Entrevista: Dream Circus

China White é a nova proposta dos Dream Circus apresentada num formato EP de seis temas, suficiente para o quinteto liderado por James Powell deixar bem vincada a sua evolução desde Land Of Make Believe. Musicalmente mais direto e liricamente mais ambíguo, como nos explicou o vocalista, este EP é o mais ambicioso e bem conseguido trabalho da banda. Aqui fica, então a visão global de James Powell.

Olá James! Da última vez que conversámos foi em 2011. De lá para cá muitas coisas aconteceram no seio dos Dream Circus. Queres fazer uma breve resenha?
Já passou algum tempo e é dificil condensar 4 anos num parágrafo ou dois mas vou tentar! Gravamos o nosso álbum Land Of Make Believe em 2012, e editamos o primeiro videoclip da banda em dezembro desse ano também. Foi do tema Going Down e estreou no Curto Circuito da Sic Radical. Penso que isso que abriu algumas portas para nós e tocamos no Rock no Sado 2013, bem como o Arrastro Rock Fest em Espanha, que foi o nosso primeiro concerto fora de Portugal. Entretanto em outubro 2013 fizemos a primeira parte dos Mother Of God (Suécia) em 2 concertos quando vieram cá a Portugal e depois começamos a concentrar-nos no próximo disco, que é o EP novo, China White.

E agora de regresso com um novo EP. Aparentemente a vossa sonoridade mudou um pouco. Faz parte da vossa evolução enquanto pessoas e músicos?
Sim, penso que o som reflete sempre de alguma forma essa evolução, tanto musical como pessoal. No nosso caso, surgiu de forma natural e sem nenhuma ideia pré-concebida de querermos mudar seja o que fosse.

Podemos dizer que encontraram agora o vosso verdadeiro “eu”, a vossa identidade?
Isso é sempre relativo. Acho que sempre que lançamos um disco dizemos isso! É o que sentimos neste momento, acho eu. Falando pessoalmente é o meu disco favorito, apesar de gostar dos outros e ter orgulho em todos os trabalhos que fizemos até aqui. Há algo de cru, e primal neste trabalho que me arrepia quando o oiço, e penso que isso tem um valor para além daquilo que posso expressar com palavras.

Ainda assim, continuam a ser bastante diretos e incisivos…
Sim, mais directos em alguns aspetos, principalmente na sonoridade, noutros se calhar até há mais subtileza, nas letras por exemplo. São mais ambíguas.

Como decorreu o processo de composição e gravação de China White?
O processo de composição foi sempre coletivo, com todos na sala de ensaio a construir os temas. Fomos fazendo as coisas sem prazos e sem stresses e não agendamos o estúdio até estarmos completamente satisfeitos com a composição. Se calhar por causa disso, as gravações também correram bem, provavelmente as mais fáceis até agora.

No total, durante quanto tempo trabalharam neste EP?
Sensivelmente um ano e meio.

É curiosa a contradição – o álbum chama-se China White mas vem em fortes tons de vermelho. Existe alguma explicação para isso?
Existe um tema recorrente no disco, que apesar de ser um tema “largo” que abrange muita coisa na nossa realidade, é a fragilidade humana. Por vezes essa fragilidade é uma reação natural, emocional, a coisas que acontecem nas nossas vidas, e noutras alturas pode ser mais auto-inflingida com drogas etc. De qualquer das formas o artista que criou o artwork tinha essa fragilidade em mente quando criou a imagem, e penso que de uma forma relativamente abstrata, ilustrou isso bem.

Entretanto, continuam ligados a Ethereal Sound Works, certo? Em equipa que ganha não se mexe é a politica?
O Gonçalo da ESW apostou em nós e só posso dizer coisas boas acerca dele. É uma pessoa que faz as coisas porque tem uma paixão grande pela música, e tudo o que ele faz é pelas razões certas. É difícil encontrar pessoas assim, portanto considero que temos muita sorte em poder trabalhar com a ESW.

Control foi o tema escolhido para primeiro vídeo. Qual a razão desta escolha?
Porque é um tema fixe! Por acaso foi uma escolha um bocado difícil porque consideramos que todos os temas podiam ser o single. Mas a Control é um tema direto, e uma boa amostra do que é o “novo” som da banda. Uma boa amostra de China White.

Que planos têm para os próximos tempos?
Continuar a tocar, que é o que gostamos mais de fazer e em 2016 a nossa ideia é ir ao Reino Unido fazer uns concertos. Mas ainda não temos nada acertado, logo que tivermos avisamos!

Mais uma vez obrigado! Querem acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado nós! Apareçam nos concertos! 

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