Review: Virtual Time (Waterland)

Virtual Time (Water land)
(2010, Edição de Autor)

Nascidos da mente de Miguel Gomes, conhecido pelo seu trabalho com os Oratory, os Waterland são um colectivo oriundo de Barcelos que congrega outros elementos do célebre colectivo barcelense que neste inicio de século surpreendeu com o seu metal melódico, nomeadamente Tó Silva e Marco Alves. Em 2008, surgiu o primeiro lançamento homónimo e, agora, dois anos passados, Virtual Time serve para consagrar e alargar a base de fãs, por via de um enorme salto qualitativo, não só ao nível da composição, como de produção, como de interpretação em relação ao seu antecessor que, saliente-se, já havia deixado boas indicações da capacidade inata do projecto. Agora, Virtual Time é mais forte, mais melódico e com melhor produção. E desde o inicio que surpreende pelos sintetizadores tão fortes e proeminentes que nos vem logo o nome de Jean Michel Jarre à memória. Mas passados os primeiros momentos somos assaltados por uma soberba malha de heavy metal melódico, ainda com reminiscências dos Oratory. Depois, os três temas seguintes (Wait Forever, New Winds Of Time e Virtual Time) posicionam-se noutra secção: o do power metal melódico. Velocidade estonteante, técnica e assombrosas melodias colocam este conjunto de temas ao nível do que de melhor os Helloween, por exemplo, fizeram. À quinta faixa, Queen Of Light, os Waterland abrem outro capítulo menos rápido mas sempre muito forte em termos melódicos. Esse capítulo é composto por temas a meio tempo, mais compassados e preenche quase a totalidade da segunda parte do disco. Incluem-se aqui as belíssimas Carry On (brilhante a introdução de ritmos techno!), The Prophecy ou a balada You And I. Estão, pois, lançadas as bases para um grande disco, em que os Waterland, concretizam de forma brilhante o seu pop-dance-power metal, que resulta de uma fusão, provavelmente inédita, mas extremamente refrescante entre o pop dos anos 80 e o power metal da escola europeia, nomeadamente Helloween ou Stratovarius. Ou seja temos metal, temos pop e temos ritmos de discoteca por lá introduzidos. E temos uma dose XXL de teclados, que, neste caso em particular, não só resultam muito bem, como são pedidos pelos próprios temas, face ao campo de movimentação do colectivo. E o resultado é só este: é impossível resistir ao ritmo e à melodia. E, de repente, em qualquer lado, damos por nós a trautear alguns dos temas uma vez que as linhas melódicas são tremendamente eficazes. Depois há um pormenor que deve ser sublinhado: a excelência do trabalho dos vocalistas. Aqui canta-se no verdadeiro sentido do termo em registos calmos, tranquilos, colocados e sem nada dos habituais clichés do género (ou seja, gritinhos e afins). A terminar, um conselho às editoras europeias que costumam actuar dentro deste espectro: o futuro do power/heavy metal de cariz melódico passa por Portugal. E Waterland é, claramente, um dos nomes a ter em conta!

Tracklist:
1. Destiny II
2. Wait Forever
3. New Winds Of Time
4. Virtual Time
5. Queen Of Light
6. A Passage To Eternity
7. Carry On
8. The Prophecy
9. New World
10. A Rainbow In The Night
11. You And I

Lineup:
Miguel Gomes – guitarras, teclados, bateria, baixo
Bruno Gomes – vocais
Marco Alves – vocais
Tó Silva – teclados

Internet:

Comentários

  1. O line-up não está actualizado..Ha mais dois musicos (baterista e baixista) que também fazem parte da banda. e pelos vistos, com eles, a banda fica perfeita.
    PS: o novo video-clip deles está muito bem conseguido, parabens!

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