Review: Zoom Code (ThanatoSchizO)


Se há grupo em Portugal que tem vindo, sucessivamente, a derrubar barreiras esse grupo são os Thanatoschizo. Desde logo e em primeiro lugar barreiras geográficas. Se já não é fácil ser músico de metal em Portugal, menos fácil é sê-lo em Trás-os-Montes, longe de tudo e de todos. Mas os Thanatoschizo, não se têm dado por vencido e têm lutado para superar as dificuldades criadas pela interioridade. Em termos musicais também têm derrubado barreiras. Começando a praticar death metal, desde cedo se verificou que este sub-género era demasiado limitativo para as ideias de Guilhermino Martins e seus pares. A pouco e pouco foram introduzindo apontamentos progressivos, étnicos, world music, enfim um pouco de tudo. E foram crescendo de uma forma gradual até atingirem o nível excelência que demonstram em Zoom Code. Da agressividade do death metal só restam pequenos fragmentos, quase sempre ao nível vocal. Tudo o resto é criatividade, originalidade e qualidade ao mais alto nível e apenas num patamar: metal moderno! Moderno e sem fronteiras. Os Thanatoschizo de hoje serão, provavelmente, o porta-estandarte do metal nacional além fronteiras. Um trabalho como Zoom Code, pode e deve ombrear com as mais categorizadas produções internacionais. Aqui podemos encontrar similaridades com The Gathering, ao nível do registo vocal de Patrícia Rodrigues, dos ruídos, das complexas estruturas ou nas formas aformais de cada canção. Ao nível da guitarra, o seu desempenho em forma de rodopio e redemoinho atira-nos para uns In The Woods…. E depois há Moonspell, fase The Butterfly Effect, pela utilização da maquinaria. O curioso é que na amálgama de influências vamos encontrar uma sonoridade muito própria. Um tipo de jazz metal ou fusão se preferirem, com os temas a desenvolverem-se sem parâmetros pré-definidos e que vão crescendo até se atingir um clímax! Aliás, essa fusão atinge patamares verdadeiramente estonteantes em Awareness, com a participação de António Pereira no saxofone, ele que também brilha na fantástica Hereafter Path introduzindo a concertina de uma forma magistral. E já que falamos de convidados, uma nota para o solo de violino de Timb Harris (dos Estradasphere) em L., outro dos momentos brilhantes de um álbum intemporal ao qual não se podem colar quaisquer rótulos!


Tracklisting:
1. Thick’n’Blurry
2. L.
3. (Un)bearable Certainty
4. Pleasure Pursuit
5. The Shift
6. Last Of The Few
7. Pale Blue Perishes
8. Pervasive Healing
9. Nothing As It Seems
10. Awareness

Lineup: Eduardo Paulo (vocais, guitarra, percussão), Filipe Miguel (teclados), Guilhermino Martins (guitarras, vocais), Miguel Angelo (baixo), Patricia Rodrigues (vocais), Paulo Adelino (bateria)

Website: http://www.thanatoschizo.com/

Myspace: www.myspace.com/thanatoschizo

Edição: My Kingdom Music (http://www.mykingdommusic.net/)

Nota VN: 17,33 (1º)

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