Depois de um EP promissor, Revelations e de um álbum
verdadeiramente assombroso, Kismet, considerado
por muita gente (inclusive nós) como o melhor disco do ano, os PhaZer estão de regresso
com o seu terceiro registo, Rockslinger.
Com uma personalidade cada vez mais vincada, a banda lisboeta assume-se como uma das grandes referências do rock nacional. Paulo Miranda
aceitou, mais uma vez, responder a Via Nocturna sobre as últimas peripécias dos
Phazer.
Olá Paulo, tudo bem no seio
dos Phazer? Após um muito bem-sucedido Kismet,
o que fizeram os Phazer?
Paulo Miranda: Viva Pedro, tudo bem felizmente. Após o
lançamento do Kismet, percorremos o
país a promover o disco, nos quais fizemos novos fãs e reencontramos outros que
conhecemos na tour do Revelations. Depois passado um ano,
decidimos fecharmo-nos no estúdio a compor novas músicas para um novo disco,
que agora está aí disponível.
Durante a longa fase de
concertos de promoção a Kismet,
olhando para trás com que sensações ficas?
PM:
Com vontade de fazer tudo novamente, ainda para mais, desde que começamos a trabalhar
no novo disco, paramos com os concertos e neste momento a vontade é muita de
voltarmos à estrada e encontrarmos os nossos fãs frente a frente, pois muita
gente que nos tem conhecido e contactado pelas redes sociais ainda não teve
oportunidade de nos ver ao vivo e perguntam-nos sempre quando será o próximo
concerto. Vamos resolver isso muito rapidamente!
E se te pedisse para
indicares um ou dois concertos que tenham ficado gravados na vossa memória o
que dirias?
PM:
Eu diria o concerto no Coliseu de Lisboa a abrir para Cheap Trick, onde foi a
primeira vez que atuamos nesse sítio mítico e pelo privilégio de partilharmos o
palco com verdadeiras lendas do rock
mundial. Outro concerto a destacar foi na Concentração Motard de Faro no 30º aniversário do moto clube onde estiveram também
os Iron Maiden. Foi brutal, pois nunca tivemos tanta gente a ver PhaZer ao
vivo.
Na altura do Kismet afirmaram a Via Nocturna que não
tinham sentido qualquer tipo de pressão. Suponho que agora também não houve…
PM:
Para este disco tentamos um método diferente, sendo que o processo de
composição e gravação do Kismet durou
perto de 2 anos, para o novo disco, decidimos em primeiro lugar não fazermos um
álbum e sim um EP, e depois tivemos uma abordagem em termos de composição ainda
mais solta do que o Kismet, com
músicas mais diretas e não tão refinadas, e isso fez com que em estúdio, a
gravação, mistura e masterização estivesse concluída em quase 2 semanas. Ou
seja, não acusamos pressão seja interna ou externa, mas como decidimos ter uma
abordagem musical mais direta, fez com que a composição e a produção em estúdio
fosse extremamente mais rápida em comparação com o processo do Kismet.
Quando começaram a
preparação deste novo EP Rockslinger?
PM:
Em janeiro deste ano começámos a compor, depois em estúdio, tivemos 2 sessões,
uma em março e outra em maio.
Acho que este trabalho ainda
é mais de extremos que Kismet.
Concordas?
PM:
Não sei responder, a verdade é que em todos os discos (exceto o primeiro),
sempre houve algo de novo que não existia no anterior. Acredito que no caminho
do Revelations até ao Rockslinger nos tenhamos deixado levar
pelo rock cada vez mais pesado, mas
sempre procuramos oferecer algo que não estivesse no disco anterior e acredito
que no próximo disco não será diferente.
E voltamos a ter uma peça de
uma incrível fragilidade e sensibilidade. Já começa a ser um hábito nos vossos
trabalhos…
PM: Sim, o My Treasure. Essa é uma música que eu e o Gil Neto escrevemos
nos tempos do Revelations, e por ser
tão diferente do resto das músicas, nunca pensamos colocá-la em disco, mas na tour do Kismet, tocávamos o My
Treasure ao vivo nos showcases
acústicos porque julgámos que se enquadrava bem nesse ambiente de espetáculo, e
a reação do público foi boa e surpreendente, o que nos deu confiança para
gravarmos e incluirmos esta música no disco. E sim, assumo que esta fragilidade
e sensibilidade é algo que nos descreve pessoalmente a todos na forma mais
sincera possível. No nosso dia-a-dia, temos momentos em gostamos de ouvir e
tocar som mais a abrir e outros em que gostamos de tirar o pé do acelerador e
curtir um som mais íntimo e “frágil” e acredito que ao partilharmos isso dessa
forma no disco, quem ouvir irá reconhecer a autenticidade de que somos assim
mesmo. Se é um hábito a manter não sei, se continuarmos a sentir que faz
sentido então sim, caso contrário não fazemos muita questão que isto seja uma
regra imperativa.
Têm algum convidado a
colaborar em Rockslinger?
PM:
Não, fora da banda apenas participou o Fernando Matias na produção do disco e
teclas no My Treasure, e amigos
próximos em coros.
Desta vez verificou-se a
estabilidade com a manutenção do mesmo line-up.
De que forma isso transparece em Rockslinger?
PM: Por
não ter havido alterações na banda, foi naturalmente mais simples manter o
mesmo processo criativo o que facilitou a escrita e a produção, e talvez por
todos nós nos conheceremos cada vez mais, existe uma melhor química musical e
isso julgo que se reflete no disco.
I’ve Been Shot é o primeiro single deste EP. Porque a sua escolha? Está disponível para download gratuito, certo?
PM:
Sim, está disponível para download
gratuito no nosso website em www.gophazer.com. Essa música conquistou-nos a nós e ao
produtor Fernando Matias muito rapidamente. Foi quase imediata a escolha dela, por
ser uma música de rock puro que achamos
que resulta bem na primeira audição, e dessa forma seria a melhor aposta para
satisfazer os fãs que já aguardavam novidades há algum tempo e que nos acaba
por definir e apresentar-nos a novos fãs como banda rock que somos.
Do mesmo tema foi criado o
vídeo. Como decorreram as sessões de captação e quem trabalhou convosco na sua
conceção e criação?
PM:
Podemos dizer que este vídeo é uma family
production. Um grande amigo da banda e como lhe costumo chamar o El General da nossa PhaZer Street Team, Paulo Rodrigues juntamente com Christopher
Ferreira foram os responsáveis pela produção do vídeo. As filmagens correram
muito bem. A captação foi em Viseu num antigo matadouro, e sendo nós de Lisboa
tínhamos uma janela muita curta para a captação, houve um trabalho prévio muito
bem feito de planeamento, em termos da storyboard,
planeamento das cenas, logística e felizmente tudo correu muito bem e de acordo
com os planos, e acima de tudo a equipa que participou foi excecional, um
ambiente muito bom e uma tarde muito bem passada entre amigos da família PhaZer.
Como decorreram os trabalhos
de gravação desta vez?
PM:
Desde o Kismet que estabelecemos uma
forte amizade com o produtor Fernando Matias, tanto que acabamos por nos tornar
vizinhos e os nossos estúdios são a paredes meias, ou seja, o contacto é
constante, não só ele vai acompanhando as novas composições in loco, como quando foi para gravar,
apenas foi necessário mover os nossos instrumentos para o piso de cima! Num
ambiente tão próximo como este, a cumplicidade é tão grande que faz com que o
processo seja extremamente rápido e natural. Acho que ele entende perfeitamente
o nosso som e por onde queremos ir, e constantemente lhe pedimos opiniões e
sendo quem ele é, o seu contributo nas nossas músicas é como a cereja no topo do
bolo, é a verdadeira especialidade dele, a pastelaria! (risos) Acho que fazemos
uma excelente equipa!
Um dos temas é uma cover de um tema dos The Cult. Esta
banda acaba por ser uma referência para os Phazer? Como surgiu a ideia de fazer
essa cover de Lil Devil?
PM:
Sim, é uma banda com quem crescemos e que nos influenciou assim como tantas outras
mas temos um carinho especial por eles. Este tema surgiu quando fomos
convidados para gravar uma cover de
uma música dos anos 80 para uma compilação de nome Metropolis 79/89
lançado pela Raging Planet em 2009. Esta versão teve uma boa reação tanto na
compilação como ao vivo, e como era inédito na nossa discografia, decidimos
inclui-la neste novo disco.
Como é que os Phazer surgem
numa reportagem alemã sobre os Jogos Paraolímpicos
de Londres 2012?
PM:
Na época do primeiro disco, fizemos um amigo e fã alemão, que nos contactou a
pedir autorização para a utilização de algumas músicas do EP Revelations, para uma série animada na web produzida por ele. Mas por razões
que desconhecemos, nunca chegou a ver a luz do dia... ou da rede! Mas a amizade
ficou e ele continuou a seguir-nos atentamente. Entretanto voltou a
contactar-nos, desta vez em nome da Deutch Telecom onde atualmente trabalha,
acho que é a PT do sítio, e pediu-nos autorização para utilizar algumas músicas
desta vez do álbum Kismet na
cobertura dos Jogos Paraolímpicos de Londres 2012 também produzido por ele. Muitas
vezes brincamos entre nós sobre o facto de termos fãs nas mais variadas
profissões, como se tratasse quase de um “Fight Club” e de termos um plano
maquiavélico de dominar o mundo (risos)! A verdade é que a família de PhaZer
cada vez tem crescido mais e nas mais diferentes geografias e extratos sociais,
e esta malta têm mostrado um apoio incondicional que nunca esperamos ver tão forte
e dedicado e não podíamos ficar mais satisfeitos e orgulhosos por tudo isto!
Depois de Revelations ter sido em edição de autor
e de Kismet ter sido editado por duas
editoras, Rockslinger resulta da
pareceria de três. Parece que toda a gente quer trabalhar com os Phazer…
PM:
(risos) Parece que sim, felizmente temos o privilégio de termos os parceiros
certos a bordo e com a sua estrutura, trabalharmos em equipa com objetivo de
fazer chegar a nossa música a mais gente. Contudo, hoje são tempos diferentes
para a industria musical e confesso que estivemos a ponderar em lançar o Rockslinger apenas como edição digital,
mas o Daniel Makosch da Raging Planet motivou-nos a fazermos a edição física e
no mesmo formato do Kismet juntamente
com a Raising Legends com uma parceria de distribuição de custos e receitas e
desta vez com um novo parceiro, a editora Ethereal Sound Works, que embora o
nosso som não seja o género predominante do seu catálogo, desde o primeiro
minuto mostrou interesse e disponibilidade em trabalhar connosco.
PM:
Sim, acabamos de anunciar no nosso website
e facebook 6 novos concertos já confirmados,
entre eles alguns showcases acústicos.
Esperamos em breve anunciar mais datas. As datas já anunciadas são:
·
FNAC Almada (showcase acústico) – 3/Novembro – 17h;
·
In Live Caffé,
Moita – 3/Novembro – 23h;
·
FNAC Viseu (showcase acústico) – 10/Novembro – 17h;
·
Estudantino Café
Bar, Viseu – 10/Novembro – 23h;
·
Hard Rock Café,
Lisboa – 12/Novembro – 23h (Festa de Lançamento);
·
FNAC
AlgarveShopping (showcase acústico),
Albufeira – 1/Dezembro – 17h.
A terminar, obrigado mais
uma vez pela vossa disponibilidade e deixo-vos espaço para acrescentarem o que
entenderem para os vossos fãs em particular e para os nossos leitores em geral.
PM:
Quero em primeiro lugar agradecer-te a oportunidade no Via Nocturna. Durante
este nosso percurso, o Via Nocturna tem mostrado sempre um grande empenho e
apoio aos PhaZer, o que nos deixa bastante agradecidos e orgulhosos. Muito
Obrigado e um abraço muito especial para ti Pedro! Para concluir a entrevista,
não posso deixar de retribuir a toda a malta que nos tem vindo a apoiar ao
longo destes anos, alguns apenas agora nos conheceram agora, mas têm mostrado
que são fãs de topo. O nosso muito obrigado e fica a promessa de nos
encontrarmos em breve num próximo concerto! Muito Obrigado a todos, são os
melhores fãs do mundo!
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