Review: Morph (ELLIS MANO BAND)

 

Morph (ELLIS MANO BAND)

SPV Recordings

Lançamento: 21/fevereiro/2025

 

Depois de três álbuns, os Ellis Mano Band brilharam com um registo ao vivo Live: Access All Areas. Portanto, estava na altura de voltar aos discos de originais, o que acontece com Morph. A primeira ideia que ressalta é que o coletivo suíço entra entorpecido pelo sucesso do álbum ao vivo. Virtually Love e Count Me In surgem a abrir o disco de forma pouco consistente e pouco impactante. Os tons country do primeiro e a abordagem grave, a tender para o gótico, do segundo são momentos sing-along, mas dificilmente empolgam. Falta energia, falta sujidade, falta os solos memoráveis, faltam os teclados analógicos. A partir de 20 Years, já se começa a perceber alguma coisa – o dark country com guitarras ondulantes e o brilhantismo de um trabalho rítmico diferenciado provam que, afinal, os Ellis Mano Band jogam com o minimalismo da mesma forma brilhante que jogam com a grandiosidade. Aliás, ao longo deste multifacetado álbum (sim, ninguém pode acusar o coletivo de não se ter empenhado em construir temas segundo os mais diversos ângulos criativos), os momentos low profile acabam por prevalecer, embora isso não signifique que os arranjos sejam menos ricos. Já agora, do lado da grandiosidade, um aplauso para For All I Care onde a aura sulista abre espaço para um Hammond magnético que, finalmente, se revela em todo o seu esplendor. A sonoridade orgânica, também está presente ao longo de todo o disco e assenta particularmente bem no cruzamento entre o soul e blues da fragmentada Scars, outro dos momentos altos. Entrando na segunda metade, Madness And Tears adota uma pegada rockeira, mas de estrutura mais simples e direta; Ballroom, por sua vez, volta-se, de novo, para um perfil minimalista e introspetivo, com um country sereno e uma melodia cativante; e Stray segue a mesma linha calma, embora com subtis detalhes que merecem ser descobertos e sentidos. A fechar, Countdown To Nothing ergue-se como outro monumento sonoro de Morph: um rock evoluído, cinematográfico, pleno de dinâmica e grandiosidade. State Of Grace encerra o álbum com refinadas interseções jazz/prog, evidenciando a mestria instrumental de Edis Mano e Lukas Bosshardt. Como prenda, a banda oferece um tema ao vivo, The Fight For Peace, original presente em Ambedo, de 2021, mas não no anterior álbum ao vivo, apesar de ter sido gravado. Dada a sua enorme qualidade, principalmente aquela estonteante e emocional forma de Chris Ellis se entregar ao desempenho vocal, faz todo o sentido que esteja presente e não seja esquecida. Portanto, apesar de alguns percalços, que só existem em projetos que gostam de sair da sua zona de conforto e arriscar, Morph é mais uma marca da importância dos Ellis Mano Band no blues rock atual. [85%]

 

Highlights

For All I Care, State Of Grace, 20 Years, Scars, Ballroom, Countdown To Nothing

 

Tracklist

1.      Virtually Love

2.      Count Me In

3.      20 Years

4.      For All I Care

5.      Scars

6.      Madness And Tears

7.      Ballroom

8.      Stray

9.      Countdown To Nothing

10.  State Of Grace

11.  The Fight For Peace (live)

 

Line-up

Edis Mano – guitarras

Lukas Bosshardt – teclados

Severin Graf – baixo

Nico Looser – bateria

Chris Ellis – vocais

 

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Edição

SPV Recordings   

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