Parasomnia (DREAM THEATER)
InsideOut Music
Lançamento: 07/fevereiro/2025
Como escrevemos aquando do último álbum, A
View From The Top Of The World, os Dream Theater começavam a ficar reféns
de si próprios. Por isso, era urgente fazer qualquer coisa e os quatro anos que
separam esse álbum do mais recente Parasomnia revelaram-se decisivos.
Por outro lado, pode não ser possível estabelecer um nexo de causalidade, mas a
verdade é que este renascimento do lendário quinteto nova iorquino, coincide
com o regresso do seu eterno baterista, Mike Portnoy que estava ausente
desde o álbum Black Clouds & Silver Linings, de 2009. E, desta
forma, os Dream Theater entram com um brilhante Parasomnia nas
comemorações do seu 40º aniversário. E entram com um álbum que viaja
consistentemente para a lista dos seus melhores lançamentos, porque revela uma
postura diferente. Em termos técnicos, é inegável que o coletivo está muitos
patamares acima da média; portanto apenas era necessário canalizar essa
torrente de execução e cruzá-la com o rio da criatividade, cobrindo tudo com o
véu da emotividade. Este objetivo foi plenamente atingido, sendo que Parasomnia
pode ser analisado como um regresso a momentos de rara genialidade como a fase Metropolis.
No fundo, porque este álbum volta a conseguir equilibrar desenvoltura técnica e
musicalidade de uma forma que dificilmente tinha sido conseguida desde essa
marcante era, apresentando um conjunto de canções formidáveis, focadas e
ardentes. Uma maneira de compor permitindo que o seu arrojado e intrincado prog
metal deixe muito espaço para melodias envolventes e harmonias tocantes. Mais
que um disco conceptual assente nas perturbações relacionadas com o sono,
incluindo sonambulismo, paralisia do sono e terrores noturnos, Parasomnia
é uma autêntica obra musical que recorrentemente regressa à mesma singela
melodia, para depois se expandir em múltiplas direções. E a habitual longa
duração dos temas permite que essas direções sejam trabalhadas de forma eximia,
mantendo sempre em alta o interesse, seja com o uso de progressões bem
definidas (e nunca demasiado exageradas, refira-se), com a inserção de longos e
delirantes momentos de solo ou com o recurso a uma panóplia de efeitos sonoros
que acentua a orientação teatral/musical. Tudo com conta, peso e medida, sempre
com a maior fluidez, sem pressões e sem exageros. De tal forma que, por
exemplo, nem se notam os mais de 19 minutos do tema de encerramento, The
Shadow Man Incident. Em suma, era destes Dream Theater que
tínhamos saudades; são estes Dream Theater que queremos recordar
para sempre. [94%]
Highlights
Night Terror,
A Broken Man, Dead Asleep, Bend The Clock, The Shadow Man Incident
1.
In The Arms Of Morpheus
2.
Night Terror
3.
A Broken Man
4.
Dead Asleep
5.
Midnight Messiah
6.
Are We Dreaming?
7.
Bend The Clock
8.
The Shadow Man Incident
Line-up
James
LaBrie – vocais
John
Petrucci – guitarras
John
Myung – baixo
Jordan Rudess – teclados
Mike Portnoy – bateria
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