Já considerados como a melhor banda
britânica de rock sinfónico com
vocalista feminina, os Winter In Eden não deixam os seus créditos por mãos
alheias neste seu regresso com Court Of
Conscience, terceiro trabalho de originais. Apesar de gravado na Holanda
com Ruud Jolie (Within Temptation), o que o quinteto nos apresenta é muito mais
que uma simples colagem aos famosos holandeses, como nos explica Steve
Hauxwell, baterista do coletivo.
Olá Steve! De regresso com o vosso terceiro
álbum como se sentem? Totalmente satisfeitos?
Olá! Sim, estamos muito felizes com a forma como o álbum saiu e
mais ainda com a forma positiva como foi recebido, tanto pelos fãs como pela
comunicação social.
Onde estão mais visíveis as marcas
de evolução em relação aos vossos lançamentos anteriores?
Esta foi a primeira vez que o material foi escrito e gravado com o
baterista Steve Hauxwell que substituiu Wayne McAloon em 2012. Assim, naturalmente,
a forma como abordamos a composição e o conteúdo das músicas em si mudou um
pouco em relação a Awakening e Echoes Of Betrayal. A direção da banda e
o estilo geral permanece inalterado, embora o nosso som tenha evoluído, o que é
saudável para qualquer banda. Esta foi também a primeira vez que trabalhei com
Ruud Jolie como produtor o que realmente ajudou a tirar o melhor proveito de
nós e do material.
Porque escolheram gravar na
Holanda?
Muito simplesmente porque era uma escolha óbvia para nós. Ruud
Jolie produziu o álbum e o seu estúdio é na Holanda. Parecia razoável para nós
que devêssemos gravar num ambiente em que se está confortável, portanto, todos
os envolvidos poderiam estar mais relaxados e assim obter as nossas melhores performances.
A produção esteve a cargo de Ruud
Jolie, como já referiste. Como foi trabalhar com ele?
Foi incrível! Como já mencionado, sempre relaxado na sua forma,
mas igualmente muito profissional ao mesmo tempo. Divertimo-nos imenso. Ele
entende tudo a respeito dos Winter In Eden e soube instintivamente o que
estávamos a tentar 'dizer' neste álbum, tanto no plano fonético como emocionalmente.
Teve algumas grandes ideias e técnicas para nos ajudar a criar este álbum. Ele foi
tudo o que se pode esperar de um produtor.
Além de Jolie, também outro nome
associado aos Within Temptation (Stefan Helleblad) trabalhou convosco. Com isto
em mente e ouvindo o vosso álbum, percebe-se que os WT são uma das vossas
influências…
Eles são uma das nossas influências, mas também somos inspirados
por outros grandes artistas. Entre nós, temos gostos muito ecléticos! Não
fazemos qualquer tentativa de soar como qualquer banda em particular ou tentar
imitar qualquer estilo, apenas fazemos o que fazemos!
Que outros nomes vos influenciam ou
costumam ouvir?
Muitas vezes perguntam-nos sobre as nossas influências mas nós nunca
damos uma resposta direta! Somos cinco pessoas que têm diferentes raízes
musicais e que obtêm inspirações de diferentes lugares. Alguns de nós estão
mais no campo do Metal, outros do Pop ou contemporâneo, enquanto outros
são mais progressistas. Cada um de
nós traz algo diferente em termos de escrever e tocar, o que impede o álbum de se
tornar comum ou repetitivo. Achamos que é por isso que é muito difícil
colocar-nos num género musical específico.
Vamos falar um pouco a respeito dos
convidados. Cordas, vocais e Damian Wilson nas narrações. Podes descrever-nos
um pouco como foram as vivências nestas colaborações?
Ter convidados no álbum foi algo que sempre quis fazer e
discutimos isso durante as reuniões de pré-produção com Ruud, na mesma altura
em que ele estava a ouvir as nossas versões demo
do álbum. Percebemos que Damian Wilson seria perfeito para as narrações em Burdened a partir do momento em que fez
alguns espetáculos com os Maiden United. Mas foi Ruud quem nos colocou em
contato com Jermain van der Bogt (vocais), Nathaly Heijne (vocal), Sietse van
Gorkum (violino) e Jonas Pap (violoncelo). Jermain e Nathaly fizeram backing vocals em algumas das faixas
apenas para acrescentar uma outra dimensão ao som. Jermain tinha muitas ideias
para as harmonias e ficamos encantados com o seu talento vocal.
E quanto às cordas?
Sietse e Jonas foram perfeitos nas cordas. Realmente precisávamos de
algo especial de cordas para o álbum, especialmente para a faixa The Script. É uma pista muito aberta,
emocional, com um ritmo mais lento e o que eles conseguiram é verdadeiramente
sublime.
Court
Of Conscience é um álbum conceptual, ou não?
Não propriamente. Há um ligeiro toque de um conceito no título do
álbum, que surge a partir de uma citação de Mahatma Gandhi
"Há um tribunal superior aos tribunais
de justiça que é o tribunal da consciência ..."
Portanto, usando isso como título resume muito bem parte do
conteúdo lírico. No entanto, irás notar que a faixa 3 é intitulada Critical Mass Pt1 - Burdened. Essa faixa
é, de facto, o início de um conceito. Se deres uma olhada aos nossos álbuns
anteriores, vais ver que em Awakening
as faixas 11 e 12 chamavam-se Awakening
Chapter 1 e Chapter 2. No álbum
seguinte, Echoes Of Betrayal as
faixas 3, 4 e 5 foram Awakening –
Chapters 3, 4 e 5, respetivamente. Portanto, fazer a ligação entre algumas
canções para, em conjunto, formar uma história ou um conceito, é algo que já
vimos a fazer. Por isso, terás de comprar o próximo álbum para ouvir Critical Mass Pt2!!
Esta é a primeira vez que fazem um
lançamento com a ajuda de uma editora?
Não, não é a primeira vez que trabalhamos com uma editora, mas é a
primeira vez que trabalhamos com a Cherry Red o que têm permitido aumentar a
nossa exposição com a distribuição mundial.
Muito obrigado Steve. Foi um prazer
fazer esta entrevista. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Sem problema, obrigado pelo teu tempo a falar connosco e esperamos
que tu e os teus leitores gostem de ouvir Winter In Eden. Felicidades.
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