Review - Loneliness Still Is The Friend (Urban Tales)

Loneliness Still Is The Friend (Urban Tales)
(2011, Compact)

Com a edição em 2007 do álbum Diary Of A No, os Urban Tales surpreenderam meio mundo, com o seu metal/rock melódico, melancólico e de forte inspiração finlandesa. Depois assinaram o hino que serve de apresentação à FEDRA (Federação das Doenças Raras de Portugal), com o single Alive que se revelou mais um sucesso. Agora, depois de um longo hiato, o coletivo, mais alargado mas sempre liderado pela inconfundível voz de Marcos César está de regresso para mais uma excelente proposta dentro do seu género. A sua voz quente, grave, melodiosa e sensual acaba por fazer toda a diferença num disco recheado de muitas boas canções, onde emotividade e sentimento andam de mãos dadas com capacidade técnica e uma sensibilidade única para arrancar belíssimas melodias. Este Loneliness Still Is The Friend segue, por isso, os requisitos já apresentados, mas soa um pouco mais forte, direto e cru. Talvez porque desta vez, o álbum seja o resultado de uma criação de grupo. E voltamos a ter aqueles pormenores aparentemente inocentes com a inclusão de trechos falados de séries, filmes e afins, e que acabam por se revelar fundamentais. Neste particular, a banda consegue fazer a introdução destes elementos exteriores de uma forma perfeitamente adaptada aos temas em questão e superiormente enquadrados nos mesmos. Desta vez podem contar com excertos de um discurso de Charles Manson e com excertos de Everwood e Born Dead. Em termos puramente musicais, refira-se que o álbum abre de uma forma muito forte com uma batida dura mas mantendo sempre a linha melódica/melancólica que caracteriza o grupo. Other Side, o segundo tema, é o nosso favorito. É brilhante a forma como a guitarra ritmo trabalha numa forma saltitante e onde a subtil inclusão de linhas de piano se revela de uma eficácia impressionante. A balada, cheia de emoção e sentimento, surge sob a forma de Stand Alone (o primeiro single), para a partir daí o álbum começar a aumentar de intensidade. Fly Away mostra como a escolha para segundo single se revelou acertadíssima: trata-se de um tema que tem um potencial enorme pela sua melodia cativante e pela forma soberba dos arranjos. Mas se querem um exemplo acabado do que se trata quando se fala em sentimento em música, Crying é esse exemplo. É simplesmente indescritível e consegue arrepiar… E entre outros tantos exemplos, referiremos apenas mais duas notas para dois temas que se destacam pela capacidade inovativa da banda: Another Day por ser o tema mais forte e, pelo lado oposto, Goodbye/Despair (Pt. 1) com um poema de Carlos Queirós declamado por Vitor de Sousa acompanhado de linhas musicais dramáticas e algo cinematográficas onde nem falta a meteorologia sóbria a criar mais ambiente. Ainda que o disco ainda contenha mais um tema, a versão editada de Celebrate Nothing, pode dizer-se que essa declamação é o final mais que perfeito para um disco pleno de sentimento e, acima de tudo, de grandes canções.

Tracklisting:
1. Silent Cries
2. Other Side
3. Stand Alone
4. Fly Away
5. Crying
6. Celebrate Nothing
7. Another Day
8. Cold
9. Goodbye/Despair (Pt. 1)
10. Celebrate Nothing (edit version)

Lineup:
Marcos César – vocais
Jon Van Dave – teclados
Tiago Borges – baixo
John Cyaegha – guitarra solo
João Coelho – bateria
João Coroa – guitarra ritmo

Internet:

Edição: Compact

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