Entrevista: As de Espadas

Quando um elemento dos punks Defying Control decide fazer algo diferente e chama alguns dos seus companheiros e ex-companheiros nascem os As de Espadas. João Ás, vocalista e baixista, o Killer nos Defying Control, teve a ideia e daí até à edição de Âncora foi um passo curto. João Ás explica-nos o porque do nascimento deste projeto, numa conversa que, naturalmente, passou pelos DC.

Viva João! Obrigado pelo tempo despendido com Via Nocturna. De que forma se deu a génese deste novo projeto?
Olá Pedro e muito obrigado pela entrevista. A origem do projeto vem maioritariamente da vontade de escrever em português. Além disso queríamos fazer algo menos elaborado e mais calmo do que fazemos em Defying Control. Fazer música mais simples mas que fosse giro e que tocasse a um maior número de pessoas. Cantar em português é um grande alívio. Não existe a preocupação extra que se tem de ter quando cantamos em inglês, quando o inglês não é a nossa língua materna.

Uma vez que contigo estão outros elementos e ex-elementos dos Defying Control, de onde surgiu a ideia? Partiu de ti e falaste aos outros elementos ou foi uma ideia de conjunto?
A ideia partiu de mim. Tinha músicas na gaveta que não eram material para Defying Control, eram mais rock n roll então surgiu a ideia de criar As De Espadas. Falei com a malta et voilá, aqui estamos nós.

Entretanto mudaste de Killer para João As. Porque?
Continuo a ser o Killer, mas achei piada criar um pseudónimo com uma “onda” mais relacionada com a banda. Como o meu verdadeiro nome é João, foi só adotar o Ás. João Ás é bem rock n roll lol

E já agora o porque de ser As sem acento?
Em ”João Ás”, leva acento em “As De Espadas”, não. Só para chatear ahahha. Sabes como é, a nossa génese é o punk, temos de ter sempre qualquer coisa para chatear as pessoasJ

Naturalmente os As de Espadas acabam por apresentar uma sonoridade diferente dos Defying Control. Quais são as vossas referências para este projeto?
As referências musicais em As De Espadas são o rock n roll, ponto. A ideia era fazer o que os Social Distortion fazem mas em português. Rock n roll com espirito punk. De futuro vamos ter mais folk e mais elementos tradicionais portugueses à mistura. Um pouco o que os Quinta Do Bill fazem e os Sitiados faziam tão bem.

Então, como descreverias Âncora?
Descrevo Âncora como um álbum carregado de rock, swing, simplicidade e alma. Ingénuo e puro, sem grandes pretensiosismos, como quase todos os primeiros álbuns de qualquer banda o são.

Este é trabalho apenas com edição digital, certo? Quem o quiser adquirir o que deve fazer?
Certo. Saiu pela N’Music. Podem adquiri-lo através do MusicBox, aqui: http://musicbox.sapo.pt/album/ancora-514122

Para este trabalho tudo foi feito por vocês próprios não foi?
Foi. Tudo feito por nós. Já estamos habituados pois Defying Control tem sido uma escola e pêras. No entanto foi tudo feito com relativa tranquilidade uma vez que não havia pressão alguma. Falando por mim, foi extremamente divertido uma vez que estava a gravar em português e as linhas de baixo completamente diferentes das que costumava gravar, muito fixe mesmo.

Em janeiro do ano passado, Francis, numa entrevista que nos concedeu falava de um caminho sinuoso trilhado pelos Defying Control. De que forma ou não As de Espadas se insere nessa vertente sinuosa?
Com Defying Control existe mais pressão, especialmente para mim e para o Francis, uma vez que somos os mentores da banda. A responsabilidade cai sempre sobre nós os dois. As De Espadas serve um pouco para espairecer, levar as coisas com mais calma e nos divertirmos mais. Sair um pouco da linha dura do Punk Rock/Hardcore.

Já agora, em que situação ficam os Defying Control? Vão continuar? E em caso afirmativo, já há perspetivas para um novo álbum?
Existe o melhor álbum de sempre para Defying Control mas por enquanto vamo-nos manter em hiato. Estamos a fazer uma pausa e não sabemos para quando o nosso regresso. A malta está a levar a cabo projetos laterais e vai-nos fazer bem descansar um pouco. Dez anos de Punk Rock a 200/hora foi muito bom mas todos nós neste momento estamos a ter novas experiências musicais.

Depois desta experiência, há mais vontade de voltar ao punk rock ou não? Ou poder-se-á esperar outro tipo de experiências noutras áreas?
O punk rock em Defying Control vai estar sempre presente, é essa a razão de existir da banda. Quando voltarmos com certeza vamos estar mais amadurecidos e novos elementos surgirão que vão enriquecer a nossa música. Em As De Espadas, o punk rock está presente no espirito da coisa. Além disso as pessoas poderão sempre contar com uma ou duas músicas a rasgar, por álbum. Uma vez punk, punk para sempre lol.

Uma curiosidade: Dia de Bola remete para que emblema? (risos)
Bem, a ideia é remeter para todos os emblemas mas se tiver que nomear um, é sem sombra de dúvida, a Selecção Nacional. ‘Bora Pooooortugaaaaal!!!

Obrigado, mais uma vez, por este momento, e dava-te a oportunidade de acrescentar algo que não tenha sido abordado nesta entrevista.

Obrigado mais uma vez em meu nome e em nome dos As De Espadas. Votos de muito sucesso para ti Pedro e para a Via Nocturna. Para os leitores e ouvintes fica o apelo. Não desistam de Portugal, haveremos de sair desta crise de cabeça erguida. Apoiem a música nacional! Estimem a Natureza e sejam verdadeiros.

Comentários

DISCO DA SEMANA #47 VN2000: Act III: Pareidolia Of Depravity (ADAMANTRA) (Inverse Records)

MÚSICA DA SEMANA #48 VN2000: My Asylum (PARAGON)(Massacre Records)

GRUPO DO MÊS #11 VN2000: Earth Drive (Raging Planet Records)