Entrevista: The Rods

 




Quarenta e cinco anos depois de terem abalado a cena heavy metal com a sua energia crua e intransigente, os The Rods continuam a provar que a velha guarda ainda sabe rugir mais alto do que muitos pretendentes. Depois do estrondoso Rattle The Cage ter marcado o ano passado com a força de um verdadeiro renascimento, David Feinstein e companhia não abrandaram o passo. Agora, apresentam Wild Dogs Unchained, um disco que entre algumas abordagens novas recupera dois clássicos intemporais. Com críticas extremamente positivas e uma banda claramente numa das fases mais produtivas da sua carreira, este é um momento especial para revisitar a história, olhar para o presente e perceber como os The Rods continuam a escrever o seu futuro. Foi precisamente sobre isso que falamos com David Feinstein.

 

Olá, David, é uma grande honra para mim conversar contigo. Muito obrigado pela tua disponibilidade. Os The Rods estão de volta com um novo álbum, Wild Dogs Unchained. Como têm sido as reações?

Daniel, até agora as críticas têm sido muito boas. Todos que o ouviram elogiaram a qualidade do som, bem como a qualidade das músicas em si. Estamos muito satisfeitos com as regravações.

 

Wild Dogs Unchained chega apenas um ano após o lançamento do monstruoso Rattle The Cage. Podemos dizer que estão numa das fases mais produtivas da sua carreira?

Bem, eu diria que, como compositor, estou muito orgulhoso das músicas deste novo álbum. Algumas delas são um pouco diferentes das músicas tradicionais dos The Rods, mas transmitem uma boa mensagem, e foi isso que procurei fazer quando as escrevi. Diria que foi um esforço produtivo para nós três neste álbum.

 

Musicalmente, este é um álbum clássico dos The Rods, com todos os elementos que vos levaram onde estão hoje. O que destacarias como as maiores diferenças entre Rattle The Cage e Wild Dogs Unchained?

Uma diferença é o tipo de músicas que estão neste novo álbum. Na minha opinião, são todas ótimas, e estou muito orgulhoso de todas elas e da forma como nós três tocamos nelas. RTC foi um ótimo álbum, mas sinto que este álbum é melhor, na minha opinião. É claro que todos são diferentes e têm a liberdade de escolher o seu favorito.

 

Mirror Mirror é uma faixa que realmente se destaca neste álbum, com o seu refrão cativante. Como foi o processo por trás dessa música?

Acho que o meu pensamento foi transmitir a ideia de que, quando olhas para o espelho, o que vês em ti mesmo? Talvez vejas coisas que queres mudar, ou talvez estejas feliz com o que vês. É uma forma de olhar para dentro de ti mesmo.

 

Tears For The Innocent também é um fantástico hino de metal. O que vos inspirou a escrever esta faixa?

Esta é uma das minhas músicas favoritas do álbum, se não a minha favorita. Fui inspirado a escrever sobre todas as pessoas que morrem ou perdem tudo por causa de guerras sem sentido. Fiquei muito comovido ao ver notícias de pessoas a serem bombardeadas e a perder as suas famílias ou as suas vidas. Sinto pena delas, a ponto de me dar vontade de chorar.

 

Make Me A Believer é outra faixa de destaque. Sobre o que fala?

É uma música que te encoraja a acreditar nos seus sonhos. A nunca desistir, por mais difíceis que as coisas possam parecer.  Tenham sempre fé para continuar e trabalhar duro para alcançar os seus objetivos.

 

Wild Dogs Unchained e Hurricane são clássicos vossos que foram recriados para este álbum. Fizeram algumas alterações?

Essas duas músicas são duas das mais populares. Sentimos que elas precisavam ser atualizadas e foi basicamente isso que fizemos com os arranjos. Tornámo-las mais interessantes e tão poderosas quanto eram originalmente.

 

O que vos inspirou a recriá-las para este álbum?

Fomos inspirados a fazê-las porque são músicas muito apreciadas pelos fãs. Até agora, todas as respostas à atualização dessas músicas têm sido positivas.

 

Há muitas ligações entre Wild Dogs Unchained e o vosso álbum de 1982, Wild Dogs, tanto no nome como na capa. Foi um esforço consciente de voltar às vossas raízes?

Os Dogs estão connosco há muito tempo. Tornaram-se o nosso símbolo. Agora, com os cães «desacorrentados», eles estão livres. Livres para viver as suas vidas, como todos no mundo deveriam estar.

 

E quanto ao teu desempenho vocal? Tentaste algo novo desta vez?

Não, não tentei nada de novo, apenas algumas das músicas deste álbum precisavam de uma abordagem diferente em relação ao tipo de canto necessário para aquela música em particular. Como poderás ouvir em algumas das músicas mais subtis deste álbum.

 

Quais são os vossos planos de digressão para este álbum? Portugal está incluído?

Não temos planos de digressão neste momento, mas esperamos que este álbum desperte algum interesse nos promotores para nos permitir fazer alguns concertos ao vivo, festivais, etc. Adoraria ir a Portugal, pois nunca estive aí e ouvi dizer de outras pessoas que é um país lindo e maravilhoso. Espero sinceramente que possamos visitar Portugal algum dia.

 

Nos últimos anos, muitas bandas dos anos 80 estão a regressar. Vocês foram pioneiros nesse
movimento quando regressaram em 2010. O que motivou a trazer de volta os The Rods?

A motivação veio apenas da vontade de tocar e atuar. Para mim, sendo músico e compositor, é algo que nunca nos abandona. Foi isso que me motivou a voltar ao ativo.

 

Foste um dos pioneiros da cena heavy metal, não só com os The Rods, mas também com os Elf. Se tivesses de classificar todos os álbuns em que tocaste, em que posição ficaria Wild Dogs Unchained?

O WDU estaria definitivamente entre os três melhores. O primeiro álbum dos ELF é monumental, e o primeiro álbum dos The Rods é monumental. Acho que o WDU se enquadra nessa categoria.

 

Obrigado, David, foi uma honra. Gostarias de enviar alguma mensagem aos teus fãs portugueses?

Gostaria apenas de dizer que estou muito feliz e grato por ter feito esta entrevista e gostaria de agradecer a todos os fãs que temos em Portugal. Como disse anteriormente, espero ter a oportunidade de visitar o vosso país algum dia. Sejam fiéis a vocês mesmos e nunca desistam dos vossos sonhos. Espero ver todos vocês algum dia.

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