Uma hora e meia de metal
orquestral, coral e étnico. Foi isto que os Arrayan Path fizeram com Archegonoi. E é apenas isso que pedem aos seus fãs:
que dediquem hora e meia do seu tempo a ouvir a sua mais recente obra. Nós
acrescentamos – façam-no que não se arrependerão. Este é, também, o álbum de uma
vida, o álbum para o qual se trabalhou muito tempo, o álbum que transforma o
sonho em realidade. Foi Nicholas Leptos quem o disse, em mais uma conversa connosco.
Olá Nicholas! Mais
uma vez obrigado pela tua disponibilidade e mais uma vez parabéns pelo vosso novo
álbum. E aqui estamos para conversar um pouco sobre ele. Archegonoi foi agendado para o início de 2018, mas só foi lançado quase no final
do ano. O que aconteceu?
Olá pessoal e obrigado pela
entrevista! Para dizer a verdade, não me lembro se alguma vez foi anunciada uma
data para o início do ano, mas como Dawn
of Aquarius surgiu no final do ano anterior, não faria muito sentido.
Como referiste uma
vez, nunca paras de escrever novas músicas. E quanto a estas músicas, são recentes ou já
foram escritas há algum tempo?
Bem, algumas partes das
músicas, sim. Tenho uma enorme pasta de melodias que vou mantendo há algum tempo
e que depois decido usar em algum momento. Mas algumas partes são muito antigas,
como 10 anos de idade!
E chegaste a usar alguns
riffs de Paris Lambrou, certo?
Paris coescreveu Eastern Sands comigo. A partir daí sim,
ele tem um par de temas em todo o álbum, bem como alguns créditos de arranjos
para algumas músicas.
O facto é que este é um
novo recorde na existência dos Arrayan Path - três álbuns em três anos... Isso
também mostra a fase criativa que estão a atravessar?
Depende. Se as pessoas
pensam que são bons álbuns, então sim, estamos a viver uma fase criativa, acho
eu (risos). Se as pessoas não gostarem, talvez essa fase não seja tão criativa!
A história/mitologia
da Grécia Antiga já teve um papel importante nos vossos álbuns, mas desta vez
trata-se de uma abordagem completa sobre este tema. Deste ponto de vista, este
álbum pode ser considerado um álbum conceptual?
Na realidade já não falamos
da história/mitologia grega desde Ira
Imperium de 2011. Este álbum tem um tema comum, mas não é uma história. Lida
com lendas da nossa história e mitologia, bem como heróis da nossa mitologia e as
suas histórias pessoais.
Ou seja, todas as
músicas se relacionam com diferentes eras e histórias da Grécia Antiga…
Sim, exatamente!
E, de facto, como nos
disseste na última entrevista, esse novo álbum é o mais orquestral, coral e
épico da vossa carreira. Um antigo sonho cumprido?
Pode dizer-se que sim. Eu
tenho este álbum em andamento há muitos anos. Algumas destas músicas estão na
lista de álbuns desde o primeiro dia e algumas das músicas foram adicionadas
recentemente. Na verdade, temos vindo a adiar este álbum há algum tempo. Sim, é
o meu sonho realizado e espero que este álbum resista ao teste do tempo.
Para a criação deste
registo utilizaram diversos convidados. Como foi o trabalho com todos eles e quão
importantes são eles num álbum com este nível de orquestrações e elementos
étnicos?
Cada convidado trouxe toda a
sua experiência e inspiração e teve a liberdade de "pintar" sobre uma
tela branca. Os convidados são importantes se tiverem algo a oferecer que eleve
as músicas a outro patamar. Desta vez usamos alguns instrumentos folclóricos
malucos e combinou muito bem com o metal.
Espero continuar a fazer isto!
Já que falamos de
músicos, por esta altura, não têm um baterista permanente. O trabalho com Mark
Zonder foi feito à distância. Aparentemente, tudo correu bem com a bateria…
Sim, é muito fácil trabalhar
com o Mark. Ele é um verdadeiro profissional! Estamos-lhe muito agradecidos por
ter oferecido a sua incrível bateria para este álbum. Como disse muitas vezes,
ele é o baterista certo para o álbum certo!
Acabas por agradecer
aos Iron Maiden e aos Rhapsody. Foram as bandas mais inspiradoras para a banda neste
álbum?
Sim. Para começar, a razão
pela qual formamos esta banda foi combinar as minhas duas bandas favoritas. Acho
que nosso álbum soa como uma mistura de Book
Of Souls dos Maiden e Legendary Tales
dos Rhapsody. Ou, pelo menos, espero que sim!
Desta vez, como
decorreram as gravações? Correu tudo como planeado?
Foi ótimo! Trabalhamos com
George Eracleous e o álbum foi misturado e masterizado por Simo Mularoni.
Tivemos algumas pequenas alterações de última hora, mas para além disso correu
tudo bem.
Vamos continuar a ver
os Arrayan Path principalmente como uma banda de estúdio, ou irão embarcar em
alguma tour?
Não acredito que possamos
sair em tournée. Provavelmente,
apenas um espectáculo em algum lugar. Não me interpretem mal, adoramos tocar ao
vivo, mas estamos felizes com as coisas agora. Nós não gostamos da ideia de fazer
tournée e tirar merda das pessoas. Só
nos preocupamos em "criar".
Muito obrigado,
Nicholas! Queres deixar alguma mensagem ou acrescentar mais alguma coisa?
Eu sei que nosso álbum é
realmente longo (hora e meia), mas se as pessoas tiverem paciência para o ouvir
irão descobrir muitas coisas. Nós trabalhamos anos para isto, por isso, todos
nós pedimos aos fãs para dedicar uma hora e meia do seu tempo. Sentimos que não
se irão arrepender!
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