Rituals Of Rage (DEGENERATE)
Independente
Lançamento: 23/maio/2025
Seis anos
depois de Devastation Ahead, os Degenerate voltam à carga com Rituals
Of Rage, um trabalho surpreendentemente ousado. A homenagem ao thrash
metal está lá, evitando cair na repetição ou na segurança fácil, e
revelando-se um exercício de intensidade, técnica e, sobretudo, criatividade. Logo
à primeira audição, salta à vista a excelência do trabalho de guitarras. Os riffs,
minuciosamente trabalhados, sustentam todo o peso e fúria do álbum, mas nunca
sacrificam a clareza ou o detalhe técnico. Há um claro equilíbrio entre a
brutalidade caraterística do estilo e uma preocupação quase progressiva com a
estrutura e o desenvolvimento melódico dos temas. Os solos, por sua vez,
elevam-se como momentos de pura inspiração em verdadeiras explosões de uma
criatividade que marca pontos pela execução técnica e pela emoção. É neste
contexto que surgem momentos particularmente memoráveis, como os episódios
épicos introduzidos a meio do disco, onde os teclados subtis e as harmonias de death
melódico ganham protagonismo. Há mesmo uma incursão por algo próximo do fado,
no tema de encerramento, uma faixa mais atmosférica e introspetiva que, sem
nunca perder o fio condutor do disco, arrisca tonalidades novas e revela uma
faceta inesperada da banda. Esta capacidade de integração de elementos
distintos desde o groove ao metal étnico, passando por incursões épicas
e melódicas, confere a Rituals Of Rage uma personalidade singular. A
riqueza do álbum reside também na sua fluidez dinâmica: há faixas marcadas pela
devastação pura, com ritmos alucinantes e peso esmagador, enquanto outras optam
por caminhos mais melódicos, explorando o groove carregado de harmonias.
Esta alternância entre fúria e sofisticação promove uma constante inserção do
elemento surpresa, ampliando o dinamismo do álbum no seu todo. Em suma,
da agressividade primária às harmonias elaboradas, o quinteto neerlandês molda
um universo sonoro devastador e refinado, capaz de cruzar territórios clássicos
e inesperadas paisagens atmosféricas. [84%]
Highlights
Servitor, Illuminate, Sentence Of Death, The Blacksmith, The Desert
1. Servitor
2. Xenon Equilibrium
3. The Cult
4. Illuminate
5. Sentence Of Death
6. Claymore
7. Faceless Violence
8. The Blacksmith
9. Rituals Of Rage
10. The Desert
Line-up
Rens Hilgers – vocais, guitarras
Daniel
Ruiz – guitarras
Bas
Bloos – bateria
Yannick De Wit – baixo
Internet

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