Falar de progressivo em português é sinónimo de Forgotten Suns. Depois de Innergy e antes de um quarto álbum bem escondido, Revelations é um EP para ir satisfazendo os fãs. Mais uma vez Ricardo Falcão, guitarrista, acedeu a contar a Via Nocturna alguns pormenores da vida própria da mais emblemática banda progressiva nacional.
Viva, qual o objectivo subjacente ao lançamento do EP Revelations?
A razão do seu lançamento deveu-se sobretudo à estratégia promocional de fazer a ponte entre o lançamento de Innergy e promover a banda enquanto trabalhamos na produção do quarto álbum e porque tínhamos uma série de bons temas em stand-by que necessitavam de um lançamento digno que achámos por bem ser agora.
Este trabalho acaba por recuperar um tema do vosso primeiro trabalho. Como foi feita a sua reconstrução?
Betrayed é uma música que faz parte dos primórdios da banda e que pertence a um passado de produção low-cost com muita ingenuidade da época à mistura. Sabíamos que com o lançamento de Revelations teríamos a oportunidade de adicionar esta música que figurava como uma faixa extra em Fiction Edge e acrescentar a parte II (Grey Zone) que nunca tinha sido gravada em estúdio – desta vez sabíamos que a produção iria soar muito mais aberta, encorpada e obviamente, vocalmente mais madura. Uma vez identificados os pontos fortes e fracos da versão original foi relativamente fácil transportarmo-nos para o espírito da música uma vez que eu e o Mike compusemos grande parte da estrutura original em 95. Gostava de salientar o excelente trabalho da secção rítmica da banda nesta música que a elevou a outro patamar nunca antes atingido.
Depois há Doppelganger, com uma nova mistura, certo? Algum motivo em especial para a escolha recair nesse tema?
Correcto, sabíamos que Doppelgänger era uma de duas músicas com maior potencial e estrutura easy-listening adequadas ao mercado musical, daí a escolha.
Desta vez, a edição já não é da ProgRock Records, mas da Pathfinder, a vossa própria editora. O que se passou entretanto?
A Pathfinder Records é o espelho da forma independente como as bandas do século XXI se organizam, se promovem e evoluem. Nada de extraordinário se passou, temos muito respeito pela Progrock Records e em especial por Shawn Gordon, o seu presidente. Achámos, em Revelations, o pretexto ideal para definirmos melhor o nosso caminho.
No ano passado referias numa entrevista a Via Nocturna, que tinham todas as condições para serem independentes. A criação da vossa própria editora é mais um passo nessa afirmação?
Nessa altura referia-me à parte de produção em estúdio (MediaForce Productions), mas creio que o facto de podermos controlar as vendas correctamente e planear estratégias com os nossos parceiros atempadamente é sem dúvida uma mais-valia.
Este acaba por ser o vosso primeiro trabalho promovido internacionalmente pela Metal Revelation, suponho. O que mudou neste campo? O nome Forgotten Suns chega mais facilmente a outros sítios? Já sentiram esse feedback?
Sem dúvida, a Metal Revelation é uma Promotora profissional com larga experiência e também (através da Marjo Verdooren) o Management de Forgotten Suns. Estamos em plena sintonia e a orgulharmo-nos de trabalharmos juntos, temos o mesmo espírito empreendedor e quando assim é só pode haver resultados positivos.
Desta feita criaram um vídeo para Doppelganger. Podes falar-nos um pouco sobre ele?
Doppelgänger é o novo vídeo promocional da banda. Desde o inicio sabíamos o que queríamos para o conceito e penso que a partir do momento que conhecemos o Horta do Rosário (Director do vídeo, efeitos especiais & Doppelgänger) tudo se tornou mais realizável. O conceito geral gira à volta do dark side de cada um de nós. Todos temos um lado negro escondido, por mais profundo que ele possa habitar. Em Doppelgänger exploramos o significado da letra ao pormenor e o vídeo faz sobressair o nosso lado de performers com especial relevo às mãos, instrumentos e expressão corporal. O vídeo é o resultado de um trabalho árduo do primeiro ao último minuto que demorámos para o realizar. A grande maioria das pessoas não faz ideia o tempo e dedicação que demora a produzir quatro minutos e meio de vídeo com a adição de efeitos especiais.
Sei que já estão a trabalhar num novo disco. O que podemos esperar em termos de datas e de sonoridade? E será conceptual como chegaste a adiantar numa outra entrevista a Via Nocturna?
Sim e mantenho o mesmo secretismo sobre o quarto álbum. Apenas confirmo que será conceptual, que será um trabalho muito especial e que estamos a trabalhar apaixonadamente naquilo que mais gostamos de fazer!
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