Review: The Arsonist (SODOM)

 

The Arsonist (SODOM)

Steamhammer/SPV

Lançamento: 27/junho/2025

 

Depois de Genesis XIX (2020), um registo que consolidava o regresso de Frank Blackfire às guitarras e reafirmava os Sodom como uma força intacta do thrash germânico clássico, The Arsonist surge agora como um novo capítulo que mantém a tocha acesa – embora sem grande chama inovadora. A urgência é palpável, a agressividade não cede, mas a centelha criativa que outrora incendiava álbuns como Obsessed By Cruelty, Agent Orange ou Persecution Mania parece, aqui, mais dependente da força bruta do que da inspiração. Thrash à Sodom, portanto, com todos os ingredientes esperados: riffs cortantes, batidas impiedosas, vocais raivosos e aquele equilíbrio entre a precisão germânica e o caos descontrolado. Há uma oscilação constante entre temas mais compassados, musculados, de andamento mais pesado e cortante, e outros onde a urgência do hardcore/crossover toma conta do discurso sonoro, numa espécie de descarga contínua que pouco espaço deixa para respirar. Desde os primeiros instantes, sente-se a herança da era dourada do thrash dos anos 80. Rápidas mudanças rítmico-melódicas, passagens abruptas, estruturas pouco ortodoxas e uma recusa categórica de concessões. A violência é constante, mas raramente surpreende. É este o principal dilema de The Arsonist: uma obra coesa, coerente e inegavelmente fiel à identidade Sodom, mas que custa a oferecer momentos verdadeiramente memoráveis. A exceção à regra começa a desenhar-se em Trigger Discipline – um assalto thrashcore de andamento vertiginoso, onde Tom Angelripper cospe frases como rajadas, sem filtro nem moderação. E que ainda vai a tempo, numa segunda metade diferente, de introduzir uma secção mais lenta e carregada, que permite contraste. Mas só em Taphephobia chega o primeiro verdadeiro grande momento do álbum: riffs mais envolventes, uma construção mais elaborada e uma intensidade que vai além do mero impacto sónico. Também Return To God In Parts promete tornar-se uma marca dos Sodom. Um hino que respeita o seu legado e onde tudo parece finalmente encaixar: groove, fúria, dinâmica, e uma entrega que transpira sangue e convicção. Um futuro clássico no repertório da banda, sem dúvida. De resto, The Arsonist cumpre sem deslumbrar. É um exercício de ortodoxia thrash, ora musculado e ameaçador, ora desvairado e punkizado, que reforça a longevidade da banda sem, no entanto, acrescentar muito à sua já vasta discografia. [83%]

 

Highlights

Battle Of Harvest Moon, Trigger Discipline, Witchhunter, A. W. T. F., Twilight Void, Taphephobia, Return To God In Parts

 

Tracklist

1.      The Arsonist

2.      Battle Of Harvest Moon

3.      Trigger Discipline

4.      The Spirits That I Called

5.      Witchhunter

6.      Scavenger

7.      Gun Without Groom

8.      Taphephobia

9.      Sane Insanity

10.  A.W.T.F.

11.  Twilight Void

12.  Obliteration Of The Aeons

13.  Return To God In Parts

 

Line-up

Tom Angelripper – baixo, vocais

Frank Blackfire – guitarras

Yorck Segatz – guitarras

Toni Merkel - bateria

 

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Edição

Steamhammer/SPV     

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