Entrevista - Devil In Me

Com dois álbuns na bagagem e muita experiência de palco acumulada, os Devil In Me (DIM) sentiram-se com a confiança necessária para, ao terceiro álbum, assumirem a criação de uma obra conceptual. O resultado, The End, é unanimemente considerado como um passo em frente no crescimento da banda. Por isso, havia fortes motivos para conversarmos com a banda e foi o que fizemos através do guitarrista Pedro Pedreiro.

The End é já o vosso terceiro trabalho. De que forma se diferencia dos anteriores?
Como já deves saber, The End é diferente, acima de tudo por se tratar de um álbum conceptual. De resto não deixa de ser DIM por causa disso. É um álbum com uma componente épica muito forte, reflectida não só nas músicas em si, como também nas letras que as acompanham. Nisso é diferente dos outros, mas lá está, apenas por girar á volta de um conceito.

Sendo este um álbum conceptual, podem descrever em que baseia a história?
The End fala do fim dos nossos tempos, e dos medos e receios que isso envolve. Ultimamente tem-se falado muito sobre este tema. Seja pelas alterações climatéricas e as catástrofes que isso tem envolvido, seja pelo escalar de violência generalizado que se vive, ou até mesmo por previsões e profecias. É um tema actual e que assombra toda a existência humana. Quando será o fim? Como será? E será doloroso? (risos)

De que forma é que a vossa experiência acumulada, nomeadamente com incursões pelo estrangeiro partilhando palcos com alguns nomes de peso, se traduziram na abordagem das novas composições?
Essencialmente reflectem-se mais nas actuações ao vivo sabes? Tipo, estás a tocar fora, num sítio onde nunca tocaste, para um público que esta lá para ver as outras bandas… tens mesmo de dar o litro. Isso depois vai reflectir-se no facto de nos tornarmos melhores executantes. Penso que a forma de compor tem crescido ao seu ritmo normal, mas acho que tem mais a ver com a mistura de influências que é sempre trazida para a mesa de trabalho. As bandas todas que ouvimos, as que gostamos, as que não gostamos...é tudo importante para a evolução.

Desta feita recorreram a Andrew Neufeld para a produção. Como se processou a aproximação e que impactos adicionou ele aos vossos temas?
Foi tudo muito natural. Eles vieram tocar a Portugal e nós fizemos a primeira parte. Eles gostaram muito de nós, convidaram-nos para a tour europeia. Nós obviamente fomos, tornamo-nos amigos. Estávamos a preparar o novo disco e, conscientes do seu enorme talento, convidamos o Andrew, (sem verdadeira esperança de ouvir um sim), mas ele aceitou. Esteve presente na gravação da pré-produção, na gravação do instrumental todo, contribuiu com as suas ideias, as suas visões… dormiu connosco no chão... Noites acordados a trabalhar no disco… esteve mesmo por dentro do processo todo. Partilhou das nossas visões sobre o caos e o apocalipse. É um compositor espectacular.

Já agora, como decorreu o processo de gravação de The End?
Como já disse correu muito bem. Nós já nos entendíamos muito bem mas, musicalmente obviamente não sabíamos. Nunca tínhamos composto nem produzido nada com eles mas… correu tudo optimamente. As coisas fluíram sempre na mesma direcção nunca houveram conflitos de ideias, por isso foi excelente.

Considerando o crescimento que a banda tem tido, até onde pensam quê este The End vos pode levar ainda mais?
Sei lá! À rádio? (risos) Só passamos na rádio quando fomos tocar ao Super Bock Super Rock, e provavelmente foi só porque teve de ser. De resto, não tenho conhecimento de alguma vez termos passado em rádio nenhuma, das ditas mainstream. Pelo menos em horário nobre. Mas pronto era giro, só isso. Não se trata de nenhum objectivo mas era interessante ver a rádio também mais aberta a música de diferentes géneros em vez de ser só pop e derivados.

Já fizeram uma série de espectáculos de apresentação ao novo disco. Como foi a reacção do público?
Boa! Mesmo no Canadá, que para eles todas as nossas músicas eram novidade, quando tocávamos malhas novas eram sempre muito bem aceites e tivemos sempre muito boas críticas. Cá também. Tem sido muito bem recebido o álbum. Toda a gente fala de um passo a cima e eu acabo por ter de concordar. É um bom disco e acho que merece uma audição cuidada.

E próximos espectáculos há já algumas coisas definidas que possam desde já adiantar?
Desde já só posso adiantar uma surpresa para o inicio do ano que vem. De resto claro que vamos continuar a promover o disco e a tocar onde nos for possível e sempre que sejamos convidados. É um grande prazer para nós e a razão principal pela qual os Devil In Me existem. Para tocar ao vivo. Para alimentar a fome de energia que as pessoas têm quando se apresentam nos concerto. Para fazermos aquilo que mais gostamos e com isso tentar agradar as pessoas que gostam de nós.

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