Entrevista: Pyramaze


Definitivamente parece que os maus momentos estão ultrapassados no seio dos Pyramaze, uma das mais interessantes bandas do actual cenário power/prog metal de contornos dark. A experiência e visão de Jacob Hansen mostraram-se ser, como se depreende das suas próprias palavras, o rastilho que despoletou este renascimento e rejuvenescimento. E em jeito de promessa fica a informação que os fãs dos dinamarqueses não terão de esperar mais sete anos pelo próximo álbum.

Olá Jacob! Obrigado pela tua disponibilidade. Os Pyramaze estão em silêncio desde 2008. O que aconteceu?
Obrigado! Bem, para encurtar uma longa história, a banda perdeu Matt Barlow após o lançamento de Immortal e Michael Kammeyer (líder da banda, o guitarrista) encontrou um substituto em Urban Breed. Mas Michael andava desiludido com o negócio da música e, além disso, acho que as suas prioridades foram mais orientadas no sentido de construir uma família com crianças e assim por diante, de modo que depois de algum tempo, ele decidiu deixar os Pyramaze e deixar isso para o resto da banda. Na mesma altura, Niels Kvist (baixo) também deixou a banda. Os restantes membros Jonas (teclas), Morten (bateria) e Toke (guitarras) contactaram-me para ver se eu sabia de alguém que pudesse preencher o lugar de Michael como guitarrista e compositor. Afinal, eu estava com eles desde os dias das demos como produtor. Depois de pensar um pouco, percebi que eu próprio estava interessado, portanto, perguntei-lhes se eles achavam que eu poderia ser esse elemento. Todos concordaram que isso seria perfeito, porque conhecia bem a história dos Pyramaze e já estava muito próximo da banda. Começamos, então, a escrever músicas, mas depois de algum tempo, Urban perdeu o interesse, o que foi difícil para nós, mas foi assim. Ainda somos bons amigos.

Pois, o posto de vocalista parece ser o vosso maior problema. Estão resolvidos agora com Terje?
Esperemos que sim. Os vocalistas que podem fazer este tipo de coisas são frequentemente muito qualificados e há sempre uma grande procura por pessoas qualificadas, portanto nunca se sabe. Terje encaixa muito bem na banda de várias maneiras. A química da banda é fantástica e ele tem a voz perfeita para a banda. Temos a certeza que este foi um arranjo feito no céu.

De qualquer forma, suponho que tenham continuado a criar novas músicas ao longo destes anos. Quando começaram a trabalhar efetivamente em Disciples Of The Sun?
Nós começamos a escrever no início de 2011, penso eu. Os arranjos básicos foram, na verdade, feitos em outubro de 2011, e, depois as gravações estenderam-se ao longo de um vasto período de tempo, devido a várias razões. Estive bastante ocupado em trabalho de estúdio com outras bandas. Queríamos que as coisas soassem frescas, por isso, não nos sentamos a discutir a direção de escrita. Sabíamos que queríamos que fossem uns Pyramaze numa nova forma, já que o line-up era diferente, mas tínhamos a certeza de que a essência ainda estava intacta, com Morten, Jonas e Toke a tomar o leme de grande parte das novas músicas.

Bom, já vimos que entretanto se deu a tua inclusão na banda. Qual foi o teu input para Disciples Of The Sun?
Bem, como sou eu que estou a responder a isto, esta resposta é vista do meu ponto de vista, o que poderá ser diferente da ideia dos outros membros (risos). O que eu trouxe para os Pyramaze foi apenas "nós podemos fazer isso!" Quero dizer, a banda estava bastante fragilizada e tinham perdido bastante energia e ímpeto desde Immortal, que tive que introduzir muita energia. Mas hey, isso é realmente o que eu faço para viver. Eu trabalho como produtor todos os dias com bandas e sei como é fácil obter algo quando tens pessoas criativas ao teu lado. Apenas tens que acender uma pequena luz e a partir daí tudo flui. Eu fui aquela faísca que incendiou tudo. Posso dizer isso, sem me gabar. Tínhamos uma Dropbox, onde os elementos colocavam novas músicas e ideias e toda a gente atirou ideias para lá. Quando eu disse: "pessoal, está na altura de entrar em estúdio", eles não estavam seguros de que o conseguiriam fazer.

De que forma este novo álbum é semelhante ou diferente dos anteriores?
De certa forma, é muito diferente. Mas ainda percebes que é Pyramaze, acho eu. Simplesmente sentimos que era altura de limpar o passado e começar com um novo line-up completamente focado. Acho que conseguimos. Todos deram o seu melhor sem dogmas. Nós poderíamos fazer o que quiséssemos e fizemos isto. Acho que é pesado e cativante, e estas poderiam ser as palavras-chave para descrever o que queríamos fazer, portanto, para nós, é um grande sucesso. Também estivemos um pouco mais amplos no conteúdo lírico, onde não há apenas contos de fadas e coisas sobrenaturais e acho que temos agradáveis ​​arranjos vocais e de teclado. Mas, no final, são os fãs que o devem julgar. Ainda gostamos muito dos álbuns antigos, mas este novo... estamos tão orgulhosos do que conseguimos até aqui!

Fearless é o primeiro vídeo retirado deste álbum, não é? Qual a razão desta escolha?
Sentimos que tinha algumas das guitarras pesadas pelas quais os Pyramaze sempre foram conhecidos, bem como um coro forte e cativante, embora não seja a música mais forte do álbum - de longe. É muito interessante ver as reviews e ouvir o que os fãs dizem e há uma enorme variedade de faixas favoritas o que nos dá uma grande crença em que o que temos feito neste momento está certo.

Como foi o processo de gravação de Disciples Of The Sun?
Como já referi, tínhamos algumas ideias. Acho que 5-6 canções estavam prontas a 70-80% quando Toke, Morten e eu fomos para estúdio para começar os arranjos e a gravação. O plano era escrever a música e depois gravar a bateria e guitarra, o máximo que pudéssemos dessa música. Este processo foi novo para os restantes elementos. E, até ao último momento, eles duvidaram de que poderíamos fazer isso, mas simplesmente deixamos a criatividade fluir e tivemos alguns dias realmente engraçadas. Passamos uma semana no meu antigo estúdio, onde todas as músicas foram acabadas com as partes de bateria e algumas guitarras aqui e ali. Após uma semana estavam 10 canções prontas, estávamos exaustos, mas muito felizes. Esta forma de escrever, fazer os arranjos e gravar de uma forma tão intensa, conseguiu manter a frescura das faixas e acho que se percebe na audição do disco que nos divertimos muito a tocá-las.

Outra novidade é a chegada à Inner Wound Recordings com o re-lançamento do álbum Immortal. Esta reedição traz alguma novidade em comparação com a primeira prensagem?
Sinceramente não sei (risos). Terás que perguntar à Inner Wound Recordings.

E quanto aos vossos dois primeiros registos também há previsões para reedições?
Acredito e espero que sim. São álbuns fantásticos que todos os fãs de power metal deveriam ter. Nem sei quantas vezes ouvi o Melancholy Beast (ainda antes de entrar para a banda).

Têm algum projeto em mente para os próximos tempos?
Agora estamos a ensaiar para os concertos e já começamos a falar sobre um próximo álbum. Estaremos muito ocupados mas as gravações estão programadas para começar no início de 2016, mas novas ideias e canções já surgiram. E desta vez, posso prometer-vos, não vamos demorar sete anos (risos).

Muito obrigado, Jacob! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Só agradecer o grande interesse na banda! Espero ver alguns de vocês na estrada!

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