É impossível
falar de Andy Gunn, sem falar da sua doença. Mas a sua entrega ao blues e à sua guitarra tem servido como
uma fantástica terapia para este guitarrista escocês. E a prova fica bem
evidente em Miracle Of Healing,
lançamento independente em 2014 e com distribuição em grande escala em 2015.
Foi esta a conversa que tivemos com Andy Gunn sobre a sua música e sobre si
próprio.
Olá Andy!
Obrigado pela disponibilidade! Miracle Of
Healing teve um lançamento independente em 2014, mas só agora surge uma
distribuição em grande escala. Por quê?
Em 2015, fui apresentado a Peter Muir
no Market Square Music e falamos sobre o relançamento do álbum com uma correta
promoção e distribuição, de modo que este é o resultado disso.
Mas houve uma
nova prensagem do CD ou é absolutamente a mesma versão?
A música é a mesma, mas mudamos um
pouco a capa e os textos.
Este é o teu primeiro
lançamento desde Regional Variations
de 2009. Por que demorou tanto tempo?
A vida continua e há outras coisas para
fazer. Tive alguns problemas pelo que passei algum tempo no hospital, inclusive
com cancro, mas tinha que ter tratamento para isso.
Foi durante
esse período que viajaste até para Memphis? Por que razão te mudaste para lá?
Eu viajei pela primeira vez até Memphis
quando tinha uns 18 anos, quando a minha banda da escola assinou um contrato
com a editora de blues da Virgem. Depois,
voltei lá quando tinha cerca de 32 anos, numas férias de trabalho.
E agora, de regresso
às tuas Highlands, onde, a maior
parte deste álbum foi composto, certo? O que mais te influenciou a escrever
esta coleção de canções?
A influência para este álbum, como muito
do meu trabalho, vem da vida diária, as coisas pelas quais temos que passar… Há
também um tema espiritual que atravessa o álbum, a busca de algo maior.
Para quem não
conhece o teu trabalho, como definirias Miracle
Of Healing?
De certa forma é um álbum variado. Toda
a música que gosto está lá... Há blues,
rock, material acústico, esse tipo de
coisas… Eu tendo a não analisar muito, apenas vou onde a música me leva.
Como estão as
coisas contigo em termos de saúde actualmente? A música acaba por ser uma
terapia, certo?
Agora estou muito bem. Tive alguns
anos difíceis, mas sinto que saí do outro lado. A música é com certeza curadora,
e tem estado comigo nos tempos difíceis.
E esta forma
de terapia começa quando e como?
Acho que é fantástico ser capaz de
tocar um instrumento, mesmo que apenas por diversão. Quando estás a tocar, leva-te
para fora de ti e dá-te uma saída criativa, algo que é saudável e terapêutico.
Olhando para
o futuro, pude verificar que agora tens um novo line-up. Quem está a tocar contigo atualmente?
Na verdade, neste momento tenho duas
bandas em movimento. Uma sedeada em Inverness, com Vikki Kitson nos vocais (que
cantava na minha banda da escola), Andy Davidson na bateria, Will Miller no
baixo e Fraser McLean na segunda guitarra. A outra está sedeada em Newcastle,
com vista a começar a fazer alguns concertos no fundo de Inglaterra, com John
Morgan no baixo, Pete Rea na guitarra e Shayne Fontayne na bateria.
Já estás a preparar
novo material, não é verdade? O que podem os fãs esperar em breve?
Sim, de momento estamos a escrever. Temos
cerca de 10 canções prontas e mais duas na calha, que devem ser suficientes
para o novo álbum. Vikki escreveu as letras e as melodias e eu estou focado na
música. Também estamos a experimentar com eletrónica, soft synths, drum machines,
bem como bluesy rockin guitar. Acho
que vai ser um grande álbum.
E tens mais
algum projecto onde estejas envolvido?
Toco guitarra para outras pessoas, e
também tenho um pequeno estúdio caseiro onde faço algumas peças.
Obrigado,
Andy. Queres acrescentar mais alguma coisa?
Bem, foi bom falar contigo. É bom
para ter o álbum lançado de forma adequada e a e receber atenção da imprensa.
Penso que o próximo também sairá muito bom. Obrigado pelo teu interesse e tudo
de bom.
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