Liveforms: An Evening With Haken (HAKEN)
(2025, Century
Media Records)
Depois do lançamento do seu aclamado álbum Fauna
e depois deste ter sido apresentado no Hard Club, no Porto, na Island
In Limbo Tour, os Haken fizeram An Evening With, uma tour mundial,
onde foi captado o seu mais recente registo, Liveforms: An Evening With
Haken. Gravado ao
vivo no O2 Forum Kentish Town, em Londres, no dia 21 de setembro de 2024,
este álbum esta tour foi a celebração dos 15 anos de carreira da banda
britânica e do sucesso de seu último álbum de estúdio, Fauna. Este
concerto, teve uma apresentação dividida em dois atos: o primeiro, a
performance integral de Fauna; o segundo, uma viagem cronológica por
músicas icónicas dos seus trabalhos anteriores. O álbum apresenta um repertório
extenso, com mais de 3 horas de música, destacando-se momentos como Beneath The
White Rainbow, além de clássicos como Cockroach King, 1985, ou
Visions. A versão Blu-ray traz ainda entrevistas exclusivas com
os membros da banda, oferecendo aos fãs uma visão dos bastidores da tournée.
Liveforms: An Evening With Haken apresenta uma estrutura inspirada em formatos adotados por artistas
consagrados do prog, revelando-se como um marco comemorativo e
retrospectivo da trajetória dos Haken. [86%]
The Third Coming (MADMESS)
(2025, Kozmik Artifactz/Gig.Rocks!)
Com os pés firmemente assentes no passado e a
cabeça a planar algures numa galáxia paralela, os Madmess regressam com The
Third Coming, uma viagem densa e transcendental e um ponto de encontro ente
o fuzz, o riff e o
psicadelismo. A fórmula mantém-se fiel ao espírito da banda: grooves
massivos e longas jams instrumentais, por vezes arrastadas e a piscar o
olho ao doom. Mas com um salto qualitativo e narrativo, já este terceiro
registo assume-se como o mais coeso, diversificado e desafiante que o quarteto
nacional lançou até hoje. Quase sempre sem palavras (apenas Hazy Morning
e Widowmaker são cantadas), fica todo o espaço e tempo para serem
os instrumentais a contar as histórias onde o space rock, psych, stoner
e classic rock colidem num turbilhão de emoções e expandem paisagens
sonoras. [73%]
The Eyes Of Power (SIGNUM REGIS)
(2025, Beyond The Storm Productions)
Lançado
originalmente em 2010, via Inner Wound Recordings, The Eyes Of Power
é o segundo álbum dos eslovacos Signum Regis e está considerado um marco
na consolidação do estilo da banda dentro do power metal melódico. Com
vocais de Göran Edman (ex-Yngwie Malmsteen), o álbum destacou-se pelo
seu conceito lírico centrado nas relações romano-persas (224–630 d.C.),
integrando elementos orientais e uma abordagem instrumental neoclássica. Quinze
anos depois, a Beyond The Storm Promotions promove a reedição deta obra,
apresentando uma nova remasterização e remistura que realça todo o seu
potencial. A nova versão traz guitarras regravadas, baixo atualizado e
uma produção sonora significativamente mais poderosa, conduzida pelo
guitarrista Filip Koluš. Além disso, a arte gráfica foi completamente
redesenhada por Uwe Jarling, conferindo ao álbum uma estética visual
renovada. Desta forma, regista-se uma clara melhoria técnica, bem como uma
revalorização artística de um trabalho fundamental na trajetória da banda. Em
conclusão, poderá afirma-se que The Eyes Of Power (2025) estabelece uma
ponte entre o passado e o presente dos Signum Regis, celebrando a sua
evolução musical e o impacto de um álbum que ajudou a definir a sua identidade.
[87%]
Alluvion (FAEMINE)
(2025, Black
Star)
Diretamente
de Lisboa, os Faemine apresentam-se como um dos mais jovens nomes da
nova vaga do metal nacional. A sua proposta musical cruza a
agressividade típica do género com uma forte componente melódica e atmosferas pop,
naquilo a que já se convenciou chamar de modern metal. A banda
estreia-se com o EP Alluvion, um conjunto de cinco temas em 18 minutos
que serve de cartão de visita. A sonoridade da banda destaca-se pela forma como
constrói pontes entre o peso esmagador do metal moderno e a
acessibilidade emocional de estruturas mais próximas do pop. E entre os
melhores exemplos dessa construção está Broken Bones, que com a sua
linha melódica de guitarra a cortar habilmente a agressividade rítmica, cria um
contraste surpreendente e eficaz; e Descending que surpreende logo desde
o início, com uma introdução delicada e sinistra ao piano, num registo pop,
desarmando o ouvinte antes da entrada por campos orquestrado e da inevitável
descarga emocional que se segue com marcantes riffs downtuned. Alluvion
é uma verdadeira declaração de intenções; agora ficamos à espera de algo mais
substancial e da melhor definição de um caminho identitário. [71%]
Violent Feathers (SPIRALIST)
(2025,
Raging Planet Records)
Com Violent
Feathers, os Spiralist, projeto a solo do músico e produtor
português Bruno Costa, assinam o seu trabalho mais ousado e
emocionalmente devastador até à data. Afastando-se do black metal
atmosférico e do rock progressivo que definiram Nihilus (2018) e Eternal
Recurrence (2022), este terceiro álbum mergulha num universo sombrio de rock
alternativo, industrial e noise, com incursões pelo shoegaze, mathcore
e pop. Violent Feathers não é fácil de ouvir, nem, provavelmente
era essa a intenção do autor. É cru, desconfortável e, precisamente por isso,
necessário. A produção, é densa e detalhada, suportando o caos calculado que se
desenrola ao longo de quase uma hora de música, ruídos, lamentos e causticidade.
A participação de músicos como José Soares (bateria), Benjamim Gomes
(noise), Graça Carvalho (violino), Daniel Valente
(bateria, vocais, violinos), João Pedro Amorim (trompete), e Sofia
Magalhães e Daniel Sampaio nos vocais conferem ao álbum uma dimensão
colaborativa rara num projeto assumidamente pessoal. Violent Feathers é,
no fundo, um grito de quem esteve no fundo do abismo e decidiu transformar dor
em arte. [74%]






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