Após um hiato
de seis anos Torben Enevoldsen readquiriu novas energias e levou o seu projeto
Section A com Wall Of Silence a um
superior patamar de qualidade, partindo, exatamente, do ponto onde havia ficado
com a edição de Sacrifice. Muitas
foram as mudanças incluindo um novo vocalista e uma nova editora, e todos estes
assuntos foram tema para a conversa que tivemos com o mentor do trio
dinamarquês.
Viva Torben! Obrigado pela entrevista! Wall Of Silence é o vosso
novo álbum, seis anos depois do anterior. O que aconteceu?
Muitas coisas aconteceram desde o
lançamento de Sacrifice em 2010. Estive
muito ocupado com outros projetos e com a minha banda, Fate. Além disso, sentia-me
num vazio e nada me inspirava a escrever um novo álbum. Nessa altura conheci
Nicklas Sonne, o nosso novo vocalista, através de um aluno meu. Ele é muito
talentoso, com muita energia e incentivou-me um pouco para iniciar uma
colaboração. Gosto de trabalhar com Andy Engberg, sempre gostei, e ele continua
a ser um dos meus cantores favoritos, mas também estava muito ocupado com
outros projetos e bandas. Assim o tempo passou e finalmente decidi fazer
algumas mudanças definitivas e fazer um novo disco dos Section A, desta vez com
Nicklas nos vocais.
Precisamente, tens um novo vocalista. O Nicklas
teve oportunidade de cooperar no processo de composição?
Sim, muito mesmo. Enviamos
sucessivamente ficheiros um para o outro durante um longo período até estarmos
completamente satisfeitos com tudo. Nessa altura ele começou a gravar os vocais
e eu incentivei-o a ser ele próprio tanto quanto possível.
Então ele teve uma boa adaptação à banda?
É um prazer trabalhar com Nicklas e
está sempre a esforçar-se por melhorar. Eu sou um pouco perfecionista e é
sempre mais fácil trabalhar com outros músicos de elevado padrão que se
esforçam.
Portanto, tanto tempo depois, é normal falar-se de uma
continuação natural do que vocês fizeram nos três primeiros álbuns?
Eu diria que este novo álbum é muito
mais Section A, tanto no estilo como na escrita das canções. Nicklas tem uma
grande voz que se encaixa muito bem com o estilo. Ele escreveu todas as letras,
pelo que a principal mudança, além da voz de Nicklas, claro, poderia muito bem
ser liricamente. Fora isso, acho que é precisamente o que seria de esperar de
um álbum dos Section A.
Este é o primeiro lançamento para a Mausoleum
Records depois de três álbuns através da Lion Music. O que esteve na base dessa
mudança?
O negócio mudou muito nestes últimos
6 anos e é cada vez mais difícil fazer face às despesas. Isto é verdade tanto
para os artistas como para as editoras. Todos estamos na luta. A Lion Music
deixou de lançar álbuns físicos e essa foi realmente uma das principais razões
pelas quais decidi mudar de editora. Os fãs ainda estão interessados em
comprar o CD e eu queria que este álbum estivesse disponível em CD.
A criação deste álbum foi um esforço de equipa ou foste
apenas tu o responsável?
Eu escrevi todas as músicas e Nicklas
escreveu todas as letras, mas não ditamos o que os outros deveriam fazer. Simplesmente
transmiti aos outros as minhas ideias e, em seguida, eles colocaram o seu cunho
pessoal em cada canção. Estou sempre muito aberto a sugestões e ideias e é bom
verificar como os outros se sentem ao investir numa canção.
Julien Spreutels foi convidado para tocar todos os
solos de teclado. Nunca sentiste necessidade, eventualmente, de recrutar um
membro definitivo?
Isso é verdade, mas não é a primeira
vez que temos músicos convidados em Section A. Na verdade, já é uma tradição de
ter vários teclistas-solo nos nossos álbuns. Derek Sherinian (Planeta X,
Ex-Dream Theater), Günter Werno (Vanden Plas), Mats Olausson (Ex-Yngwie
Malmsteen) e Lasse Finbråten (Circus Maximus) foram os convidados que fizeram
os solos de teclados nos nossos últimos 3 álbuns. De momento, não há nenhuma
necessidade real para ter um membro permanente, mas tenho, naturalmente,
considerada essa possibilidade e pode muito bem acontecer em algum momento no
futuro.
A capa do álbum é muito bonita! Quem foi o
responsável?
Concordo completamente. Esse trabalho
foi feito por Didier Scohier. Ele já trabalhou com os Asia e Cinderella e é, de
facto, uma pessoa muito talentosa.
Possibilidades para levar Wall Of Silence para
palco… O que tens programado?
Infelizmente, nesta altura, não temos
planos para uma tournée com os
Section A. Esperamos que isso possa mudar, é claro. É sempre um prazer especial
tocar ao vivo. Esperamos ser capazes de o fazer mais tarde.
Muito obrigado, Torben! As últimas palavras são tuas...
Obrigado por me fazeres esta
entrevista. Espero que todos que a venham a ler possam ir ouvir a nossa música
e visitar-nos online.
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