Review: Hades (LIVING TALES)

 

Hades (LIVING TALES)

Independente

Lançamento: 03/abril/2025

 

Três anos após Persephone, os portugueses Living Tales regressam com Hades, a segunda parte de uma saga conceptual enraizada na mitologia grega. Uma sequência que agora se apresenta com uma narrativa com mais coesão e outros propósitos, nomeadamente sob uma perspetiva mais obscura e madura. Composto por dez temas, entre os quais uma abertura (Overture: Ischyros Genos), um interlúdio (Interlude: Aidos) e um enigmático Prologue: Kainos, a fechar, Hades afirma-se como uma obra sólida e ambiciosa, representando um claro amadurecimento face ao álbum anterior. A atmosfera é mais sombria, mas sem perder a grandiosidade sinfónica e o refinamento técnico já caraterísticos da banda. A fusão entre metal sinfónico e progressivo é aqui tratada com mestria. A vertente sinfónica surge reforçada por apontamentos orquestrais de bom gosto, que nunca se sobrepõem ao peso nem à complexidade instrumental. Já do lado progressivo destacam-se temas como Labyrinth, com uma componente instrumental elaborada, dinâmica e bem construída; e River Styx que, por sua vez, eleva essa dualidade ao extremo, com as componentes sinfónicas e progressivas a coexistirem de forma tensa e a revelarem um minucioso trabalho de composição. Mas, os maiores hinos estão a abrir e a fechar Hades: Rising e Redemption são, de facto, os mais altos momentos de um trabalho que apresenta arranjos bem desenvolvidos e superiores níveis de interpretação, onde também se inclui a performance vocal de Ana Isola, que brilha em todas as faixas com versatilidade e intensidade. Hades, quarto registo da banda portuense, é o marco fundamental numa carreira muito bonita que se começa a desenhar dentro do panorama metaleiro nacional, confirmando todo o seu potencial artístico. [80%]

 

Highlights

Rising, Redemption, Hades, Labyrinth, Persephone, River Styx

 

Tracklist

1.      Overture: Ischyros Genos

2.      Rising

3.      The Crusade

4.      Hades

5.      River Styx

6.      Interlude: Aidos

7.      Labyrinth

8.      Persephone

9.      Redemption

10.  Prologue: Kainos

 

Line-up

Luís Oliveira – guitarras

João Carneiro – baixo

Ricardo Carvalho – bateria

Ana Isola – vocais

 

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