Dr. Dealer e a sua bela e
mortal assistente, Bathsheba estão de regresso em mais um álbum dos Stormzone, Seven Sins. 12 temas de metal clássico, naquele que pode ser
considerado o melhor álbum da carreira dos Irlandeses. Um simpatiquíssimo Steve
Moore, guitarrista, falou de forma entusiasta sobre este disco e as mais
recentes alterações no seio do colectivo.
Olá Steve! Em primeiro lugar
parabéns pelo vosso excelente álbum novo e obrigado pela tua disponibilidade.
Muito obrigado pela impressionante review
que fizeste ao nosso álbum. Estamos absolutamente encantados com ela. As
palavras "Uma bela surpresa!" foram colocadas agora no nosso site!
Grandes momentos para os Stormzone,
este ano, com o lançamento de um grande álbum – Seven Sins. Suponho que estejam felizes. Achas que este é o vosso melhor
álbum até agora?
Cada vez que lanças um álbum, tens a tendência de pensar que esse é o teu
maior trabalho até à data, porque captura onde tu estás naquele momento. Durante
a composição e gravação do álbum estivemos envolvidos em alguns festivais
fantásticos, como o Sonisphere e Bloodstock, e tivemos a oportunidade de
mais de uma vez tocar com os Saxon em vários espetáculos. Por isso, estávamos
exatamente onde queríamos estar, em termos de carreira e estivemos todos juntos
para tornar o processo de escrita um verdadeiro prazer. Podíamos sentir-nos a
ganhar impulso e estávamos bastante seguros (bem, tão seguros quanto qualquer
artista pode estar!) que o que estávamos a produzir era algo especial.
Felizmente os comentários têm sido extremamente positivos até o momento - não
estávamos apenas a iludir-nos (risos).
Mudaram alguma coisa no
vosso processo de trabalho e/ou gravação para este novo álbum?
Na verdade, não. O processo de composição e gravação manteve-se mais ou
menos o mesmo desde Zero To Rage. Normalmente
eu ou Graham trazemos um riff ou dois
(nunca uma música inteira) e dedicamos uma noite para ver onde essa ideia pode
ir. Acho que quando tens uma ideia, mesmo que seja apenas um único riff, todo o resto da música está enterrada
lá dentro e só tem que ser desenterrada - às vezes é fácil e as partes surgem
naturalmente à superfície, outras vezes tens que cavar um pouco mais. Mas,
geralmente, conseguimos mais ou menos terminar uma pista inteira numa noite.
Davy trará algumas ideias para os arranjos, bem como configura as partes de
bateria - mudanças para intervalo ou aumentar partes com tom-padrões que podem
fazer uma diferença enorme para a globalidade da pista. Gravamos em Pro Tools no meu estúdio em casa à
medida que escrevemos e quando temos uma versão básica enviamos tudo para o Harv,
que, de momento, vive em Espanha. Nunca vais encontrar ninguém com um ritmo de
trabalho mais impressionante do que o Harv - se lhe enviarmos uma nova pista à
meia-noite, ele vai escrever, gravar os vocais e ter a música concluída e
enviada de volta para nós, antes de acordar no dia seguinte. Tudo: uma história
completa, múltiplas harmonias! Claro, o trabalho não para por aí. A música vai
evoluir à medida que a tocamos, outras ideias vão ser adicionadas e aprofundadas
à medida que avançamos. Por isso, quando chega o momento de gravar, temos quase
tudo no lugar e é apenas uma questão de regravar as peças existentes com os
sons finais e ter a certeza que temos o melhor take gravado.
Quando John começou este
projeto como um projeto de estúdio em 2001, alguma vez pensaram que os Stormzone
poderiam crescer tanto?
É difícil dizer agora qual era a intenção - originalmente um projeto de
estúdio, mas deve ter havido esperança de que ele iria evoluir para mais do que
apenas isso. Poucas pessoas criam arte 100% para o próprio prazer. Quero dizer,
quando os meus filhos pintam um quadro, mal podem esperar para mo mostrar,
porque parte do prazer é ver a reação das outras pessoas para algo que criaste,
ver como isso os toca. E é o mesmo quando nós criamos uma música. Queremos que
as pessoas a ouçam e queremos ver o olhar nas suas caras enquanto a ouvem. E a
melhor maneira de fazer isso é chegar lá e tocar ao vivo com eles!
Mas este crescimento
assusta-vos ou não? Isto é, abrir para os Saxon não é para qualquer um…
Já abrimos para os Saxon em diversas ocasiões e realmente temos construído
algum relacionamento com eles. Portanto, não é de todo assustador para nós, mas
estamos totalmente honrados por essa oportunidade, isso é certo. Cada vez que
nos foi dada uma oportunidade, seja ela em tournée
com George Lynch ou Stryper, ou a tocar no Wacken
Open Air ou Sonisphere, nós vemos
isso como uma oportunidade para levar a banda para o próximo nível. Estamos
muito orgulhosos do que temos conseguido até aqui - espero que haja muito mais
para vir!
Como descreves Seven Sins a respeito da sua sonoridade?
Numa primeira análise, o álbum é talvez um pouco mais obscuro que os
álbuns anteriores, principalmente devido ao assunto da história. Mas se um
ouvinte despender algum tempo para realmente se embrenhar nas letras, poderão
ver que é uma história de salvação, salvamento e esperança e é mais edificante
do que à primeira vista. No YouTube, podem
verificar a série Story Behind The Songs
que nós produzimos no período de preparação para o lançamento do álbum - que dá,
tema a tema, uma ideia da história por trás de cada música e é absolutamente
fascinante de ouvir. Vale a pena conferires, quanto mais não seja para veres
como Harv é um extraordinário contador de histórias!
Quem é o Dr. Dealer? Já
agora, podes fazer-nos um pequeno resumo dessa história?
Dr. Dealer é um personagem que tem tido destaque em algumas músicas de cada
álbum desde o álbum Death Dealer em
2010. Nesta encarnação do álbum Seven
Sins está disfarçado de vendedor de óleo de cobra como uma capa para o seu
real propósito que é o de resgatar crianças que necessitam de ajuda por uma
razão ou outra. Ele faz isso com a ajuda dos seus batedores, liderados pela
bela, mas mortal, Bathsheba. Também
tem algumas linhas laterais, tais como deixar as pessoas terem as suas
hipóteses com a sua Special Brew - as
recompensas podem ser enormes se ganhares, mas vai ser totalmente desastroso se
perderes. E como todos sabem, o Dealer ganha sempre!
Vocês sempre tiveram dois
guitarristas, mas o press release só
faz referência a ti como único guitarrista. Na verdade, quem está atualmente convosco
como segundo guitarrista?
Nós gravamos o álbum como quarteto, pelo que toquei todas as partes de
guitarra desta vez. A intenção era encontrar um novo guitarrista logo após a
gravação do álbum para ajudar com o trabalho ao vivo. Na realidade acabamos por
encontrar dois - Junior Afrifa, um jovem prodígio da guitarra, e Steve Doherty,
que tocou anteriormente com a banda no álbum Death Dealer. Acabamos de fazer o nosso espetáculo de lançamento do
álbum em Belfast como sexteto e estamos esperançados que esta formação com três
guitarras irá adicionar muita flexibilidade e capacidade de reproduzir melhor o
nível de produção a que estão acostumados a ouvir nos álbuns. Além disso, se é suficientemente
bom para os Iron Maiden e Lynyrd Skynyrd, também é suficientemente bom para nós
(risos).
Este é um lançamento da Metal
Nation Records, o selo de Jess Cox dos Tygers Of Pan Tang. É já o vosso segundo
álbum com eles, certo? Como se deu essa ligação?
De alguma maneira temos estado sempre associados com a Metal Nation
Records, desde o álbum Death Dealer.
Jess era um velho amigo de Davy, por isso, quando a banda andava à procura de
uma editora para lançar esse álbum, foi o lugar óbvio para ir. Ter a editora
certa pode fazer ou quebrar uma banda e o nível de apoio e camaradagem que temos
experimentado é inigualável.
Novo álbum... nova tournée. O que têm previsto?
Estamos a marcar algumas datas no Reino Unido e no continente europeu lá
mais para o final do ano, bem como bastantes festivais no próximo ano. Esperamos
ter um ou dois vídeos promocionais do álbum em todos os canais usuais que prometem
ser um pouco diferente de tudo o que fizemos até agora. Definitivamente vai valer
a pena ver! E, claro, iremos começar a escrever o próximo álbum. Não que tenhamos
parado de escrever após termos terminado o último. É um processo sem fim e
estamos sempre com novas ideias e a fazer pequenas gravações com os nossos
telefones. Vamos torcer para que não os percamos como aconteceu com Kirk
Hammett – seria um pesadelo!
Obrigado! Queres
acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado pelo teu apoio constante e espero que possamos ver-te em
Portugal no próximo ano. Nós nunca tocamos aí, mas seguramente adoraríamos, já
que sabemos que é um dos países com mais metal em toda a Europa e até do mundo!!!
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