Entrevista: Diamond Dogs


Há cerca de um ano perderam um dos mais influentes membros da banda, o saxofonista Magic Gunnarsson, mas a resposta a essa adversidade não poderia ter sido melhor. Quitters & Complainers, um novo álbum, com uma atitude rock ‘n’ roll mais direta e composto por grandes canções e, como forma de homenagem, o acréscimo de um CD bónus gravado ao vivo em Bilbau naquela que foi uma das últimas aparições ao vivo de Magic. Naturalmente falamos dos Diamond Dogs, e sobre todos estes temas falamos com Duke of Honk, o teclista do coletivo sueco.

Viva Duke! Agradecemos a tua disponibilidade e parabéns pelo vosso grande álbum. Este é realmente o vosso melhor lançamento até à data?
Ei, obrigado, e é claro que eu gosto de falar com alguém que se importa com a música rock! Sim, acho que é o nosso álbum mais brilhante até agora, mas, por favor, pergunta-nos novamente daqui a cinco anos e veremos!

O que é diferente aqui em Quitters & Complainers ou o que mudou na vossa metodologia de trabalho desta vez?
O ano passado perdemos um membro, Magic Gunnarsson, que se afogou. Têm sido momentos muito difíceis e este álbum vai diretamente dos nossos corações para Magic. Reunimos e arranjamos as músicas neste novo estúdio absolutamente brilhante que encontramos, tendo trabalhado muito bem com o engenheiro Petter Diamant. Nós optamos sempre por ter uma abordagem um pouco diferente em cada álbum e para este foi simplesmente puro rock ‘n’ roll, um pouco como no álbum As Your Greens Turn Brown. Nunca mais haverá um saxofonista da banda.

Como surgiu a ideia de incluir um CD bónus? E por que a escolha desse espetáculo em Bilbau?
Já tocamos muitas vezes em Bilbau e divertimo-nos sempre muito a tocar lá. O Antzokia é um ótimo lugar e este foi um dos últimos espetáculos que fizemos com o Magic Gunnarsson.

Vocês têm uma relação muito especial com a Espanha, não é verdade? E daqui a pouco estarão noutra tour espanhola…
Amamos Espanha. Amamos o País Basco, a Catalunha, as Astúrias, a Galiza, Valência... Só fomos a Portugal uma vez, mas tenho a certeza que também adoraríamos, se nos ficássemos a conhecer de uma forma adequada! Sim, já fizemos em Espanha umas quinze tours, acho eu, e normalmente fazíamos sete ou oito shows, mas desta vez, se a memória não me atraiçoa, serão doze datas. Definitivamente vamos tocar até os ouvidos dos espanhóis sangrarem.

Os membros do Diamond Dogs são conhecidos pelas suas colaborações com vários nomes do rock. Como lidam com a situação em termos de agendas e outras coisas?
De uma forma muito simples - todos nós temos Diamond Dogs como prioridade.

Precisamente, nesta altura estão a trabalhar em algum projeto paralelo?
Sulo tem em andamento a sua própria coisa The Crunch, uma banda com alguns elementos do punk rock, como Terry Chimes o baterista original dos The Clash, por exemplo. Também está a trabalhar num dueto vocal com Maria Mckee entre outros. Eu toco e escrevo músicas para bandas como Lisa & The Lips e faço gravações para várias bandas de rock, tanto como produtor como pianista. Os outros elementos são apenas agricultores!

Com uma carreira com mais de 20 anos como vêm e analisam o caminho percorrido?
Bem, teria sido mais fácil se no início nos tivéssemos juntado a alguma igreja religiosa não alcoólica e bebêssemos um pouco de chá da tarde nas festas de domingo. Mas ninguém disse que deveria ser fácil e nós preferimos acreditar em Ronnie Lane e Steve Marriott.

Se tivessem a oportunidade de regressar ao passado teriam mudado alguma coisa nas escolhas que fizeram ao longo dos anos?
Teria sido um sonho se estes fantásticos elementos que agora estão na banda tivessem estado connosco desde o início da nossa carreira, mas acho que o nosso atual baixista não teria sabido o que era uma guitarra naquela época! E prometemos que no resto das nossas vidas haverá sempre a mesma dor no traseiro como sempre.

Em termos de promoção de Quitters & Complainers têm alguns planos para os próximos tempos?
Não estamos envolvidos na maquinaria promocional mas apenas em tocar e há planos para tocar em abundância! Esperemos que em Portugal.

Muito obrigado. Desejo-te tudo de bom. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Foi ótimo falar contigo, espero ver-te e que consigas que as pessoas assimilem o nosso novo álbum, seja pela persuasão seja por Voodoo, todos os meios são válidos. Saúde!

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