Entrevista: Decayed


Com três álbuns de originais em quatro anos, os Decayed mostram estar, 28 anos após os primeiros passos, cada vez melhores. E nem as sucessivas mudanças – que aqui se repercutem na estreia de um novo baterista – fazem parar JA e a sua máquina infernal de puro death metal old school. O lançamento de mais um disco, Of Fire And Evil, foi o mote para a conversa.

Olá, J. A., tudo bem? Os Decayed parece estarem a viver uma das suas fases mais criativas, com três álbuns de originais em quatro anos. De onde vem tanta força e inspiração?
Saudações para todos os que estiverem a ler isto. A inspiração está sempre presente, nem sempre é fácil arranjar as condições necessárias para se poder gravar. Toda a merda que me rodeia é uma fonte inesgotável de força e inspiração, assim como alguma literatura e alguns filmes. Não falando de toda a música que existe neste mundo.

Para este novo álbum, estreiam um novo baterista. Como sucedeu essa mudança?
Quando em 2016 o Nocturnus resolveu sair da formação, o Vulturius sugeriu que se marcasse um ensaio com o GR que ele já conhecia de outras bandas onde tocou e assim foi. A coisa não correu mal, tivemos de acertar umas coisas, mas em poucos ensaios a coisa começou de novo a soar coesa.

O GR já teve oportunidade de participar na criação dos novos temas?
Sim. Ele entrou em finais de 2016, em janeiro deu o primeiro concerto e depois estivemos o ano quase todo a tocar em Portugal. No final do ano começámos os 3 a trabalhar no novo álbum. Todas as linhas de bateria foram escritas por ele.

Entretanto também mudaram de editora com a entrada na Lusitanian Music. O facto desta editora ter lançado, em formato vinil, o vosso álbum anterior, The Burning Of Heaven, teve alguma influência neste lançamento agora?
Teve a sua influência, mas o que nos levou a assinar por eles foi o facto de se terem prontificado a pagar o estúdio para podermos gravar a bateria num estúdio decente. Não houve orçamentos nos dois álbuns anteriores e queríamos um bom som para a bateria. E ainda bem que assim foi porque o trabalho do GR deu uma nova sonoridade à banda.

Voltam a ter um tema cantado em português. Já se pode considerar uma tradição? E será para manter?
Acontece quando tem de acontecer. Nunca parámos para pensar se este ou aquele tema deve de ser em português. Surge naturalmente. Ultimamente estamos a usar mais a nossa língua materna mas é mais devido ao Vulturius que gosta de escrever em português.

E já têm uma experiência em Português, não é?
Já o fizemos. Lusitanian Black Fucking Metal é um CD totalmente cantado em português, tirando duas covers que fizemos. Esse lançamento deveria ter sido anunciado como um novo álbum e não como um MCD com 50 minutos. Foi um erro, mas agora já não há nada a fazer.

Olhando para trás, quando criaste os Decayed em 1990, alguma vez pensaste ultrapassar os 25 anos de carreira?
Achas? Nada disso. Pensei que tentaria levar a coisa o mais longe possível, mas nunca imaginei 28 anos depois. Especialmente em 2003 quando fiquei sem ninguém na banda. Mas tudo se tem resolvido e ainda cá andamos.

Que balanço fazes deste longo período e de toda a atividade dedicada ao som mais extremo?
Foi positivo e tem valido a pena. Ainda hoje em dia oiço histórias relacionadas com a banda e são coisas que gosto de ouvir. Conseguimos o nosso lugar no Underground e mais não se pode pedir.

Para terminar, há novidades de alguns dos teus outros projetos onde estás envolvido?
Em janeiro saiu o novo álbum de Alastor. O ano passado saiu Nethermancy. Estamos a gravar o novo de Cunnilingus. Continuamos à espera que a editora lance um novo projeto Death Feast. E acho que é tudo.

Obrigado! Queres deixar alguma mensagem?
Quero agradecer o vosso apoio e agradecer a quem chegou aqui na entrevista. Quem esteja interessado em material de Decayed ou dos meus projetos: chroan#sapo.pt

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