Reviews VN2000: THE QUILL; DREAM EVIL; KRYPTOPORTIKUS; BLACK RABBIT; VISCERAL

 


In Triumph (THE QUILL)

(2025, Metalville Records)

Há muito esgotado e há muito desejado, In Triumph, quinto álbum dos The Quill, lançado originalmente em 2006 via SPV/Steamhammer, tem agora uma nova edição, através da Metalville Records. Esta nova prensagem inclui a faixa inédita Rock 'N' Roll Might Be Dead, gravada nas mesmas sessões do álbum original, oferecendo aos fãs uma nova perspetiva sobre esta fase marcante da banda. Na sua fusão de hard rock clássico com elementos do stoner rock e heavy metal, In Triumph foi gravado nos estúdios Area 51, em Celle, Alemanha, sob a produção de Tommy Newton (conhecido pelo seu trabalho com Helloween). Neste álbum destaca-se o som denso e poderoso, a libertação de doses de energia crua e a autenticidade. Este álbum marca também uma fase de transição na carreira dos The Quill: é o primeiro com o baixista Robert Triches, que substituiu Roger Nilsson, e o último com o vocalista Magnus Ekwall até ao seu regresso em 2017. [81%]



 

Thunder In The Night (DREAM EVIL)

(2025, Century Media Records)

Thunder In The Night é o novo EP dos Dream Evil que serve como uma extensão do álbum Metal Gods (2024), reunindo quatro faixas que ficaram de fora do lançamento principal. Naturalmente, estes novos quinze minutos de música seguem as linhas caraterísticas da banda, mantendo a essência do heavy metal clássico e do power metal. Mas há a salientar duas faixas que se destacam pelas participações especiais: o tema-título conta com um solo de guitarra de Andy LaRocque (King Diamond) e Fight For Glory, anteriormente exclusiva da edição japonesa de Metal Gods, apresenta Pontus Norgren (HammerFall) como guitarrista convidado.​ E, se Metal Gods já tinha sido bem recebido, este EP complementa esse trabalho, oferecendo aos fãs mais material no mesmo estilo. São quatro bons temas, mas que nada acrescentam ao que a banda já tinha apresentado. [84%]



 

Dark Rainbow (KRYPTOPORTIKUS)

(2025, Fastball Music)

Dark Rainbow marca a estreia do projeto Kryptoportikus, uma colaboração entre o produtor, compositor e multi-instrumentista Chris Techritz (conhecido pelos projetos Scatterface, =FUDGE=, Carrier e Kerjer) e o vocalista Franz Herde, famoso pela sua participação nos álbuns Life Cycle (1988) e Steps (1990) da banda de culto de metal progressivo Sieges Even. Os dois músicos conheceram-se em 2015 e começaram a trabalhar juntos sob o nome Carrier. À medida que a colaboração se aprofundava, surgiu a decisão de lançar um álbum completo, culminando na criação do projeto Kryptoportikus, sob o qual Dark Rainbow foi finalmente lançado. Este é um trabalho conceptual que explora profundamente a mitologia grega, com letras que abordam desde as aventuras de Ulisses até a maldição de Medusa e a saga dos Argonautas. Essa base lírica é sustentada por uma sonoridade intensa e nostálgica que remete para os momentos mais densos e pastosos de Iced Earth ou Judas Priest, ou até para algo mais épico na linha de Virgin Steele. A produção do álbum é enriquecida com a participação de diversos músicos convidados, todos com passagens marcantes por outras bandas de destaque no cenário europeu do metal, sendo estes quem mais contribui para a riqueza musical de um álbum quase sempre muito esforçado, mas pouco inspirado. [73%]


 


Chronolysis (BLACK RABBIT)

(2025, Independente)

Chronolysis representa o segundo capítulo da mitologia dos Black Rabbit, sucedendo ao álbum Hypnosomnia (2023). Se o primeiro trabalho explorava a manipulação dos sonhos, este EP mergulha na temática da paralisia do sono, criando uma experiência sónica e lírica angustiante, densa e envolvente. Cada uma das cinco faixas representa um dos cinco sentidos — visão, audição, tato, olfato e paladar — sendo o tempo o “sexto sentido” e fio condutor da narrativa. Curiosamente, é através do olfacto, pelo tema To Be Alive, To Walk This Earth. That Is My Curse, que a narrativa adquire uma dimensão emocional mais profunda, com a inclusão de uma voz feminina (cortesia de Joanna Ptaszynska) responsável por introduzir momentos de diferenciação empática. Mais uma vez, a banda funde brutalidade sonora com narração teatral, apresentando um death metal técnico e agressivo, mas sempre ao serviço do conceito narrativo. Musicalmente, percebe-se uma abordagem cinematográfica, onde o violino de Stijn Donders também joga um papel importante, com variações dinâmicas que acompanham as emoções das personagens. Comparativamente com Hypnosomnia, mantém-se uma produção poderosa e a qualidade do artwork. Melhora, todavia, o foco num death metal mais criativo e consistente. [80%]

 

Eyes, Teeth And Bones (VISCERAL)

(2025, Raging Planet Records)

No espaço de três anos, aquele que era um projeto a solo transformou-se numa banda com membros novos a acompanhar Bruno Joel Correia: Mauro Santos (bateria, Mágoa, Pendle Hill) e Ruben Sardinha (baixo, Apocalypse Conspiracy). Para este novo registo, Eyes, Teeth And Bones, foi chamado o destacado Dave Otero (Cattle Decapitation, Vitriol e Aborted) para assumir a masterização, e só isto será suficiente para se ter uma noção do nível de agressão e violência que o trio antige, elevando ainda mais a brutalidade sonora. Na realidade, com Eyes, Teeth And Bones, os Visceral voltam a deixar bem claro ao que vêm: death metal sem concessões, moldado por uma veia agressiva, crua e direta, mas ainda assim dotada de uma certa sofisticação estrutural nas composições. A banda não reinventa a fórmula, mas refina-a e acentua-a: riffs ainda mais demolidores, secções rítmicas mais esmagadoras e guturais cavernosos que não largam o ouvinte nem por um segundo. Mesmo sendo fiéis ao death metal mais tradicional, ao trazerem uma nova textura vocal — a voz etérea de Célia Ramos em Loathe - os Visceral demonstram que, dentro da brutalidade, há espaço para nuances, para dinâmicas, para ambientes. [73%]

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