Sob a espiritual orientação dos
pais do psych e prog dos anos 70, surgem os Mondo Drag. O álbum homónimo, lançado
já neste ano de 2015, sucede à estreia New
Rituals lançado em 2010. Um autêntico e original manifesto de como fazer
bom hard rock pura e asumidamente vintage. John Gamino explicou-nos como
se consegue, no século XXI apresentar um disco a soar a anos 70 de uma forma
tão magistral.
Olá John, obrigado pelo teu tempo
com Via Nocturna. Quem é esta entidade Mondo Drag? Podes apresentar a banda aos
rockers portugueses?
Olá! Somos os Mondo Drag de Oakland, Califórnia. Atualmente,
a banda é composta por mim (vocais e teclados), Nolan Girard (guitarra e
sintetizador), Jake Sheley (guitarra), Ventura Garcia (bateria) e Andrew O'Neil
(baixo).
Como tem sido a vossa história até
agora? Queres falar sobre isso?
Mondo Drag já existe há quase 10 anos e durante este período
de tempo, lançamos vários LPs, andámos em tournée
por todo os EUA, mudamo-nos para a Califórnia e passaram por cá um punhado de
baixistas e bateristas. É bom estar aqui!
Como foi a preparação deste álbum
homónimo?
Fazer este álbum foi muito trabalhoso pois envolveu novos
papéis a desempenhar pelos membros da banda bem como novos membros. Mas, uma
vez que foi tão difícil, dá-nos uma grande alegria ver que finalmente foi
lançado!
A perda da vossa secção rítmica foi
um desses momentos. Quem está agora na banda? A sua integração foi um processo
fácil?
Na verdade foi um processo muito longo e difícil, que nos
levou um par de anos e até a deslocarmo-nos para Oakland, Califórnia, para
encontrar uma nova seção rítmica. Em 2013 adicionamos o baterista Ventura
Garcia e o baixista Andrew O'Neil e temos vindo a fazer shows em San Francisco e Oakland desde então.
Este é um lançamento Bilocation
Records/Kozmik Artifactz, mas já tinham um lançamento anterior. Quais as
principais diferenças entre os dois?
Sim, nós lançamos o nosso primeiro álbum, New Rituals, em 2010 e há bastantes diferenças
entre os dois. A grande diferença vem do facto que Johnnie Cluney (bateria e
vocal) e Dennis Hockaday (baixo) deixaram o grupo em 2011. Isso levou a que John
se mudasse para a posição de vocalista da banda e trouxemos Cory Berry e Zack
Anderson para o processo de gravação. É seguro dizer que este foi um período de
transformação para a banda.
Se te pedisse para descreveres o
som dos Mondo Drag, o que dirias?
O som Mondo Drag começa com a nossa escolha do equipamento vintage, de técnicas de gravação
analógicas e na abordagem da composição. Agora, se olhares para estas três
coisas vais reconhecer que as nossas decisões são fortemente influenciadas
pelas gravações de bandas heavy psych e prog do início dos anos 70. No entanto, isso não quer dizer que não
incorporemos um elemento moderno ao som. Houve 40 anos de música, grandes
eventos na cultura humana, descobertas surpreendentes na Terra desde a
"Idade do Ouro" do psych e prog. Seria impossível ignorar o facto
de que todas essas coisas também se prestam para o desenvolvimento/influência
do nosso som.
Podemos falar um pouco do processo
de gravação? Como fizeram para obter aquele incrível som retro?
Uma grande parte do som que nós produzimos nos nossos álbuns
vem da nossa abordagem para o processo de gravação. Para ambos os nossos
álbuns, gravamos todas as pistas principais com a banda completa e directamente
para fita usando microfones de fita principalmente RCA e tubos pré-amps da década de 1940 e 50. Também
misturamos a fita no estúdio, que é quase uma performance em si, uma vez que é composto por todas as mãos
disponíveis com as pistas entrando e saindo, panning e outros ajustes ao vivo. Todas as pistas são misturadas
para fita.
Recentemente tiveram a oportunidade
de gravar pela Converse Rubber Tracks
nos Different Fur Studios. O que foi
isso? Algumas músicas novas estão em preparação?
Basicamente, Converse
Rubber Tracks é um esforço promocional de uma empresa que oferece aos músicos
tempo livre em estúdio. Ficamos muito felizes por ter estado um dia nos Different Fur Studios em San Francisco.
O estúdio foi fundado no final dos anos 60 e nomes lendários como Herbie
Hancock, Neil Young e Brian Auger gravaram lá. As músicas que gravamos para essa
sessão são inéditas, mas vamos tocá-las no nosso set ao vivo. Poderão ver a luz do dia como um 7" num futuro
próximo...
Próximos projetos? Têm alguma coisa
em mente?
De momento, estamos a fazer demos de material para o nosso terceiro álbum e parece que vamos
estar em tournée pela Europa a partir
deste outono.
Mais uma vez, muito obrigado. Queres
deixar alguma mensagem?
Obrigado pela leitura e esperamos ir a Portugal em breve!
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