Entrevista: Ecliptica


Ao terceiro álbum os Ecliptica atingem o seu ponto mais alto em termos de criação artística. De tal forma que ouvir o seu novo álbum irá deixar todos Ecliptified, indiscutivelmente. Os austríacos que se inspiraram no título genérico do primeiro álbum dos Sonata Arctica para batizarem a sua banda, são, hoje em dia, uma banda madura, adulta e onde a sua criatividade não tem limites pelo que tanto podem estar no metal, como no hard rock e sempre em alto nível. Markus Winkler foi o membro fundador e foi ele quem respondeu, de forma muito simpática, às nossas questões.

Olá Markus, como estás? Obrigado pela tua disponibilidade com Via Nocturna!
Olá Via Nocturna e saudações para todos os rockers portugueses!! Obrigado, eu estou muito bem e tu?

Podes apresentar os Ecliptica aos rockers portugueses e contar um pouco da vossa história até agora?
Os Ecliptica foram fundados em 2005, que foi quando comecei a banda e fizemos os nossos primeiros ensaios. As coisas começaram realmente em 2007 com o nosso primeiro EP The Awakening, alguns grandes concertos como banda de apoio (como com Symphony X, por exemplo) e a nossa participação no Wacken 2007. Depois disso, conseguiu um contrato com a Frontiers Records para o álbum seguinte Impetus em 2008. Fizemos uma série de concertos, slots de apoio, tivemos todo um conjunto de mudanças de line-up, lançamos, em 2012, o nosso segundo álbum Journey Saturnine e agora estamos aqui, com um line-up estável há três anos, um estilo de música ligeiramente alterado para metal ‘n’ roll e, claro, o nosso novo álbum Ecliptified.

As origens do vosso nome vêm do álbum dos Sonata Arctica? Se sim, por quê? À primeira vista, os finlandeses não são uma influência para vocês, não é?
Sim, o nome da banda é inspirada pelo primeiro álbum dos Sonata Arctica... Nessa altura fiquei impressionado com o seu primeiro álbum, porque, nunca tinha ouvido algo parecido antes e ainda hoje gosto muito da sua música, a maneira como eles trabalham as canções, com melodias e este encanto especial finlandês. Mas isso não significa que somos imitadores (risos). Foi uma combinação da sonoridade da palavra com o meu tributo pessoal aos Sonata Arctica que esteve na escolha do nome Ecliptica para a minha banda.

Ecliptified, o vosso terceiro álbum, é visto como um forte passo em frente. Qual foi o vosso método de trabalho desta vez?
Basicamente, tivemos o mesmo processo de trabalho, como de costume, mas diferente dos últimos lançamentos é a forma como Ecliptified exprime a nossa profunda paixão pelo Hardrock, bem como a força do nosso coletivo, que enquanto banda se centrou perfeitamente nas 14 faixas do álbum. E este disco simplesmente mostra quem realmente somos. A intenção era transferir o sleazy rock dos anos oitenta para o aqui e agora, o que significa, não só que nos concentramos mais nas nossas raízes, mas também que construímos um som fresco e moderno para todas as músicas. Trabalhamos com mais teclados e pela primeira vez com um saxofone para adicionar mais cores diferentes e torná-lo mais variado. Finalmente, estamos muito felizes e orgulhosos do resultado.

Ecliptified é, de facto, um álbum muito diverso. De onde vem tanta inspiração?
A inspiração por trás do nosso novo álbum Ecliptified foi principalmente a nossa profunda paixão pelo Hardrock. Todos nós seis temos o espírito e poder do Rock n Roll a correr nas nossas veias... Enquanto ensaiávamos, algumas ideias para o novo álbum surgiram muito naturalmente e levaram-nos diretamente um pouco de volta aos nossos princípios. Então decidimos fazer um álbum de hard rock real e colocar quase todo o material de metal tradicional em armazenamento (risos). Honestamente, temos um outro álbum completo na retaguarda que é um pouco mais metal e talvez a gente faça isso da próxima vez... Dependerá apenas de como nos sentirmos a esse respeito.

Falando de convidados, contam com alguns neste álbum. Podes falar deles e dizer-nos que input tiveram eles no resultado final?
Bem, o convidado mais importante, se o puder chamar assim, é o Sr. Frank The 2º Best Pitters que gravou, misturou e masterizou o álbum connosco no seu estúdio Silverlinemusic em Viena. Ele é algo como o sétimo membro da banda (fez todos os teclados, bem como a maioria dos arranjos de coro no álbum). Às vezes é uma pessoa bastante louca, mas sempre gentil e muito focado na música. Ele esteve sempre a empurrar-nos até ao limite e tentar dar-nos diferentes pontos de vista sobre as músicas. Para nós, ele foi uma pessoa muito importante durante todo o processo, o homem fora da banda, mas quase nela, com muitas habilidades, conhecendo-nos muito bem e sempre focado no processo de trabalho. Todos os outros convidados costumam tocar em diferentes bandas austríacas e são muito bons amigos ou família, como a minha namorada Linda (saxofone). Pedimos-lhes para fazer alguns backing vocals ou saxofone para adicionar mais cor.

Então, como foi a experiência de gravação desta vez?
Foi um período muito descontraído em estúdio e foi um processo realmente incrível e emocionante. Foi como desenhar um esboço numa sala de ensaios e, em seguida, trabalhar com isso para uma grande pintura no estúdio. E a cada dia ela cresce mais e tem mais cor.

Têm alguns vídeos filmados a partir deste álbum?
Ah, sim, nós fizemos um lyric video para Round 'n Round (https://www.youtube.com/watch?v=og4V6ormUlo) e um stage/live video para Welcome To The Show (https: //www.youtube.com/watch?v=3u1yddjS7BM). Agora estamos a pensar nos nossos próximos vídeos, e acho que vamos lançar mais dois ou três ainda este ano. Mas não quero revelar-te o segredo todo já (risos).

Por que escolheram uma música dos Roxette para cover?
Muito naturalmente. Já tocamos essa música há muitos anos nos nossos concertos porque assenta muito bem e realmente gostamos dela. Inicialmente tivemos a ideia de a gravar no último álbum, mas naquela altura não tivemos tempo para isso e também não encaixava tão bem em Journey Saturnine. Mas desta vez foi o momento certo para a gravar e lançar. Mais: Per Gessle felicitou-nos pela nossa versão, o que é uma grande honra para nós!!

O que está previsto para promover Ecliptified a partir de agora? E outros projetos para os próximos tempos?
Bem, com alguns novos vídeos e bastantes espetáculos e entrevistas para rádios e imprensa. Estamos, também, a planear uma pequena tournée para o outono deste ano e alguns festivais em 2017. E talvez entremos em estúdio novamente no outono de 2017, o que significa haver um outro grande projeto na história dos Ecliptica, hell yeah!!

Muito obrigado, Markus! Queres acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado pela entrevista, foi muito divertido, com grandes questões. Fica bem, em paz e com muito rock. Espero ver-te em breve em tour e pessoal, adquiram Ecliptified!

Comentários

DISCO DA SEMANA #47 VN2000: Act III: Pareidolia Of Depravity (ADAMANTRA) (Inverse Records)

MÚSICA DA SEMANA #48 VN2000: My Asylum (PARAGON)(Massacre Records)

GRUPO DO MÊS #11 VN2000: Earth Drive (Raging Planet Records)