Cruel And Unusual (HIGH COUNCIL)
Independente
Lançamento: 11/abril/2025
Sete longos
anos separam Cruel And Unusual do seu antecessor, Held In Contempt.
E, no total, contam-se apenas dois álbuns completos desde que os
norte-americanos High Council se formaram em 2003. Uma produtividade
parcimoniosa, é certo, mas que tem sido, sem dúvida, compensada pela qualidade
das suas obras. E este regresso, com Cruel And Unusual, mostra-se apenas
metade de acordo com o seu título. É, de facto, um trabalho pouco usual, com
uma roupagem muito própria e distintiva e que deixa muito espaço para que a
criatividade se solte, consolidando uma identidade moldada de forma coesa,
madura e surpreendente. Mas, por outro lado, não o sentimos cruel, de todo. Essencialmente
porque este é um verdadeiro tratado de epic metal, com uma fórmula
invulgarmente rica e orgânica, e onde as guitarras clássicas e acústicas
assumem um papel de destaque absolutamente central. Não se pense que são apenas
meras introduções ou interlúdios. Não, estas texturas acústicas estão
intrinsecamente entrelaçadas na estrutura das composições, conferindo-lhes uma
aura medieval e sempre elegante. O trabalho vocal é outro dos grandes pilares
deste disco. Neste aspeto, o grupo investe numa complexa teia de jogos vocais,
arranjos polifónicos e harmonias que enriquecem consideravelmente a experiência
auditiva. Há, na verdade, a procura por uma sofisticação coral que remete para as
tradições clássicas ou para o legado das grandes bandas progressivas. Acontece
que os High Council conseguem fazer isso sem perder de vista a
emotividade e o vigor típicos do heavy metal mais tradicional. Daqui
decorre uma caraterística importante de Cruel And Unusual: a capacidade
de surpreender a cada instante, sustentando dinâmicas evolutivas e
imprevisíveis, onde o baixo também desempenha um papel fulcral. Por isso, a
maioria dos temas estende-se confortavelmente, explorando climas diversos e
desenvolvimentos inesperados. No entanto, há exceções que também merecem
destaque. A curta To From Whence, por exemplo, surge como um estranho e
curioso desvio: direta, contida e desprovida da habitual ambição estrutural do
restante alinhamento. Outra inusitada abordagem acontece no encerramento: Wildspace
fecha com um instrumental de recorte neo-clássico, em que se cruzam influências
barrocas, e puro virtuosismo. Um epílogo sem palavras que, no entanto, diz
tudo: que este é um álbum pensado ao detalhe, que foge à convenção e que, com
ousadia e arte, afirma a sua singularidade artística. [92%]
Highlights
Jackal, Liberator, Schwarzschild Radius, Routed In The Wood (By Eldlings And Brackenguard),
Wildspace
2. Routed In The Wood (By
Eldlings And Brackenguard)
3. To From Whence
4. Schwarzschild Radius
5. Liberator
6. Jackal
7. Plaguebringer 2025
8. Wildspace
Line-up
Bob Saunders – guitarras, vocais
Steve
Donahue – guitarras, vocais
Lou
DiDomenico – baixo, teclados
Greg “Wolfman Vegas” McKeever - bateria
Internet

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