Review - All Gods Are Gone (Appearance Of Nothing)

All Gods Are Gone (Appearance Of Nothing)
(2011, Escape)

Dizer que os Appearance Of Nothing são uma banda de metal progressivo é uma realidade. Mas é uma realidade que acaba por esconder muita da imaginação, criatividade, inovação até risco que a banda introduz na sua sonoridade. Ou seja, prog metal é simplesmente redutor. Os suíços nasceram em Basileia no ano de 2004, editaram uma demo em 2005, Behind Closet Doors e um álbum em 2008, Wasted Time, mas é com este lançamento previsto para 21 de Janeiro, All Gods Are Gone, que a banda atinge todo o seu máximo, até à data, apresentando estruturas mais agressivas e uma atitude mais actual. Este é, então, um álbum de metal progressivo onde as referências a nomes como Dream Theater e, principalmente, Threshold se fazem notar de uma forma subtil. O quinteto, nesse particular, acaba por demonstrar muita inteligência na forma como joga com as suas influências, sistematicamente baralhando o ouvinte. Naturalmente que as comparações com os britânicos referidos anteriormente são mais notórias até porque, à semelhança de Dead Reckoning, também aqui Dan Swano empresta os seus guturais em três temas (The Mirror’s Eyes, 2nd God e … I Said Silence). A acompanhar o vocalista sueco, também Devon Graves dá o seu contributo em Sweet Enemy. Musicalmente, os Appearance Of Nothing criam um disco soberbo de agressividade e melodia colocando o seu nome como uma das referências da actualidade progressiva. A banda não teme em arriscar entrar por campos diferentes e por isso somos surpreendidos (no bom sentido do termo, claro), por momentos thrash metal, jazz, techo, sinfónicos e até por fases completamente retro onde o Hammond brilha a grande altura. Os temas são compostos por diversas mudanças rítmicas, harmónicas e estilísticas, introduzidas muito a propósito e plenamente integradas, que ajudam a criar aquele agradável ambiente de imprevisibilidade. Este é um álbum onde as guitarras acústicas e pianos sensuais se cruzam perfeitamente à vontade com vozes guturais e batidas avassaladoras; onde se passa do metal actual ao rock progressivo dos anos 70 em segundos, sem uma beliscadela. A destacar a soberba abertura com The Mirror’s Eyes, a longa Sweet Enemy e a fantástica fusão de prog-thrash-jazz-techo que resulta em The Call Of Eve, num álbum, todo ele, de elevada qualidade, a abrir o novo ano em grande.

Tracklisting:
1. The Mirror’s Eyes
2. 2nd God
3. Sweet Enemy
4. Destination
5. The Call Of Eve
6. … I Said Silence
7. The Rise And Fall Of Nothing

Lineup:
Pat Gerber – vocais, guitarras
Omar Cuna – vocais, baixo
Peter Berger – guitarra solo
Marc Petralito – teclados
Yves Lüthi – bateria

Internet:

Edição: Escape Music

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