Entrevista: Theocracy

Três anos após o aclamado Mirror Of Souls, os norte-americanos Theocracy estão de regresso com mais uma obra de relevo dentro do power metal de características melódicas. As The World Bleeds é um trabalho na senda da qualidade a que a banda já nos habituou e, ainda por cima, enriquecido com a pincelada de génio de Mika Jussila na masterização. Estes foram, portanto, os motivos para uma conversa com Matt Smith.

Três anos após Mirror Of Souls, Os Theocracy estão de regresso com um novo álbum, As The World Bleeds. Porque esta espera?
Porque quisemos que as canções ficassem tão perto da perfeição quanto possível. Temos que viver com estas canções para sempre, portanto não vamos a correr para colocar algo cá fora sem as desenvolvermos o melhor que pudermos. Além do processo de escrita, também entraram dois novos membros para a banda durante este tempo. Finalmente, o processo de gravação que levou algum tempo, considerando nas diferentes camadas que as composições têm.

Consideras As The World Bleeds como o vosso melhor álbum até agora?
Não. Pessoalmente nunca poderei chamar a qualquer nosso álbum o melhor. Acho que é tão bom quanto os outros, com certeza, mas nunca poderei dizer qual é o melhor. Independentemente da qualidade de As The World Bleeds, não tem um tema como The Serpent’s Kiss, por exemplo. Por outro lado, por melhor que seja Mirror Of Souls não tem I Am, percebes? Eu só posso comparar as diferenças objetivas entre eles, como a produção do primeiro álbum não ser muito boa ou a guitarra em As The World Bleeds ser muito melhor do que os dois primeiros álbuns.

Então são essas as principais diferenças que chamas de objetivas?
Sim, bem, a grande diferença está na guitarra. Eu não sou um guitarrista muito bom, por isso não havia muitos solos nos dois primeiros discos e os que estavam lá eram muito simples. Eu nunca fui um grande fã de bandas de metal com longos solos em cada música e o que é bom é que o Val é um músico maduro, que toca sempre para a música. Neste disco, ele toca a sua guitarra a um grande nível. E toca sempre para a música, toca o que encaixa na canção, tem um grande sentido de melodia. Ele é, realmente, o melhor de todos os mundos.

Como está a ser o feedback da imprensa e dos fãs?
Tem sido incrível! Estávamos um pouco intimidados por ser o sucessor de um álbum que tinha sido tão bem recebido como Mirror Of Souls, mas a receção a As The World Bleeds tem sido espantosa. Quase todas as reviews têm sido extremamente positivas, e as reações dos fãs também foram fantásticas.

A vossa música é muito mais influenciada por nomes europeus que americanos. Também sentem que são mais apreciados na europa?
Antes deste álbum, eu teria dito sim. Mas, de repente com o lançamento de As The World Bleeds, parece que recebemos tanta consideração aqui nos EUA como em qualquer outro lugar! Nós entrámos na Billboard Heatseekers e também atingimos o n.º 2 no Amazon na categoria de hard rock/metal. É muito emocionante!

Acabaram de terminar a vossa segunda tournée europeia. Que sensações?
Sim, nós realmente acabamos de voltar da nossa segunda tournée Europeia. Foi incrível! Não tenho certeza do motivo, mas todos nós percebemos rapidamente que as coisas estavam muito maiores desta vez. As multidões eram maiores e estavam lá para nos ver. A única parte má foi quando Jon e eu ficamos doentes e perdi a voz, de modo que foi horrível, é claro. Mas a experiência global foi encorajadora.

Voltando a As The World Bleeds, a masterização esteve sob o dedo mágico de Mika Jussila. Revelou-se a escolha acertada? Que influência teve o finlandês no resultado final?
Oh, sim! Eu adoro o trabalho de Mika. Foi ele quem masterizou alguns dos meus álbuns favoritos de sempre. Ele apenas colocou o polimento final, cerca de 5% e assegurou-se de que tudo estava uniforme e consistente. Para ser honesto, não havia uma enorme diferença desta vez, porque ele disse que a minha mistura final tinha sido muito boa. Houve uma grande diferença antes e depois no caso do Mirror Of Souls. Mas, claro pode sempre ouvir-se quando ele aplica a sua magia e eu sempre confiarei nele para fazer um grande trabalho.

Existe algum conceito em As The World Bleeds?
Eu acho que a faísca inicial de inspiração para o título veio quando ouvi alguém dizer: "Se Deus existe, então porque razão as coisas estão tão confusas?" A minha reação foi: "Bem, nós fizemos tudo isso para nós mesmos", e é basicamente sobre isso que fala a música. É sobre como nós gostamos de culpar Deus para os problemas que temos em seguir o nosso próprio caminho. Nós e a Ulterium achámos que era um bom e icónico título para o álbum.

Como é o processo de escrita nos Theocracy?
Eu escrevo as canções, ou pelo menos o esqueleto básico, e os outros elementos contribuem com as suas próprias seções musicais e ideias. Altar To The Unknow God é um bom exemplo: Val escreveu a seção do meio e que se encaixa perfeitamente no que eu já tinha pronto. Depois todos nós trabalharmos juntos nos arranjos. Desta vez, o resto do grupo realmente levou as minhas ideias para um outro nível!

E como foi o processo de gravação desta vez?
Foi difícil, como sempre. Há sempre problemas técnicos ou coisas que falham em qualquer álbum, como qualquer banda te vai provavelmente dizer. E com o nosso tipo de música, com tantos pequenos detalhes e camadas, torna-se ainda mais difícil. Além disso, tínhamos um prazo definido, por houve um monte de noites sem dormir e trabalho contrarrelógio para concluir tudo a tempo. Mas conseguimos e todos ficamos felizes com a forma como ele saiu. Uma coisa que foi divertido desta vez foi que nós tocamos todos juntos enquanto cortamos as faixas de bateria, por isso houve uma grande energia live em torno das gravações e acho que se nota isso.

E que ações de promoção estão a ser preparadas, podes contar-nos?
Claro, neste momento, a Ulterium tem colocado muitos anúncios em sites e revistas e também no Facebook, o que nos tem permitido obter alguma atenção. Estamos também a ponderar finalmente fazer um vídeo o que também deverá ajudar. Estes são tempos excitantes para Theocracy. Obrigado pela entrevista!

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