Entrevista: Ricardo Marques

Ricardo Marques, atual guitarrista dos The Ramble Riders, ex-guitarrista de Us & Them, resolveu aventurar-se numa produção a solo e assim nasceu Downtown. Vamos perceber as razões que estiveram subjacentes a este passo.
 
Viva, obrigado por despenderes algum tempo com Via Nocturna. Da última vez que falamos, ainda foi a propósito de Jack Class dos Us & Them, já lá vai cerca de um ano e meio. O que tens feito desde então?
Antes de mais gostava de agradecer à Via Nocturna por mais uma oportunidade para divulgação de mais um trabalho. A última vez que falamos foi sobre o último trabalho dos US & THEM. A banda chegou ao fim em 2012 e foi nessa altura que nasceu o novo projecto, The Ramble Riders. Desde então tenho estado com a nova banda a preparar o seu arranque. Também estou a tentar formar um projecto de covers Blues com o baixista dos Ramble Riders e estou neste momento a estudar na ESMAE, no curso de Música - Produção e Tecnologias da Música.

Quando decidiste que estava na altura de te aventurares nesta experiência em solitário?
Decidi quando quis realmente dedicar-me à Música, sobretudo à produção de som. Comecei por produzir pequenos stingers, jingles, instrumentais, efeitos sonoros, etc, para um catálogo de venda online. Depois de também ter alguma formação e alguns estudos sobre o áudio/som decidi editar um trabalho onde pudesse passar pelo processo todo: composição, gravação, mistura, produção, e até mesmo a edição de imagem para a capa.

Que motivações estiverem subjacentes à criação deste projecto?
A maior motivação foi a ideia de me introduzir na produção, ou seja, poder explorar e dar os primeiros passos na gravação e mistura. A preparação para a minha candidatura à ESMAE também me motivou à criação do EP.

Como decorreu o processo de composição? Trabalhaste sozinho na criação dos temas?
Tive a ajuda do Vasco Pereira na parte do baixo, mas escrevi tudo o resto. Apenas tenho experiência em compor partilhando ideias com os membros das bandas em que estou. Então, decidi compor vários temas, do início ao fim, sem partilhar ideias. De certa forma tive a curiosidade de saber se conseguia compor com mais ou menos dificuldade.

No álbum, assumes a quase totalidade dos instrumentos. Qual foi a razão?
Como referi anteriormente, este trabalho é para mim uma introdução à produção de som. Para além de também querer introduzir-me a outros instrumentos, não tive muitas formas de gravar os instrumentos, senão apenas com o material que dispunha.

Só não tocas baixo que ficou para o Vasco Pereira…
É um amigo de longa data, para além de me acompanhar desde sempre na música. Convidei-o porque não queria que o EP fosse tão solitário como parece, e porque já conheço muito bem a sua forma de tocar e já sabia o que esperar.

Este é um trabalho instrumental que, na minha opinião se aproxima do blues, concordas? Era essa a intenção?
A única intenção que procurei foi um estilo Funk. Fora isso, não restringi as minhas influências ao trabalho e acho normal sentir-se uma pequena mistura de estilos e influências. 

É curioso porque também és elementos dos Highway Power Bues, precisamente um conjunto mais virado para o blues. Mas aqui só tocam covers, não é?
Sim, apenas tocamos covers Blues. A ideia é ter um projecto diferente de uma banda de originais e poder tocar ao vivo temas conhecidos, onde o público possa apenas ouvir velhos clássicos do Blues.

Já agora como está a situação dos HPB? Sei que estiveram em fase de recrutamento de baterista e vocalista. Já resolveram a situação?
Com muita pena nossa ainda não conseguimos encontrar as pessoas certas. Esperamos conseguir num futuro próximo.

E quanto aos Us & Them, estás definitivamente fora?
Sim, a banda chegou mesmo ao fim. A relação do grupo estava a enfrentar alguns problemas e algumas discordâncias em relação ao futuro. Decidimos então terminar.

Já agora que falamos de projetos onde participas, temos os The Ramble Riders. Há alguma novidade que nos queiras avançar?
Estamos a começar as gravações do primeiro trabalho. Após algumas alterações de formação, já estamos prontos para começar a actuar ao vivo mas não o queremos fazer sem editar o nosso primeiro EP. Esperamos poder editá-lo no início de 2014.

Voltando a Downtown este trabalho terá apenas edição digital segundo suponho. Quem o quiser adquirir o que deverá fazer?
Sim, apenas terá formato digital. Está disponível para download livre em várias plataformas de música online.

Podes explicar aquela passagem do terceiro para o quarto tema, de Soundcheck para Space Ground?
No tema Soundcheck pretendo transmitir a ideia de um pequeno ensaio de som com a captação desse momento, dando ao ouvinte a perspetiva da pré-produção de um tema, sem manipulações e edição de áudio. Desta forma acabo também por preparar o próximo tema, Space Ground.

E haverá hipóteses de termos Downtown ao vivo? Em caso afirmativo, que músicos te acompanharão?
A intenção deste disco nunca foi tornar-se mais do que um trabalho de estúdio, de experimentação e de auto-satisfação. Não prevejo nenhum avanço nesse sentido, ou seja, tocar o Downtown ao vivo.

A terminar, mais uma vez obrigado e dou-te a oportunidade de acrescentar algo mais ao que já foi abordado nesta entrevista?

Obrigado!!!!!

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