Depois de muitos projetos, Scott
Fischer assentou com os Fischer’s
Flicker, projeto que acaba de lançar o seu segundo álbum de originais Fornever And Never. Desta vez o trabalho
foi mais rápido e profícuo e com uma banda sólida e estável, a nova proposta
está mais orientada para as canções e menos para as extravagâncias. Scott
Fischer, principal mentor desta explosiva entidade criativa, falou-nos de tudo
isso e até de um ano de 2016 que se prevê em grande para os seus lados.
Olá Scott!
Como estás?
Muito bem, Pedro - e tu?
O que tens
feito desde o lançamento do Katmandon't?
Woah menino, o que não fiz eu!! Caí num
poço profundo, ergui-me, limpei-me e escrevi material para dois álbuns, comprei
uma casa nova, encontrei uma nova companheira. Tu sabes, o costume!
E agora com
o teu regresso com um novo álbum. Como foi a tua preparação para este disco?
Tudo correu muito bem. Tenho andado à
roda algumas vezes, mas agora sou capaz de produzir cada álbum um pouco melhor.
Utilizei alguns elementos-chave com quem trabalhei ao longo dos anos. Não me
refiro apenas aos músicos, mas também toda a gente por trás das cenas
(engenheiros, artistas visuais, etc.). Toda a gente tem algo diferente para
adicionar e acho que, neste momento, este navio está a trabalhar com a melhor
equipa.
Se eu te
pedisse para falar um pouco sobre Fornever
And Never em comparação com o álbum anterior, o que dirias?
Hmmm, bem, diria que Fornever And Never é um esforço muito mais concentrado do que seu
antecessor. Katmandon't foi gravado
ao longo de um período tão longo que sinto que algum foco se perdeu ao longo do
caminho. Fornever And Never
(juntamente com o próximo lançamento ainda a ser trabalhado, Mother Of A Ship) foi totalmente escrito
num curto espaço de explosão criativa que girava em torno do proverbial poço a
que me referi anteriormente. Às vezes, quando acontecem coisas más vida, retira-se
algo positivo disso!
Mas, numa
primeira impressão, parece que desta vez estás mais focado na música e menos nas
extravagâncias. Concordas? Era essa a tua intenção?
Concordo em absoluto que estou mais
focado na música. E muito disso tem a ver com a rapidez com que as canções
foram escritas. Mas outro fator chave, desta vez, foi que a banda estava muito
mais sólida o que se nota em todo o material. Ao invés de trazer músicos como
artistas convidados, este álbum foi composto quase inteiramente por elementos
com quem, de uma forma ou de outra, tenho tocado desde a infância. Uma camaradagem
que definitivamente brilha por aqui.
E também
um pouco mais pesado em alguns momentos, como na versão do tema de Alice Cooper
e Neal Smith…
Sim, tenho evitado colocar algum do meu
material mais pesado nos meus álbuns e este lançamento certamente parecia ser
mais cortante. Estou feliz que tenhas
gostado porque o próximo álbum, Mother Of
A Ship está programado para ter dois pesos
pesados que serão muito mais pesados, mais numa veia Soundgarden. Dito
isto, sendo fã de muitos estilos e géneros musicais diferentes, gosto de
escrever e executar tanto os mais pesados quanto os números mais leves e
acústicos. Sinto que esses álbuns oferecem algo para todos. Eu prefiro essa abordagem
em vez de limitar ou filtrar o material com base em preocupações sobre ser
demasiado pesada ou leve.
Então,
quem tocou contigo neste álbum?
Com exceção do meu vocalista/percussionista
Patrick, todos os outros elementos desta formação tem estado, de uma forma ou
de outra, nos meus lineups, desde o
início da minha carreira musical! Por isso resulta tão bem com esta
configuração porque com muitas das nuances
iria gastar muito tempo se trabalhasse com um recém-chegado o que não acontece
com a "segunda natureza" destes músicos já que todos nós temos vindo
a falar a mesma linguagem musical há muito tempo.
Já
agora, mais uma vez um jogo com as palavras no título. Porquê Fornever And Never? Outra ideia do teu
irmão?
Ha, tens uma grande memória, Pedro! Não, desta
vez vim eu com o jogo de palavras. Sou um grande fã de jogos de palavras e este
teve um significado específico associado aos meus esforços pessoais durante este
período. É uma espécie do meu pequeno mantra, acho eu.
Como foi
o tempo em estúdio desta vez?
O mais eficiente de sempre! Na
realidade, comecei o meu álbum num processo científico de sentir que sou capaz
de racionalizar essas canções do início até ao fim num movimento muito mais
rápido do que antes. É por isso que a distância entre este disco, Fornever And Never e o próximo (Mother Of A Ship) pode ser tão curta
quanto a distância de um ano!
Qual é o
ponto de situação nos outros projetos onde costumas estar envolvido?
Bem, muitos deles eram apenas Fischer’s
Flicker sob nomes diferentes. Começamos como Deja Voo Doo, mas recebemos uma
carta para mudar o nome. Depois, saltamos de Powderhouse para Babaganoo e,
finalmente, Fischer’s Flicker. Também tenho tocado em alguns outros grupos ao
longo da minha carreira – grupos de covers,
de tributo e de originais - mas, neste momento da minha vida, em última análise,
prefiro dedicar o meu tempo ao meu próprio material. Tive uma espécie de
epifania há alguns anos atrás, quando um músico amigo meu faleceu. Comecei a
pensar sobre o que vamos deixar para trás quando já cá não estivermos. Senti
essa sensação de "dever" lançar tantos álbuns quantos pudesse antes
de partir e enquanto essa criatividade estava presente. É difícil de explicar,
mas, é apenas uma espécie de finalidade, suponho.
Mais uma
vez, Scott, muito obrigado. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Bem, gostaria de dizer que eu estou esperançado
em dar um passo em frente em 2016: um álbum a solo perdido do tipo chamado The
Trials & Tribulations Of The Plastic People, um relançamento do descatalogado EP Sick
On Sushi dos Deja Voo Doo, o próximo longa-duração dos Fischer’s Flicker
intitulado Mother Of A Ship e
possivelmente algumas outras faixas! Também gostaria de te agradecer, Pedro,
mais uma vez por rodares Fischer’s Flicker no teu programa!
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