Review - Long Distance Calling (Long Distance Calling)

Long Distance Calling (Long Distance Calling)
(2011, Superball Music)

Formados em 2006, os Long Distance Calling lançaram, logo no final desse ano, uma demo intitulada Dmnstrtn ao que se seguiu a sua estreia oficial com Satellite Bay em 2007 via Viva Hate Records. Um split-EP com a banda suíça Leech, 090208, foi lançado em 2008, seguindo-se o acordo com a Superball Music e o lançamento de segundo álbum, Avoid The Light, em abril de 2009. Agora, o quinteto instrumental com sede em Münster-Dortmund-Berlim está de regresso com o seu terceiro registo instrumental, metendo-se, desavergonhadamente numa cena carregada de power metal, black metal e tudo o resto de permeio. Ao invés de confundir os ouvintes com uma parede de tempos e ritmos esquisitos, a fórmula proclamada por muitas bandas que afirmam ser progressivas, o novo trabalho homónimo dos Long Distance Calling, apresenta sete faixas escritas a partir de uma perspetiva tradicional da música. Isto significa que a escrita é muito orientada para música e em que a música em si é a coisa mais importante. Como resultado, a receção é imediata quer para os fãs de indie, rock, prog ou mesmo metal. Por isso, os Long Distance Calling, criam as estruturas básicas para, de seguida, as encherem com sons, melodias e atmosferas. Neste novo álbum, também se redescobre o poder do riff, originando o registo mais diversificado que a banda já escreveu. Referências a Pink Floyd, Led Zeppelin, Tool, A Perfect Circle ou Alice In Chains surgem neste disco o que, desde logo, afasta a tendência de classificar os LDC de post-rock apenas por ser uma banda instrumental. A pretensão dos LDC parece ser efetivamente cortar seu público pela metade pelo facto de não ter vocalista. O que é certo é que esse facto permite criar uma atmosfera especial, ao mesmo tempo que lhes permite tocar para audiências tão díspares como por exemplo, quando abriram para Opeth, Katatonia, Dredg, … And You Will Know Us By Trail Of Dead, Anathema, Coheed and Cambria ou Deftones. Mas surpresas também existem e elas surgem com a presença do vocalista John Bush, dos Armored Saint e ex-Anthrax em Middleville. Este é um tema que mostra que os LDC podem, de facto, jogar em vários campos e apresenta Bush com um brilhantismo inesperado. Esta inclusão de vocalistas em alguns temas não é nova, uma vez que já no primeiro álbum, Peter Dolving dos The Haunted tinha participado, bem como Jonas Renkse dos Katatonia em Avoid The Light. Refira-se, no entanto, que a presença de John Bush no álbum não é o único motivo que deve incentivar as pessoas ouvir e a explorar LDC. Em termos de produção a banda procurou algo muito orgânico de tal forma que permite que a música respire. Por isso o quinteto deslocou-se para os Hours Studios, em Hannover, onde os Celtic Frost, Donots, Paradise Lost, Eloy, Scorpions, Rolling Stones e muitos mais produziram alguns dos seus álbuns clássicos. A produção esteve a cargo de Benjamin Schäfer, elemento que já trabalhou com diversas bandas, como Celtic Frost e Subway To Sally, tendo conseguido um resultado que permite que cada instrumento revele o seu som único e flua em vez de simplesmente cortar os tímpanos. É como um som 3D que envolve o ouvinte como um casulo aconchegante.

Tracklisting:
1. Into The Black Wide Open
2. The Figrin D'an Boogie
3. Invisible Giants
4. Timebends
5. Arecibo (Long Distance Calling)
6. Middleville
7. Beyond The Void

Line Up:
David Jordan - guitarras
Florian Füntmann - guitarras
Jan Hoffmann - baixo
Janosch Rathmer – bateria
Reimut van Bonn – elétrónica e sons

Internet:

Edição: Superball Music


Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.

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