Entrevista: The Widowbirds

Depois de Shenandoah e de uma bem sucedida tournée europeia, os The Widowbirds trocaram a sua secção rítmica e partiram para a composição de um novo trabalho. Heart’s Needle é o resultado, num registo claramente mais rockeiro e mais elétrico que o seu antecessor, para desgraça dos vizinhos portugueses de Simon Meli, líder, vocalista e guitarrista do quarteto e que, mais uma vez, acedeu a responder às nossas questões.

Olá Simon, mais uma vez! Quase ano e meio depois da nossa última conversa, o que nos podes dizer a respeito deste período nos The Widowbirds?
Desde essa altura e desde que deixamos a Europa da nossa última tournée em fevereiro de 2013, fizemos uma tournée nacional na Austrália, com uma série de festivais, bem... Ainda antes fomos para estúdio para começar a gravar Heart’s Needle! Pelo caminho, perdemos a seção rítmica para dar espaço a dois novos irmãos que ajudaram a termos um ano fantástico, um álbum dos diabos só com boas vibrações!

Ainda bem que falas dessa tournée europeia. Que balanço fazes dessa experiência?
Andar em tournée pela Europa, pela primeira vez – bem, pela primeira vez também fora do nosso país - foi incrível. Não é uma tarefa fácil e tens que ter bastante resistência, no entanto, a tournée na Europa foi muito melhor do que qualquer uma que tenhamos feito na Austrália. Novos rostos, línguas estrangeiras ou corações selvagens em loucura com o espetáculo que proporcionamos. Não importa onde fomos na Europa, foram as pessoas desses locais para quem tocamos - que deixou um caso de amor eterno. Nós nunca poderemos agradecer o suficiente à Teenage Head Music por nos levar aos fãs europeus!

E agora, novo álbum quase cá fora. Quais os vossos sentimentos a este respeito?
Não poderíamos estar mais animados. É um novo amanhecer, um novo dia e com Heart’s Needle pronto queremos levá-lo às pessoas. O disco saiu de uma forma totalmente orgânica e com os nossos dois novos amigos e membros no baixo e bateria o som dos The Widowbirds foi reforçado, revigorado e determinado.

Como decorreram as sessões de gravação foi desta vez?
Passamos alguns fins-de-semana na minha casa, espremidos num pequeno quarto, com os nossos amplificadores – irritantes para os meus vizinhos portugueses – reunidos à volta da minha velha bateria a tocar as músicas vezes sem conta... Até que chegaram ao seu groove natural. O nosso tempo em estúdio foi um tempo para descobrir os melhores sons, desfrutar da música e curtir o som. Tenho a certeza que desta vez teremos descoberto a nossa paixão pelos britânicos British Blues Power 3pc com vocais e nós deliciamo-nos com a dinâmica que isso pode trazer.

Heart’s Needle soa mais rockeiro e com mais guitarras eléctrica e menos elementos acústicos. É mais cru e direto, concordas? Foi um passo consciente?
Foi, definitivamente, um passo consciente. Descobrimos na estrada e fomo-nos transformando e deslocando para uma outra velocidade, o que é um sinal de que as nossas raízes mais fortes estavam a tocar superfície. Caramba, somos australianos e todos temos um pouco de ACCADACCA (AC/DC) e os Easybeats dos nosso sistema deixaram a maior taxa de energia elétrica correr livremente misturada com a nossa paixão pela Soul Music que foi a maneira de continuar a partir de Shenandoah.

Os novos elementos tiveram alguma influência nestas mudanças na direção musical?
A raiz da nossa composição não mudou, na verdade até melhorou. Heart’s Needle é a melhor representação do nosso som ao vivo. Somos nós na realidade. Tocamos juntos com uma nova seção rítmica a maior parte do ano desde que regressámos da Europa e foi-se desenvolvendo até à gravação do novo álbum.

Então, desta vez não foi um trabalho basicamente em duo?
As músicas são sempre introduzidas por mim ou pelo Tony, mas sempre com a apreciação e o gosto da seção rítmica (Ivan e Jan) que fazem de Heart’s Needle os The Widowbirds de agora.

Estes novos elementos tocaram na Europa? Como foi a sua adaptação às músicas mais antigas?
Ivan e Jan trouxeram a alma e o espírito certo. Somos amigos há muito tempo e conhecemos o íntimo musical de cada um. O Jan andou o ano passado em tournée connosco a tocar Hammond, mas na realidade ele é um baixista fenomenal e foi abordado para assumir esse papel. Ivan e eu já trabalhamos em muitos espectáculos e sabia que ele a pessoa indicada para a banda. Foram estas experiências com eles que permitiram que Shenandoah continuasse e Heart’s Needle nascesse.

Tiveram algum convidado neste álbum? Qual foi a sua contribuição?
Tivemos um grande amigo meu que se juntou a nós no tema Light On The Hill. Adrian Keating é um fantástico compositor e violinista e foi ele que escreveu e tocou as cordas ao vivo na faixa de encerramento do álbum. O nosso baterista original Shane O'Neill tocou bateria nos dois primeiros temas que foram escritos ainda durante a nossa última tournée europeia e nosso grande amigo Serge Coniglione, que é um baixista soul muito respeitado aqui na Austrália juntou-se a nós nos mesmos temas.

Um nome como Heart’s Needle tem algum significado?
É a continuação de Shenandoah. Deves seguir o teu coração.

Foste um dos nomes escolhidos para alguns shows em abril e junho para comemorar o 50º aniversário dos The Who. Como surgiu essa ideia e como te sentes sendo um dos escolhidos?
Os The Who são um dos grandes nomes que juntaram o rhythm ‘n’ blues ao rock ‘n’ roll forjando um determinado som ainda icónico e reconhecível nos dias de hoje. Ser convidado para cantar nesta celebração com dois amigos meus, Steve Balbi em Noiseworks/Electric Hippies e agora novo companheiro de Ciaran Gribbin novo vocalista para o INXS é uma emoção enorme. Juntos iremos trazer o R & B ao máximo, à lá The Who!

O primeiro vídeo retirado de Heart’s Needle é Battle Cry. Porque a escolha desta canção?
Battle Cry é um canto que define a posição de uma banda ou um grupo. Foi a primeira música gravada, a primeira música do disco e era apropriado ser a primeira música a ser libertada para o mundo.

E quanto a tournées… A Europa de novo, certo?
Uma tournée pela Europa, graças à Teenage Head Music entre 25 de abril e 28 de maio.

Bem, foi um prazer conversar contigo mais uma vez. Queres acrescentar mais alguma coisa para os nossos leitores ou para os vossos fãs?
A música nunca te deixa ir abaixo.

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