Entrevista: Chris Ousey


Chris Ousey tem um passado rico com passagens por diversos colectivos de sucesso como Monroe, Virginia Wolf e Heartland. Adicionalmente tem uma carreira a solo e colabora com outros projectos, sendo Ozone, com Steve Overland, o mais recente e com mais visibilidade. Em seu nome próprio, já não assinava nenhum disco desde Ryhme And Reason de 2011, pelo que o novo Dream Machine causou alguma ansiedade nos fãs. Foi com este novo álbum por base, embora sem esquecer o seu trajeto mais recente ou mais afastado, que falamos com o excelente vocalista.

Olá Chris, como estás? Obrigado pela tua disponibilidade. Novo álbum com o teu nome depois de Rhyme And Reason de 2011. Como te sentes com este novo trabalho?
Olá, estou bem, obrigado. Sinto-me muito satisfeito com este novo álbum. Soa muito bem como eu esperava que fosse e eu estou feliz porque parece ter sido bem recebido.

Pelo meio tiveste a oportunidade de gravar com Steve Overland no projeto de Ozone. Naquela altura tive a oportunidade de falar com Steve e agora pergunto-te a ti, como viste esse projeto?
Foi um grande projeto em que estive envolvido. Sempre fui um grande fã de Steve, portanto fiquei entusiasmado quando a ideia me foi apresentada pela primeira vez pela minha editora. Não é todos os dias que dois cantores como nós se unem e foi ótimo tocar fora dos nossos estilos habituais. Acho que funcionou muito bem. Infelizmente, por causa de compromissos de trabalho, acabamos por gravar os vocais de bastantes faixas de forma separada. Eu fiz o meu trabalho no estúdio de Mike Slamer na Califórnia e Steve gravou aqui na Inglaterra perto de sua casa. Mas conseguimos trabalhar alguns detalhes vocais em conjunto para o final do projeto, portanto foi muito divertido.

Foi, de facto, uma boa joint venture entre dois grandes vocalistas. É uma experiência para continuar?
Ainda é um pouco cedo para dizer. Na maior parte do tempo tanto Steve como eu estamos bastante ocupados com vários projetos. Se pudéssemos fazê-lo funcionar, não vejo por que não.

Bem, voltando a Dream Machine, este novo álbum é uma continuação lógica de Rhyme And Reason?
Acho que provavelmente é. Embora tenha havido muito tempo entre as edições, algumas das músicas de Dream Machine foram escritas logo a seguir ao lançamento de Rhyme And Reason, por isso acho que eles preenchem essa lacuna de forma razoavelmente homogénea.

Durante quanto tempo trabalhaste neste álbum?
É difícil de precisar sobre o tempo que levou. Eu tenho tendência para estar sempre a escrever e a colocar as ideias de lado para o projeto certo que surja. Provavelmente tinha metade do disco em forma bruta, gravado em demos, quando me pediram para colocar outro disco a solo cá fora. Acho que o resto levou ao Tommy e a mim cerca de dois meses.

Todas as canções foram escritas por ti e por Tommy Denander. Olhando para o resultado final é, de facto, uma grande equipa...
Estou sempre ansioso por trabalhar com Tommy. Ele é um músico extraordinário e um dos melhores compositores da atualidade. Sei que quando ele me envia uma ideia para uma faixa, o apoio musical será de primeira qualidade. Acho que também ele sabe como funciona a minha voz, pelo que também poupa muito tempo.

E as primeiras reviews confirmam precisamente isso: uma grande resposta dos media. Com toda a tua experiência ainda sentes aquele nervoso miudinho quando lanças um novo álbum?
Há sempre esse ligeiro nervosismo que não resulte bem. Mas para ser honesto, o mais importante para mim é que eu tenho feito o melhor trabalho possível. Como compositor e vocalista tenho um certo padrão que tento alcançar. Claro que queremos que aquilo em que estamos a trabalhar no momento seja um pouco melhor do que o anterior. Quanto mais fazes, mais desafiante se torna. É divertido continuar a empurrar um pouco mais.

Como decorreu o processo de gravação?
Para mim, foi uma experiência muito boa. Gravei as minhas partes não muito longe de onde moro, por isso pude dormir na minha própria cama todas as noites. Normalmente quando gravo noutros locais, gasto muito tempo em hotéis. Gravei duas ou três faixas por dia, dependendo de como me sentia. Apesar de tudo, uma experiência bastante indolor e simples.

Tu estás sempre a trabalhar, por isso pergunto-te se estas atualmente envolvido em algo novo ou se tens em mentos outros projetos para um próximo futuro.
Estou prestes a entrar em estúdio para gravar o segundo disco de Snakecharmer. Estou ansioso, em particular, para gravar com o nosso novo guitarrista Simon McBride. Temos algumas canções fortes e deve estar pronto muito em breve.

E a respeito das tuas bandas anteriores... Ideias para novos álbuns?
Acho que talvez já tenha passado muita água debaixo da ponte para um regresso dos Virginia Wolfe, mas não poria de parte alguma coisa no futuro para os Heartland. Pelo menos, seria bom revisitar alguns deles ao vivo.

Estás a preparar alguma tournée para promover Dream Machine?
Espero fazer algo num futuro não muito distante, que pode incluir tocar uma boa seleção de músicas de alguns dos meus últimos lançamentos, bem como do novo lançamento. Não tenho certeza dos detalhes ainda.

Chris, muito obrigado, mais uma vez!
De nada. Adeus por agora e espero ver-te num espetáculo. 

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