This Glorious No Age não é só o novo longa-duração dos Youthless. O disco, a ser
editado via Nos Discos, parte de algumas ideias de Marshall McLuhan acerca da
descoberta da eletricidade e, daí, descobre as rotas que isso abriu para a
humanidade. Daí que “este disco do duo seja, ao mesmo tempo, um renascimento e
um embarque para o novo destino sonoro da banda – ainda fiel às suas
irreverentes raízes no noisy garage,
e ao mesmo tempo uma estrada aberta para um excitante novo território. Como se
percebe da conversa que tivemos com o baterista e vocalista Alex
Klimovitsky.
Olá, pessoal, tudo bem? Tudo a postos para o lançamento do
novo álbum?
Sim! Estamos com muita pica e
vontade de o mostrar ao vivo!
De que forma é que decorreu o trabalho desta vez?
Bem, este disco, por razões
logísticas e por causa de uma lesão nas costas que tive, demorou imenso. A
estrutura já estava feita em 2011 quando de repente me lesionei e tive que
voltar para os EUA para a minha recuperação. A partir de aí, fomos trabalhando
muito pouco a pouco no LP. Eu vinha a Portugal uns meses e fazíamos uns
concertos cá ou no Reino Unido e gravávamos algumas coisas, e depois eu voltava
de novo para os EUA. Mas isso deu tempo para a coisa crescer e desenvolver de
uma maneira muito diferente do que estávamos habituados.
Relativamente a Monsta que diferenças apontam como mais
significativas?
O EP Monsta foi exactamente o
contrário... Fizémos tudo super-rápido, sem pensar muito na coisa e sem pensar
numa estrutura nem nada. Foram só as primeiras músicas que inventámos e gravámos.
Mas ainda gosto muito daquelas primeiras gravações e canções.
Continuam a dividir o tempo entre Londres e Lisboa. Qual das
cidades é mais inspiradora para criar e trabalhar?
Como banda, sim dividimos o tempo
entre Lisboa e Londres. Como indivíduos, Sebastiano mora cá a tempo inteiro com
a sua namorada linda e a sua filha incrível de 3 anos. Eu sou mais nómada e nos
últimos 4 anos tenho passado metade do ano em NY a trabalhar em música para
teatro e outras coisas parecidas.
Depois de alguns prémios recebidos sentiram algum tipo de
pressão no processo de criação de This Glorious No Age?
Não sentimos muita pressão de fora
porque estávamos muito desligados disso, mas sim muita pressão interior porque
a nossa visão era bastante épica e queríamos fazer lhe justiça.
Abordando agora mais detalhadamente este disco, parece haver
um fio condutor entre as músicas, com um conjunto de interlúdios a fazer com
que a música nunca pare. De alguma forma é um disco conceptual ou é apenas
sequencial?
O disco é super-conceptual. Tem
uma história específica com várias temáticas ressurgentes. Grande parte da temática deste LP é inspirada
num pensador chamado Marshal Mcluhen que aborda como as ferramentas que os
homens criam moldam a sua sociedade, e muito especificamente, a eletricidade. Por
isso, o LP traça a viagem de um mundo antigo (em termos do Marshal Mcluhen, o
mundo "pré-elétrico") para um mundo novo para o qual estamos a
caminho. Como este é o nosso segundo trabalho discográfico (depois do primeiro
EP Telemachy), e como nós somos um
duo, decidimos também esconder os nomes de famosos duos da história de rock dentro dos títulos de muitas das músicas,
de forma cronológica, para realçar esta ideia da transição do mundo acústico,
ou mundo das leis mecânicas do Newton, para um mundo elétrico, do relativismo
de Einstein e da subjetividade das leis quânticas.Tudo isto é a estrutura
conceptual, mas depois as várias temáticas dentro desta estrutura são abordadas
de forma muito pessoal. São todas experiências e músicas muito pessoais, sobre
namoros, mortes, coisas reais na nossa vida, mas vistas através desta lente de
partida de um mundo para o outro.
Sei que contaram com alguns convidados na elaboração deste
disco. Qual o seu papel?
Sim, tivemos o Francisco Ferreira
(Capitão Fausto, Bispo), João “Shela” Pereira (LAmA, Riding Pânico) e Duarte
Ornelas a tocar teclados, Chris Common a fazer algumas percussões e Francisca
Cortesão a cantar coros em duas músicas. Foi uma grande dádiva tê-los a todos
no disco... Acrescentaram muito às composições e mudaram muito o nosso som, ao
ponto de agora levarmos normalmente o Francisco ou o Shela connosco ao vivo.
Acho que, de certa forma, eram texturas que eu e Sab sempre ouvíamos enquanto
compúnhamos as músicas, os acordes silenciosos que sentíamos, ou um pad ou ruído… Mas agora materializou-se
com os sintetizadores deles.
Antes desta entidade, Youthless, existiu uma outra chamada
Three And A Quarter. Como se processou e porque se processou a transformação de
uma noutra?
Não pensamos numa banda como
continuação da outra. Eu, Sab e Guillermo (baterista/baixista dos Three and a
Quarter) crescemos juntos e aprendemos a tocar juntos, por isso vamos sempre
fazer música juntos de alguma maneira. Enquanto tocávamos nos TAAQ, também
fazíamos muita outra música fora desse projeto com estilos muito variados, isto
foi uma brincadeira que Sab e eu queríamos fazer para nos divertir e para eu
aprender a tocar bateria e Sab gozar como um Boss no baixo. E depois a coisa é
que nos levou por si só.
E agora segue-se a estrada, não é verdade? O que têm previsto?
Temos muitos concertos para a
frente... Por agora, Portugal, Reino Unido e um pouco em Espanha.
- 11 de
Março, Musicbox, Lisboa
- 12 de
Março, Maus Hábitos, Porto
- 18 de
Março, Texas Bar, Leiria
- 19 de
Março, Salão Brazil, Coimbra
-
1 de Abril, Stairway Club, Cascais
-
15 de Abril, Pouca Terra, Barreiro
-
16 de Abril, Play-Doc, Galiza
-
23 de Abril, Fnac Braga
-
23 de Abril, Convento do Carmo, Braga
Mais uma vez obrigado. Querem acrescentar mais alguma coisa?
Sim… Venham aos concertos! As
músicas ganham muito ao vivo e vão ser concertos muito divertidos. Também, para
quem tiver interessado no conceito do LP, vamos disponibilizar as letras no
nosso site. Obrigado nós.
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