Oriundos de Soure, os Dark Oath são mais um jovem colectivo nacional a estrear-se nas gravações. Com influências de diversos estilos quer musicais quer líricos, mas onde as referências nórdicas acabam por sobressair, o quinteto, através dos dois guitarristas, Zé e Joël, acedeu a contar a Via Nocturna o processo de criação de Under A Blackened Sky. Pelo meio ficamos a saber, ainda, que a banda entretanto já mudou de vocalista.
Antes de mais apresentem-nos os Dark Oath.
Zé (Z): Somos uma banda que começou como qualquer outra, em meados de 2009. Eu andava a pensar criar uma banda e conhecia o Joël que sabia tocar guitarra. O Pedro juntou-se a nós, começámos a criar os primeiros temas e o resto surgiu naturalmente. Os restantes membros juntaram-se, e ao fim de uns meses de ensaio, subimos finalmente ao palco.
Sendo uma banda tão jovem ainda, não tiveram receio de arriscar desde logo na edição de um trabalho com este nível de profissionalismo?
Joël (J): No inicio do verão começámos a procurar estúdios e a ver preços. O Hugo Andrade (Switchtense, UltraSound Studios Moita) sabia que queríamos gravar e não tinhamos grandes possibilidades financeiras e como iam lançar uma promoção nos meses seguintes, lembrou-se de nos propor essa tal promoção. Tendo em conta que podiamos ter um trabalho bem feito, não pensámos duas vezes.
Z: Sim, na minha opinião ficou um excelente trabalho tendo em conta a experiência que tínhamos em estúdio, que era nula.
J: Fiquei mesmo muito satisfeito. É em grande parte graças à qualidade do estúdio que a meu ver é dos melhores no país, e claro graças ao Hugo e ao Pardal que fizeram um ótimo trabalho, sem dúvida. A produçao, o design, o geral está tudo muito bom, estamos mesmo satisfeitos. Mas obviamente, há certos pormenores que acrescentávamos ou mudaríamos agora que ouvimos o resultado final, poderia estar ali uma coisa a mais, ali a menos, diferente, etc., mas sim, estamos realmente satisfeitos.
Qual é o background musical dos elementos dos Dark Oath?
Z: Sem ser o Emerson, todos nós já tivemos projectos. Nunca foi nada de muito relevante, nunca nenhum deles chegou a ser levado para a frente; no entanto já tinhamos noção das coisas. Mas para além disso o Joël já andou num conservatório, em França. Também acho importante mencionar que actualmente o Carlos já não faz parte da banda e temos um novo vocalista, neste caso uma nova vocalista, Sara Leitão, sendo este o primeiro projecto dela.
Como decorreram as sessões nos UltraSound Studios?
J: Muito bem mesmo. Ficámos uma semana na Moita, a gravar todos os dias de manhã à noite. Foi exaustivo mas foi uma experiência brutal. O Hugo e o Pardal sao gajos altamente e ajudaram-nos muito mesmo a realizar este trabalho.
Z: Bem, nós, apesar de se reflectir mais o death metal melódico no nosso som, não nos regemos por apenas um estilo, isto é, sem ser mesmo o gosto pelos temas nórdicos e vikings (mitologia, história, etc.) que se reflecte nas nossas letras e provavelmente na sonoridade. Basicamente criamos os temas sem regras nenhumas e como tal, alusivo à nossa terra natal, Soure, ocorreu-me a ideia de usarmos o termo Saurium Metal (que supostamente é o antigo nome de Soure, segundo certas fontes e documentos que investigámos) para definir o nosso estilo, que a meu ver é único, pelo menos na nossa região.
Têm efectuado alguns concertos para promover este vosso lançamento. Como têm decorrido as coisas e como está a ser a aceitação por parte dos fãs?
J: Nós ainda não demos muitos concertos pois o lançamento do EP foi recente, e como tal não posso argumentar sobre isso. Mas apesar disso já demos alguns e relativamente a esses, o público tem aceitado bem o nosso trabalho e temos recebido bons comentários e criticas por parte das pessoas que já adquiriram o EP.
Em Valande’s Tale, tiveram a participação do Hugo Andrade. Como se propiciou esse encontro?
Z: Em relação a isso, foi muito simples por acaso. Enquanto o Carlos estava a gravar as vozes da música em questão, ocorreu-me a ideia de gravar um dueto nessa parte. Como estávamos com o grande Hugo dos Switchtense, não podíamos deixar escapar a oportunidade de ter a participação dele no nosso trabalho e logo no primeiro. Fizemos a proposta de ele cantar na música e ele, felizmente, aceitou e em tom de brincadeira disse-nos : “epá, é na boa, mas eu não canto, só berro !”
Dá a ideia, pelos títulos dos temas, que vocês se socorrem da mitologia nórdica nas vossas letras. Corresponde à verdade esta leitura? E porquê?
J: Sim, é verdade. Como já o referimos, apesar de não nos regermos por apenas um estilo e termos os gostos alargados, partilhamos todos um grande gosto pela cultura nórdica e não por decisão nossa mas porque realmente foi acontecendo, criamos as letras em redor destes temas.
No entanto, acabam por gravar um tema vocalizado em português. Algum motivo especial?
Z: Apesar de termos uma temática em redor da mitologia nórdica, achamos que era importante realçar as nossas origens lusitanas e foi o que fizemos.
A finalizar, estando os Dark Oath a começar, até onde sonham ir enquanto banda e músicos?
J: Acho que como qualquer banda que não toque apenas como um passatempo tem como objetivo obter algum reconhecimento, isto é, tocar fora do país, o nosso som vir a ser conhecido, etc. Quanto a cada um de nós como músicos, acho que é mesmo evoluirmos cada vez mais, melhorar a nossa técnica, até porque há sempre mais coisas para aprender.
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