Review: What Lies Beneath (Tarja)

What Lies Beneath (Tarja)
(2010, Universal)

A diva finlandesa está de volta com mais uma obra, a segunda de originais, plena de melodia, orquestrações, corais e mais metal do que tinha apresentado em My Winter Storm. Ouvir What Lies Beneath é uma fantástica experiência sonora não só pela superior (não se esperaria outra coisa, aliás!) demonstração de qualidade de Tarja, como por toda a envolvente criada para este disco. Ao nível de composição, nota-se que houve muito trabalho, com todos os pormenores a serem minuciosamente trabalhados. No domínio estilístico, Tarja pegou nas pontas soltas deixadas pelo seu anterior colectivo (bom, eu não queria, mas é inevitável falar em Nightwish!) no seu último álbum de importância (leia-se Once) e criou como que a sequência lógica. Por aqui aparecem alguns dos momentos mais pesados que a vocalista já criou/vocalizou em nome individual destacando-se Dark Star em dueto com Phil Labonte que evolui para terrenos bastante mais obscuros. Pelo lado oposto voltam a surgir um par de temas com forte componente sinfónica, com a Orquestra Sinfónica Nacional da Eslováquia a desempenhar um papel importante. Underneath, uma peça para piano e orquestra com a posterior integração de elementos mais metalizados de uma forma perfeitamente enquadrada, Rivers Of Dust ou The Archive Of Lost Dreams são os mais fortes exemplos neste campo. Em termos vocais, a qualidade de Tarja é inegável e reparte-se, naturalmente, por todo o trabalho, mas Underneath será o exemplo maior dessa qualidade com um soberbo desempenho a todos os níveis: domínio, colocação, suspensões e vibratos. Os coros também aqui desempenham um papel importante: a abertura medieval de Anteroom Of Death evolui para um jogo vocal sensacional com a colaboração dos Van Canto (por vezes a aproximar-se dos jogos vocais muito utilizados pelos Queen) e Little Lies (uma das faixas com refrão mais catchy) apresenta os coros com uma função estrutural ao nível da composição de tal forma que chegam a funcionar como mais um instrumento. Por falar em convidados, já referimos Phil Labonte e Van Canto, mas o mais sonante é Joe Satriani que intromete o seu génio nas seis cordas em Falling Awake, outro dos grandes momentos do disco. Will Cahoun é outro dos convidados que empresta o seu talento tocando bateria no tema que encerra o disco de maneira grandiosa: Crimson Deep. O disco bónus ainda contém mais três faixas, com destaque para a soberba (poderia perfeitamente ter feito parte do alinhamento principal) Naiad com fenomenais orquestrações e uma melodia assombrosa e para Still Of The Night, original dos Whitesnake, que aqui assume a função de Poison do álbum anterior mas com três diferenças: foi uma excelente escolha, está bem reconstruída e, finalmente, aparece como bónus. A edição norte-americana tem ainda outra faixa bónus, Montañas de Silencio, à qual não tivemos acesso. Todavia o essencial está registado e Tarja volta a demonstrar ao mundo que é a melhor vocalista da actualidade e prova a si mesma que consegue criar grandes trabalhos. Se dúvidas ainda existissem…

Tracklist:
1. Anterrom Of Death
2. Until My Last Breath
3. I Feel Immortal
4. In For A Kill
5. Underneath
6. Little Lies
7. Rivers Of Dust
8. Dark Star
9. Falling Awake
10. The Archive Of Lost Dreams
11. Crimson Deep
12. We Are
13. Naiad
14. Still Of The Night

Lineup:
Tarja Turunen – vocais e piano
Alex Scholpp – guitarras
Marzi Nyman – guitarras
Doug Wimbish – baixo
Mike Terrana – bateria
Christian Kretschmar – teclados
Max Lilja - violoncelo

Internet:
http://www.tarjaturunen.com/
http://www.myspace.com/tarjaturunen
http://www.tarja-whatliesbeneath.com/
http://www.tarjargentina.com/

Edição:
Universal

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