Entrevista com Tetrafusion

Depois de um álbum claramente progressivo e instrumental, os Tetrafusion, quarteto da Louisiana, regressam com um novo álbum e uma nova orientação. Desde logo porque inclui vocais e, acima de tudo, porque progride em direcções mais alternativas não deixando nunca, é certo, a sua costela progressiva. O baixista Mark Mitchell explica-nos como tudo isso se consegue.

Olá, podem apresentar os Tetrafusion?
Bem, nós somos uma banda de rock/metal progressivo de Shreveport, Louisiana nos EUA. Temos todos entre 20 e 21 anos de idade e reunimo-nos na escola para formarmos a banda. Começámos como uma banda instrumental com o nosso primeiro álbum, mas para o nosso mais recente trabalho, Altered State (editado pela Nightmare Records), o nosso teclista Gary Tubbs assumiu os vocais. Por isso fizemos uma ligeira mudança de direcção, de modo que é onde estamos.

Quais são as principais influências para os Tetrafusion?
No nosso primeiro álbum, foram influências de grupos estritamente progressivos como Dream Theater, King Crimson ou ELP. Para o nosso álbum mais recente, que se ramificou para outros tipos de música como o pop, death metal ou música ambiente, são mais bandas tipo Porcupine Tree, Opeth, Tool, e Cynic.

A respeito de Absolute Zero, a ultimateguitar.com considerou-o como um dos dez melhores álbuns de 2009. Estavam à espera de algo assim, logo na vossa estreia? Como foi a reacção?
Não, de todo! Nós apenas escrevemos canções para nos divertirmos e, eventualmente, tivemos a ideia de fazer um álbum com canções baseadas na nossa física. Uma vez que já tínhamos investido tanto tempo nessas canções, por que não gastar o dinheiro a gravar o disco e a fazer algumas cópias? Assim o fizemos, e rapidamente começou algum zumbido na internet. As reacções foram excelentes, para ser honesto. Acho que fizemos uma série de coisas boas que nunca esperávamos fazer e, seguramente, vamos continuar a faze-las.

E esse sucesso algum tipo tipo de pressão na altura de escrever novo material?
Nenhuma pressão! Fizemos as nossas coisas, como de costume. Claro, temos sempre em mente os comentários do álbum anterior e mesmo que isso não afecte directamente o álbum seguinte, acaba por ser, por vezes, uma influência no processo da escrita. A nossa mudança de direcção era simplesmente de não querer lançar o mesmo registo duas vezes, então tentamos manter as coisas frescas.

Absolute Zero foi um álbum instrumental. Por que razão sentiram a necessidade de introduzir vocais em Altered State?
Para dizer a verdade, a única razão para Absolute Zero ter sido instrumental era porque não tínhamos ninguém que realmente pudesse cantar, naquela altura. Sabíamos que Gary poderia cantar, mas nós não queríamos que ele fizesse as duas coisas ao mesmo tempo. Quando o nosso segundo álbum começou a crescer, nós realmente apercebemo-nos queríamos um cantor e considerámos algumas pessoas, mas nunca tinham trabalhado e assim ficávamos presos na mesma rotina de antes. Assim, no final, acabámos por usar Gary embora tivesse que diluir um pouco o seu papel como teclista em algumas músicas. Dar um pouco para conseguir alguma coisa.

Em determinados locais, descobri que Altered State foi um lançamento independente. A assinatura com a Nightmare foi depois de vocês terem o álbum pronto, certo? E mudou alguma coisa com a assinatura com a editora?
Originalmente, Altered State iria ser lançado de forma independente, tal como o primeiro álbum. Estivemos em negociações com a Nightmare cerca de oito meses antes de chegarmos a um acordo. Já tínhamos o álbum inteiro praticamente pronto para ser lançado antes do acordo, portanto a editora não teve qualquer contributo na criação nem na gravação.

Vocês dizem que o vosso grande lema é substância mais estilo. Podem explicar?
Isso era uma espécie de ideologia por trás da música do nosso novo álbum. O nosso primeiro álbum foi muito style-oriented, e com isso quero dizer que fizemos um esforço para que realmente a música se encaixasse num som específico e fizemos tudo que podíamos para fazer a música com as características de um certo modelo. Foi muito directo. Neste álbum, decidimos dar um passo atrás e concentrarmo-nos mais em composições sólidas mas com o objectivo de manter o nosso som estabelecido a partir de nosso primeiro disco. No nosso primeiro álbum poderíamos ter usado alguma atmosfera e espaço para respirar; ele estava muito ocupado do início ao fim, por isso demos ao nosso novo álbum alguma substância e espaço, por assim dizer.

A respeito do vosso vídeo clip para o tema Monologue, podem descrever-nos o processo de realização?
A realização do vídeo foi bastante surpreendente. Tratou-se de um vídeo com alto orçamento e trabalhámos com alguns artistas de cinema muito talentosos. Foi uma directa de treze horas que durou toda a noite, tivemos um actor, actriz, e tudo mais. O vídeo será uma grande mistura de conteúdos cinematográficos, bem como da própria banda. Deve ser lançado em Novembro, por isso mantenham-se atentos!

Finalmente, alguma coisa que queiram dizer aos fãs portugueses?
Agradecemos o vosso apoio e espero que possamos ir tocar ao vosso país em breve! Espero que todos tenham a oportunidade de ouvir o novo álbum e que nos contactemos, de novo, no futuro!

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