Entrudo (XEQUE-MATE)
Larvae Records
Lançamento: 15/junho/2025
Pegando nas
memórias tradicionais do Entrudo português, nomeadamente a fazer a ponte com os
Caretos de Podence, o regresso aos disco dos lendários Xeque-Mate não
podia ser mais elucidativo, nem marcante. A banda que é apontada como os pais
do heavy metal nacional, lança o seu terceiro álbum depois do seu
regresso e passados três anos de Não Consigo Manter a Fé. Aspeto que
deve ser salientado e reforçado é a manutenção do uso da língua portuguesa, uma
premissa que já vem dos tempos iniciais de Vampiro da Uva/Entornei o
Molho e do seminal Em Nome do Pai, do Filho… e do Rock ‘n’ Roll.
Então, o que nos traz este Entrudo? Desde logo o melhor registo dos
portuenses desde o seu regresso e, claramente, a disputar esse título com o
seminal disco de 1985 anteriormente referenciado. Aliás, bem se pode dizer que
este Entrudo será a sequela lógica dessa memorável estreia. Claro,
passaram 40 anos, a tecnologia atual permite outros malabarismos, a voz de Xico
Soares, por seu lado, já não permitirá tantos assim, mas a essência do que
era ser Xeque-Mate, uma banda com atitude, sempre inconformada e
preocupada com injustiças, continua bem presente. Por isso, não deve
surpreender ninguém que este Entrudo, em termos líricos, é tudo menos
uma brincadeira carnavalesca, batendo seriamente em tudo e em todos (e tudo e
todos bem que o merecem!). Musicalmente, já percebemos, o coletivo segue a sua
matriz. Temos por aqui gigantescos hinos de heavy metal que prometem
juntar-se à coleção de outros memoráveis como Ás do Volante ou Filhos
do Metal. Uma secção rítmica que não é muito rápida, mas é altamente coesa
e sólida e com um baixo capaz de desenhar os mais distintos cenários, e, claro,
as guitarras. Tudo neste álbum gira em torno da dupla das seis cordas em temas
onde elas falam mais alto, impondo-se nas harmonias, nos riffs massivos
e na qualidade dos solos. Entrudo também é um momento para se festejar a
amizade. Por isso, em Corre, Corre e Não Me Lembro, é possível
sentir a presença de duas gerações de músicos marcantes no cenário metaleiro
nacional: Jorge Marques e Paulo Barros, dos Tarantula
(curiosamente o guitarrista havia tocado em Em Nome do Pai, do Filho… e do
Rock ‘n’ Roll!) e Lex Thunder, dos Toxikull. Por tudo o que
já foi dito, Entrudo é um disco do mais puro metal. Não inventa,
nem pretende ser pseudo-moderno. Soa a metal genuíno, soa a Xeque-Mate.
São eles próprios a reescrever a história do metal nacional. [88%]
Highlights
Pequenez;
Não Me Lembro; Corre, Corre; Talvez no Céu; Feitiço; Trova da Memória
1. Corre, Corre
2. Pequenez
3. Talvez no Céu
4. Entrudo
5. Não Me Lembro
6. Não Vai Ser Fácil
7. Filme de Terror
8. Feitiço
9. Trova da Memória
Line-up
Artur
Capela – guitarras
Diego
Alves – baixo, vocais
Joaquim
Fernandes – bateria, vocais
Tiago
Costa – guitarras, vocais
Xico
Soares - vocais
Convidados
Paulo
Barros – guitarras (5)
Jorge
Marques – vocais (1)
Lex Thunder – vocais (1)
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