Entrevista: The Dreaming Tree

Sucessor de Progress Has No Patience, Silverfade é o quarto trabalho dos The Dreaming Tree e demorou quatro anos a ser concluído. Neil Ablard, baterista dos britânicos, explicou o que esteve na origem deste longo período de tempo. Um longo período de tempo que acaba por ser crucial para o desenvolvimento e crescimento de um conjunto de grandes canções.

Olá Neil! Obrigado pela tua disponibilidade! Como vais?
Olá! Vou bem, obrigado. Sentado ao sol do verão e a beber um copo de sumo de manga. Eu sei como me divertir.

Como é que o nome The Dreaming Tree surgiu? Tem algum significado especial?
Na verdade, é o nome de um título de uma música de um álbum de Dave Matthews Band. Tínhamos outro nome, mas quando decidimos que queríamos mudar de nome, tínhamos uma lista de possíveis opções. The Dreaming Tree era uma delas e foi a escolhida. Não tem qualquer referência especial para nós, além do fato de todos gostarmos da forma como soa. Além disso, tem a vantagem de que não nos localiza como um determinado tipo de banda, se é que me entendes. Sentimos que este nome não nos vincularia a nenhum género específico, o que é bom.

Silverfade é já o vosso quarto álbum, e sai quatro anos após o álbum anterior. Como se sentem?
Que demoramos muito tempo entre os álbuns! A sério, estamos muito felizes por termos o álbum pronto. Foi como dar à luz em várias fases. Gravamos em alguns estúdios diferentes e, com a vida real metida pelo meio, significa que não poderia ser terminado tão rápido quanto nós gostaríamos de o fazer. Mas – da mesma forma que ter um bebé - tem sido difícil, às vezes fisicamente doloroso, mas agora que está aqui, estamos todos muito orgulhosos desta nova proposta.

Como têm sido as reações até agora?
Bem, até agora as reações têm sido boas. Muitas pessoas, como tu próprio, têm dito coisas muito boas e a maioria das pessoas que já nos conheciam antes dizem que esse disco é um grande passo em frente. Estamos muito felizes com isso, pois mostra que estamos e continuamos a crescer e a avançar como entidade musical.

Na tua opinião este é o vosso melhor álbum?
Eu acho que estou obrigado a dizer que sim. Mas, como cada um de nossos álbuns é muito diferente, acho que vai ser sempre muito difícil compará-los diretamente.

Efetivamente, este é um trabalho diferente em comparação com os vossos lançamentos anteriores?
Diria que este álbum teve uma inclinação mais direccionada para bases de riffs de guitarra. O último álbum tinha guitarras menos intensas e mais ênfase nos teclados, enquanto Silverfade foi definitivamente mais influenciado pelas guitarras. O primeiro álbum, Grafting Lines and Spreading Rumours também tinha sido diferente, dominado pelas guitarras alternativas que deram um tipo de sabor folk. Basicamente, cada álbum acaba por ser uma volta ou progressão em relação ao último. O que não é mau acho eu.

Durante quanto tempo trabalharam nestas músicas?
A maioria das canções foi escrita ao longo de vários anos, tendo a oportunidade de as tocar ao vivo e fazer o 'teste de estrada" antes de serem gravados. Já tínhamos alguns temas em forma básica desde o último álbum e outros foram escritos em data posterior.

Como decorreu o processo de gravação desta vez?
Lentamente! Gravamos o álbum em alguns estúdios diferentes, o que foi provavelmente uma das razões porque demorou tanto tempo. Queríamos tentar obter bons sons, por isso escolhemos lugares específicos para fazer certas coisas. As baterias foram gravadas num estúdio, as guitarras e as teclas no nosso próprio estúdio e os vocais em alguns lugares diferentes. O objetivo inicial era tentar capturar esse som cru que nós tocamos ao vivo, mas como o tempo foi passando empolguei-me e acabei com um álbum a soar a 'produzido' muito mais do que queríamos inicialmente. Mas, felizmente, tudo deu para o melhor.

E é também um álbum muito diversificado, o que mostra que vocês não têm qualquer problema em entrar em diferentes áreas musicais...
Obrigado, essa é uma das coisas que estamos conscientes. Distraímo-nos facilmente com tudo o que ouvimos e portanto se alguém chega ao ensaio e diz, "hey, ouvi estas coisas Funk!", podes acreditar que todos nós vamos criar alguns riffs de funk para uma ideia de uma canção. O mesmo se passa com música acústica, Jazz, Metal, não nos importamos. Gostamos de tudo, e nós, enquanto banda, apresentamos tudo.

Aliás, a vossa definição do estilo no facebook diz tudo: Many and varied but sometimes put in the progressive rock section
Sim, isso é uma bênção e uma maldição. Acho que é por nós não nos colocarmos em nenhum lugar que a maioria das pessoas chama-nos de rock progressivo. Não é um rótulo que assente particularmente bem em nós, mas também não é nada que nos envergonhe.

Que outros projetos têm em mente para os próximos tempos?
Eu adoraria dizer-te, mas atualmente não temos nenhuma ideia! Temos algumas ideias para novas músicas mas ainda é demasiado cedo para dizer qual a direção geral do próximo álbum. Em primeiro iremos fazer alguns espetáculos, talvez fazer alguns vídeos e depois voltar a escrever algumas músicas. Para além disso, quem sabe!?

Muito obrigado Neil. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Sim, todos nós gostaríamos de te agradecer a ti e a todos que por esse mundo fora têm interesse em bandas menores que lutam para ser ouvidas na massa de ruído que é o negócio da música. Estamos muito contentes que vocês existam para dar a bandas como a nossa alguma ajuda tão necessária. Saudações!

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