Aqui Escondido é o nome do segundo álbum dos Tiro No
Escuro e teve edição pela Necrosymphonic. Herdam o punk rock norte-americano que cruzam com a música made in Rock Rendez Vous. Charles
Sangnoir e Ramon Galarza assinaram a produção de um dos grandes discos de rock nacional deste ano e sem nada a esconder a banda falou a Via
Nocturna.
Olá! Obrigado pela vossa disponibilidade.
Ao fim de dez anos de carreira, surge o vosso segundo álbum. De que forma ele
carateriza a vossa evolução?
Olá a todos! Este segundo álbum resume as nossas vivências e
experiências ao longo destes 10 anos, as histórias que temos para contar, e
surge, também, como um agradecimento aos nossos fãs que nos têm apoiado desde o
início e que esperavam muito por este álbum.
E, afinal de contas, o que é que os
Tiro no Escuro têm escondido?
Como qualquer pessoa, os Tiro No Escuro têm vindo a desenvolver
várias facetas, umas mais públicas, comerciais e moralmente aceites e outras
mais sombrias, pesadas e intensas. O que este álbum deixa transparecer é uma
combinação entre essas facetas, num cocktail
que reflete o que sentimos neste momento.
O álbum abre com Ribas, uma sentida homenagem ao João
Ribas. De que forma o seu percurso como homem e como músico vos influenciou?
A influência do João Ribas, tanto como músico como ser humano, é
inquestionável na música e na postura dos Tiro No Escuro. Com esta homenagem,
pretendemos prestar-lhe um tributo, na forma que nos pareceu mais adequada: a
faixa inicial do nosso segundo álbum de originais!
Chegaram a privar de perto com ele?
Que recordações mais marcantes ficaram?
Sim, felizmente tivemos esse prazer. Aquilo que mais nos marcou no
Ribas foi a sua humildade e a sua intensa paixão pelo Punk. Sentimos um apoio muito grande da parte dele, e isso foi
muito importante para nós, no sentido de nos motivar para continuar em frente.
Apesar de se enquadrarem no chamado
punk rock, posso perceber algumas nuances em Aqui Escondido. Por exemplo, as letras
são mais pessoais que propriamente de incitação à revolta ou de insurreição
social. De onde vem essa inspiração?
A nossa inspiração provém das situações do dia-a-dia e das nossas
vivências. Sabemos que nos demarcamos do cliché
da insurreição social, mas é-nos mais natural falar sobre aquilo que vemos e
sentimos todos os dias.
Também em termos musicais, notam-se
apontamentos de rock e linhas
melódicas vocais que quase se encaixariam na pop. Como é feita essa amálgama de influências?
Para este álbum, pode dizer-se que fomos para estúdio com uma mente
mais aberta relativamente ao primeiro álbum. Quisemos fugir um pouco dos riffs de punk rock mais conhecidos, que caraterizaram bastante o primeiro
álbum, introduzindo uma sonoridade mais rock,
com solos de guitarra mais complexos, etc, mas quisemos ao mesmo tempo
introduzir uma linha vocal mais rica em melodias, de forma a preencher mais o
nosso som e tentando sempre encontrar o equilíbrio entre ambas as influências.
De tal forma que acaba com uma bela
e singela balada bem romântica… como têm reagido os punks mais fundamentalistas a essa “heresia” (risos!)?
É importante ressalvar que acima de tudo somos músicos e que
tocamos aquilo que nos vai na alma. Felizmente, não nos consideramos presos a
nenhum estilo predeterminado. Se se encaixa mais no Pop, Rock, Metal ou seja o que for, cabe a cada um
decidir por si. Para nós, é simplesmente uma música de Tiro No Escuro.
O Kalu acaba por colaborar num
tema. Como se proporcionou essa ligação e como vivenciaram experiência?
Para este álbum, quisemos ter a participação de um ícone do rock português. Naturalmente, o nome do
Kalu surgiu no topo da lista. Efetuámos os contactos necessários e o Kalu
aceitou de imediato. Desde a gravação em estúdio das vozes até à participação
no videoclip da faixa Podes Alcançar,
o Kalu mostrou ser, além de um excelente profissional, um tipo 5 estrelas!
E a produção esteve a cargo de dois
nomes enormes da nossa música: Charles Sangnoir e Ramon Galarza. Como foi essa
experiência de trabalhar com eles? Puxaram muito por vocês, deram muitas dicas…
Tanto um como o outro, contribuíram imenso para um resultado final
que nos deixou bastante satisfeitos e podemos dizer, com muito orgulho, que foi
um prazer enorme trabalhar com eles e não hesitaríamos em repetir a
experiência.
Pelo que se vê no vosso facebook, oportunidades para tocar ao
vivo não têm faltado. Como correu essa tour
nacional?
Os Tiro No Escuro sempre foram uma banda “de palco”. Tentamos
sempre transmitir ao público o gozo que nos dá estar em palco e isso reflete-se
no feedback de quem nos vai ver ao
vivo. Nesta tour voltámos a dar o
melhor de nós em cada concerto e isso refletiu-se na atitude do público para
com a banda. Nesse sentido, a tour
correu muito bem!
E outros projetos que tenham em
vista para os próximos tempos? Há algo que nos possam adiantar?
Por enquanto estamos em fase de “recobro” da tournée, mas esperamos marcar mais datas ainda para este ano e
continuar a promover o novo álbum.
Mais uma vez obrigado! Querem
acrescentar mais alguma coisa?
Nós é que agradecemos a oportunidade. Para aqueles que nos estão a
conhecer agora, podem saber mais sobre os Tiro No Escuro em www.facebook.com/tironoescuro. Deixem o vosso feedback,
venham aos concertos, apoiem o punk
nacional!
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