Talking With Strangers (Judy Dyble)
(2013, Gonzo Multimedia)
(4.7/6)
Se são daqueles que não têm paciência suficiente para
ouvir nada que não seja rock/metal,
isto não é para vocês e podem parar de ler já aqui. Se, por outro lado, são
exploradores sonoros e buscam a qualidade seja em que quadrante musical for,
descubram (se o não fizeram ainda, dada a longevidade da carreira desta
artista) Judy Dyble antiga membro
dos Fairport Convention. Talking With Strangers é um disco já previamente
editado em diferentes anos e em diferentes lugares mas que agora a Gonzo
Multimedia recupera para uma edição mundial. E em boa hora o faz porque
este é um disco extremamente agradável de ouvir, muito orgânico e pessoal.
Desde o curto tema introdutório que o ouvinte é convidado ao relaxamento fruto
da criação de tranquilos ambientes sacados às guitarras acústicas com o
acompanhamento suave e quente da voz de Dyble que aqui aparece acompanhada
pelos monstros sagrados Ian McDonald
(Foreigner) e Robert Fripp (King
Crimson). Se quiserem um termo de comparação, o trabalho de Blackmore’s Night será uma boa
referência. De seguida Jazzbirds
aproveita as mesmas paisagens mas enriquece-as com apontamentos experimentais e
um soberbo trabalho de flauta. Em C’est
La Vie, (tema originalmente escrito por Greg Lake/Pete Sinfield) surge o
primeiro momento de verdadeira excelência com uma sensacional melodia criada
pelos mesmos tranquilos dedilhados acústicos cruzados com momentos únicos de
sentimento saídos do violino de Rachel Hall. Talking With Strangers é um tema despido de adornos, simplesmente
com voz e acompanhamento de piano e em Dreamtime
voltam as referências Blackmore’s
Night pela influência celta/medieval. Grey
October Day é o expoente máximo de Talking
With Strangers. Neste tema tudo é brilhante. Desde o trabalho vocal, em
dueto, até às influências jazz com um simplesmente genial trabalho
de saxofone. A longa Harpsong é uma
faixa autobiográfica (no fundo, como a totalidade do disco) e, por isso mesmo, apresenta
diversas texturas e diferentes ambientes criados ora por piano, guitarra
acústica, sopros ou por guitarra eléctrica. O álbum conta ainda com duas faixas
bónus que, na nossa opinião, apesar do seu sentimento envolvente e quase
hipnotizador, pouco acabam por acrescentar ao disco. Sem dúvida um disco de
música de grande qualidade, mas um disco diferente do que normalmente se
analisa por aqui. Um disco que pisa o campo do progressivo mas também de uma
forma diferente do tradicional. Com um acentuado sentimento orgânico, humano e
pessoal e com a incursão por campos étnicos/folk.
Sem dúvida, a banda sonora perfeita convidativa para o relaxamento.
Tracklist:
1.
Neverknowing
2.
Jazzbirds
3.
C’est La
Vie
4.
Talking
With Strangers
5.
Dreamtime
6.
Grey
October Day
7.
Harpsong
8.
Sparkling
(bonus track)
9.
Waiting (bonus track)
Line-up:
Judy
Dyble – vocais e harmónica
Tim Bowness, Jacqui McShee, Julianne Regan, Celia
Humphries – vocais
Robert Fripp, Herry Fletcher, Paul Robinson, Jeremy
Salmon – guitarras
Simon
Nicol, John Gilles – guitarra acústica
Alistair
Murphy – guitarras, órgão, piano e teclados
Mark Fletcher – baixo
Pat Mateloto – bateria
Ian McDonald – flauta e saxofone
Laurie A’Court - saxofone
Rachel Hall – violino
Sanchia Pattinson - oboé
Internet:
Edição: Gonzo Multimedia
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