recentemente a nossa sonoridade
foi-se moldando e atualmente estamos enquadrados no pop-rock. Muitas
pessoas que nos ouvem fazem associações a Amor Electro e Paramore,
por exemplo.
Recentemente, venceram
o concurso de Bandas de Garagem da Queima das Fitas do Porto. Como foi essa
experiência e que impacto teve na vossa carreira?
A vitória nesse concurso aconteceu há sensivelmente
dois anos e foi o grande impulsionador para que acreditamos que os nossos
originais tinham efetivamente potencial. Na altura partimos para este concurso
com 0 expectativas de uma vitória, após pesquisarmos as restantes bandas a
concurso, muito mais maduras e estruturadas que a nossa. No entanto, os dias
que antecederam o concurso foram dias de trabalho intenso, produção de músicas
novas e trabalhamos bastante o nosso espetáculo e a apresentação. Acreditamos
que a energia que transmitimos foi o que nos levou a vencer essa edição do
concurso. Tocar no Palco Principal da Queima das Fitas foi sem dúvida um sonho
para todos, e sentimo-nos extramente realizados enquanto músicos. Depois desse
concerto, tivemos várias oportunidades de tocar em mais palcos, tendo em conta
a visibilidade que o nosso projeto teve. No mês passado, vencemos desta vez o UMPLUGGED
promovido pela AAUM e tocámos no Enterro da Gata e abrir para os Capitão
Fausto. Foi mais uma oportunidade única e que nos deixa extremamente
felizes.
Entretanto,
recentemente apresentaram o tema Outra Vez que faz parte do EP de estreia Partida.
Para quando está previsto o seu lançamento e o que nos podem, desde já,
adiantar a seu respeito?
Foi lançado no dia 9 de maio o segundo single
deste EP, chamado Fuga da Alegria e temos programado o lançamento do EP
na sua íntegra para início de junho. Esperamos que seja bem recebido pelo
público, mas sabemos que é ainda o nosso primeiro trabalho discográfico e que é
certamente o primeiro capítulo da nossa história. Cada faixa do EP retrata uma
faceta da vida jovem, desde noites de festa, a paixões, até desgostos amorosos
– achamos que o público mais jovem pode identificar-se com as nossas letras.
Outra Vez está disponível apenas no
formato digital. Ponderam apostar também no físico para o EP?
Sim, temos essa possibilidade em cima da mesa, por ser
o nosso primeiro trabalho, mas também por sabermos que ainda existem muitas
pessoas que valorizam o formato físico como uma recordação ou lembrança de um
concerto, por exemplo.
Este lançamento trouxe
o selo da Farol. Como se proporcionou essa ligação?
Essa ligação surgiu por meio da Artbeat Coollective,
atualmente a nossa responsável pelo booking e representação, que nos
recomendou esta distribuidora. Estamos contentes por termos a oportunidade de
trabalhar com a Farol e esperamos que seja uma ligação para continuar no
futuro.
Quais consideram ser os
maiores desafios que uma banda emergente enfrenta atualmente no panorama
musical português?
Existem vários desafios para um projeto musical como o
nosso, desde a falta de espaços estruturados com preços competitivos para
ensaiar - atualmente ensaiamos na garagem dos avós do André, o que acarreta
naturalmente algumas limitações de horários e ruído - até à própria
sustentabilidade financeira do projeto. Tudo na música exige investimento, de
tempo, mas também dinheiro. Para termos uma boa sonoridade são necessários bons
instrumentos, bons amplificadores e depois uma boa produção das nossas músicas
para que o público receba sempre o melhor que podemos oferecer. Naturalmente
que para um grupo jovem, sem grandes recursos financeiros, é muito desafiante
tornar este projeto sustentável. É com muito empenho e esforço de todos que o
fazemos, e acreditamos que no futuro vamos conseguir atingir os nossos
objetivos.
Há artistas ou bandas
com quem gostariam de colaborar no futuro?
Neste momento não temos explorado muito essa hipótese,
mas sem dúvida que não fechamos as portas a futuras colaborações. Se fizer
sentido, irá acontecer!
Para terminar, que
mensagem gostariam de transmitir aos vossos fãs e àqueles que estão a descobrir
a vossa música?
Queremos deixar uma palavra de agradecimento para
todos aqueles que até agora acreditaram em nós, nos ouviram, deram feedback
e a oportunidade de tocar a nossa música. São eles que nos ajudam a construir
tudo aquilo que temos vindo a conseguir. Para todos aqueles que ainda não nos
conhecem, vem aí músicas novas e esperamos que se possam identificar com a
nossa energia e as nossas letras. Venham ter connosco depois dos concertos,
gostamos muito de vos conhecer e que nos transmitam o vosso feedback.
Esperamos ver-vos em breve, no palco mais próximo!



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