Diz-se que se
Chris Cornell e Muddy Waters tivessem uma criança e a dessem a Jack White para
a criar, só poderia ser… Captain Ivory. Esta expressão ilustra aquilo que o
quinteto cujas sementes começaram a germinar em Roma, tem para oferecer e só
conta com dois anos de existência. O seu álbum homónimo foi uma das melhores
estreias de 2014 e a banda prepara-se, agora, para vir conquistar a Europa.
Robbie Bolog, o guitarrista e um dos membros fundadores falou a Via Nocturna.
Viva Robbie!
Obrigado por esta oportunidade. Quem são os Captain Ivory? Podes falar um pouco
da banda aos rockers portugueses?
Somos um quinteto de rock n 'roll sujo, originalmente formado
na área de Detroit, MI, e agora localizado em Nashville, TN. Temos um som
pesado de guitarra, mas o piano e órgão (capitão dos marfins - daí o nome)
adiciona uma bela camada de diversidade ao que fazemos.
Quais são as vossas
principais influências?
Não tentamos encobrir qualquer uma das
nossas grandes influências do rock
clássico (Led Zeppelin, The Doors, The Band, etc), mas as longas viagens na
carrinha dá a todos uma oportunidade de tocar alguma da sua música favorita. E
torna-se bastante eclético. Radiohead, Muddy Waters, The Meters, My Morning
Jacket, White Denim só para citar alguns.
Podes descrever
este vosso álbum de estreia para quem não vos conhece?
Tal como com os nossos hábitos de
escuta, poderão encontrar uma gama bastante ampla de estilos de música neste disco.
Na realidade não foi intencional, mas, definitivamente há lá uma canção para
todos. A ideia quando partimos para a gravação do álbum de estreia era capturar
a energia que desenvolvemos ao vivo, num ambiente de estúdio. A fundação da
banda foi construída a tocar ao vivo e todas as músicas do álbum foram exaustivamente
tocadas na estrada, antes de entrar em estúdio. Não queremos isso de outra
maneira, pois isso deu-lhes tempo para amadurecerem e ficarem sob o nosso
domínio.
É verdade que
as sementes dos Captain Ivory foram semeadas em Roma? Mas foi apenas uma
simples coincidência, não foi?
Eu (guitarra) e Steve (piano e órgão)
reunimo-nos em Roma, aquando de uma viagem de mochila às costas, à Europa feita
através da nossa universidade. A primeira coisa que nos ligou foi o gosto pela mesma
música e o desejo de criar uma banda juntos depois de regressarmos aos Estados
Unidos. Steve era grande amigo de Jayson (vocais) e um dia convidou-o. A
química foi bastante imediata entre os três e o resto da banda formou-se logo
após, quase que imediatamente. Nenhum de nós estaria a viver em Nashville e a
andar em tournée pela Europa apenas 2
anos depois do nascimento da banda, mas atualmente a música está a fluir melhor
do que nunca. Tem sido um desafio que vale a pena.
Podes
descrever como decorreram as sessões de gravação?
Trabalhar com Dave Feeny foi o
máximo! Ele é muito terra-a-terra mas
tem uma grande lista de créditos no seu currículo. Entrar e ver o seu Grammy na sua prateleira pelo seu trabalho
com Jack White definia o tom para as sessões. Nós estávamos lá para fazer o
melhor disco que pudéssemos. Como mencionado, queríamos que soasse o mais
humano e ao vivo possível. Uma produção de estúdio é porreiro, mas com
demasiado empolgamento, pode rapidamente arruinar uma gravação. Além disso, não
temos orçamento para nos sentarmos em estúdio a mexer com o equipamento durante
todo o dia. Gravamos quase tudo ao vivo e depois limpamos algumas partes e
fizemos os overdubs. Esperemos que toda
a energia da sala chegue ao ouvinte.
Têm uma
música chamada Six Minutes To Midnight!
Já
tínhamos a Two Minutes to Midnight
(Iron Maiden). Mas não foi aí que se
inspiraram, pois não?
Pensa em quanto mais podes fazer em
seis minutos contra dois! Além disso, os Iron Maiden agora voam para os
espectáculos no seu próprio jato particular. Atendendo à sua carreira não pode
ser uma coisa má. Agora a sério, nenhum de nós se lembrou até a música estar
terminada.
Uma tournée europeia está quase aí. Quais
são as vossas expetativas?
Temos muitos amigos que já andaram em
tournée pela Europa com outras
bandas. O feedback deles é unânime - os
europeus adoram música ao vivo, ouvem e apoiam num nível totalmente diferente.
Estamos ansiosos para descobrir por nós próprios. Além disso, tem havido falta
de pessoal a surfar nos nossos
concertos. Por isso, vocês poderiam levar isso em conta porque nós apreciamos.
Portugal não
está incluído?
Infelizmente não! Nem o Reino Unido!
Tantos lugares para tocar e tão pouco tempo. Mas temos alguns espectáculos na
costa ocidental da Espanha, que pode ser atingível para alguns de vocês.
Teremos certamente festa com todos. E quem sabe, dependendo de como a nossa música
for recebida, talvez a gente se mantenha e não regresse a casa.
False Remedy é o primeiro
vídeo extraído deste álbum. Por que a escolha dessa música
False Remedy capta muito bem tudo o que fazemos
numa canção. É bluesy, dark e superdinâmica. Não podemos deixar
de pular durante essa parte do refrão.
Falando do futuro,
que objetivos pretendem atingir com os Captain Ivory? Aonde pensam que podem
chegar?
É difícil de acreditar que já se
passaram dois anos desde que nos juntamos. Conseguimos muito durante este
período, mas estamos nisto para um longo curso. O próximo passo após a Europa será
voltar a andar em tournée pelos EUA,
mantendo e aproveitando a ótima forma criativa em que estamos agora. Temos perto
de duas dezenas de novas ideias musicais flutuando apenas à espera de serem
colocadas cá fora. O principal é continuar a trabalhar. Tudo o resto gira à
volta disso.
Obrigado
Robbie! Foi um prazer conversar contigo! Queres abordar mais alguma coisa que
não tenha sido abordado nesta entrevista?
Há quase oito meses que nos estamos a
prepara para esta viagem a Europa. Isto para dizer que estamos muito animados
para chegar aí e rockar com toda a
gente! As datas estão em www.CaptainIvory.com. Venham a um espetáculo e curtam connosco!
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