Nome estranho… Mad
Hatter’s Den! Música de grande qualidade. Comprovem-no em Excelsior, o novo trabalho dos finlandeses. Jaakoo Hänninen,
guitarrista, falou abertamente de como a banda tem vindo a evoluir de forma
notável conseguindo atingir o nível percetível na nova rodela.
Olá
Jaakko, como estás? Obrigado pela disponibilidade! Importas-te de apresentar a
banda aos metaleiros
portugueses?
Olá
e um grande obrigado por esta entrevista! Mad Hatter’s Den vêm da Finlândia e é
mais fácil dizer que tocamos heavy metal,
uma vez que fazemos alguns saltos entre géneros pesados. Pode dizer-se que é heavy metal melódico com influências
sinfónicas, mas temos vindo a fazer também algumas canções que são mais
progressivas e também mais pesadas… e neoclássicas... e power metal... o que quer que seja que as letras e o sentimento da história
requeiram. No fim, apenas tentamos fazer boa música e boas canções e álbuns.
Tudo deve encaixar bem. Tem sido bom surpreender as pessoas com alguns arranjos
nas músicas.
Podes
contar um pouco da vossa história até agora?
Os
Mad Hatter’s Den foram fundados por mim em 2010, mas já existia como uma banda
de covers de Iron Maiden desde 2006. O
lineup dessa banda era o mesmo do
primeiro álbum Welcome To The Den
adicionado de um teclista. Formar esta banda era um sonho de há muito e algumas
canções em ambos os nossos álbuns foram compostas ainda na década de 90. Fizemos
dois álbuns, um single chamado Stone Cold
Flame e um EP Dark Wheel. Depois
houve algumas mudanças na formação. O baterista Tapio Korkeila e o baixista
Harri Hautsalo deixaram a banda, porque não tinham disponibilidade de tempo. O
mesmo se passou com o vocalista Taage Laiho que estava muito ocupado com as suas
outras bandas. Assim, tivemos que seguir em frente. O baterista Arto Pitkänen juntou-se
a nós quando estávamos na tour de 2013
e a promover o nosso álbum de estreia. Jarno Vitri juntou-se mais tarde no
baixo. Tocamos cerca de um ano e compusemos novas canções mas depois tivemos
que continuar sem o vocalista anterior. Fizemos várias audições mas não
encontramos um que tivesse disponibilidade suficiente para a banda nem a
sonoridade e alcance pretendido. Jarno já havia composto a maioria das melodias
vocais durante o processo de composição e também escreveu letras para algumas
músicas. Finalmente, apercebemo-nos que Jarno podia fazer as duas coisas...
tocar baixo e cantar. Todas estas alterações ajudaram a expandir o nosso estilo
numa direção mais sinfónica. Mas ainda temos algumas canções mais básica de heavy metal tradicional.
Nome
curioso o vosso. Há algum motivo especial para o seu surgimento?
Mad
Hatter´s Den é uma música feita por uma banda finlandesa chamada Stone que era
bastante importante aqui na Finlândia nos anos 80 e também para mim. Uma grande
banda com canções agradáveis que continham estranhas harmonias de guitarra e
estruturas musicais. Eles foram uma das razões para começar a fazer a minha própria
música. Mad Hatter’s Den parecia o nome certo para isso. É bastante estranho e
soa bem.
Portanto,
essas alterações de formação marcaram, definitivamente, Excelsior, o seu novo álbum?
Mudaram
o estilo, com certeza. Foi possível utilizar diferentes tipos de elementos e
influências. Também tentamos encontrar um som e estilo mais original para a
banda. Tudo isso aconteceu de forma muito natural e fácil. A composição do
álbum não demorou muito tempo. Os arranjos finais levaram mais tempo, mas
principalmente porque, ao mesmo tempo, tentamos encontrar um novo vocalista. Os
membros atuais são trabalhadores dedicados e têm muitas ideias.
Os
novos membros já tiveram a oportunidade de colaborar no processo de composição?
Há
três compositores diferentes no álbum Excelsior.
Eu fiz a maior parte das canções, Petja três e Jarno uma. É bom, porque agora
não tenho que compor todas as músicas sozinho. Compor músicas próprias é a
coisa mais importante para mim, juntamento com tocar ao vivo, mas poder usar
temas de outros elementos dá-nos mais possibilidades e variações. No álbum de estreia
Petja tinha criado uma música e eu as restantes. O primeiro single do álbum, Hero’s End (At the Silver Gates) foi feito por mim, mas Jarno
compôs algumas partes no meio da canção. Foi a primeira vez que houve mais que
um compositor numa canção.
Daí,
claramente, também, Exclesior ser um
disco mais diversificado…
Temos
origens e gostos musicais bastante diferentes, mas de alguma forma, no
conjunto, todos encaixam bem. Arto é músico profissional há dez anos e já tocou
uma variedade de estilos. Petja já fez música clássica e jazz e estuda teoria musical. Kari ainda toca comigo versões de Iron
Maiden, Judas Priest, Accept, Rainbow, Black Sabbath, etc quando temos tempo
para isso. Eu também fiz um pouco de rock
progressivo, enquanto Jarno está mais envolvido no metal progressivo. Iron Maiden é, provavelmente, o ponto de
encontro no centro de tudo. De qualquer forma, é claro que é mais difícil para
nós sermos uma banda de um género apenas e não queremos copiar Iron Maiden ou
qualquer outra coisa…bem, exceto Trail of
Fears.
E com
tal diversidade posso perguntar-te de onde vem toda essa inspiração?
Ouvimos
muitos tipos diferentes de música desde os anos 80 e também tocamos em bastantes
e diferentes tipos de bandas. Acho que tem que se ter uma mente bastante aberta
para as influências e tentar não limitar ou restringir-se em demasia. Para
compor alguma coisa tens de estar com o feeling
certo e às vezes começa quando compras discos novos que te fazem ficar animado
de forma a começar a tocar versões. King Diamond funciona normalmente para mim…
foi assim que surgiu Break the Chains
(Into The Black). Algo dá esse ponto de partida. Pelo menos, normalmente é
assim para mim. Diferentes métodos dão origem a diferentes tipos de canções... Como
quando estás a compor com guitarra, teclado ou computador ou quando tudo
acontece apenas na tua cabeça. Às vezes tocar e improvisar com a banda é a
chave. É possível que tenhas uma música completa em poucas horas ou pode levar
algumas décadas com algumas músicas.
No
campo lírico, quais são os principais tópicos abordados?
Principalmente
fantasia. Alguns planos e ações maléficos de Mad Hatter por trás de tudo. Pelo
menos é assim por agora. Se verificarem as letras com cuidado, conseguem
encontrar algum tipo de história ao longo do álbum. Não é muito óbvio e todas
as músicas também fazem sentido quando analisadas de forma individual.
Como foi
o tempo passado em estúdio?
Trabalho
duro e longos dias, seguramente. Demora muito, mas é muito gratificante quando
as coisas começam a ficar no seu devido lugar, especialmente no final. Tentamos
concentrarmo-nos no que estávamos a fazer mas mantendo uma sensação de
relaxamento para que no final o resultado fosse um bom som e com toda a energia
lá presente. Já tínhamos gravado a bateria no início do ano passado, por isso
demorou quase um ano, em parte porque tivemos que arranjar um novo vocalista.
Acredito que na próxima vez será novamente diferente. Aprendemos muito desta
vez.
Têm
alguma tournée prevista
para promover este álbum?
Atualmente
estamos em digressão pela Finlândia e também vamos estar em alguns festivais
porreiros: Jalometalli (com Anthrax, Sabaton e assim por diante) e Dark River Festival
(Korpiklaani etc). Haverá mais alguns espetáculos, mas para já não temos
quaisquer planos para tocar fora da Finlândia, mas é claro que isso seria muito
bom. Isso é o que gostaríamos de fazer. Devemos encontrar os contactos certos e
dinheiro para isso. Esperemos que isso aconteça em breve!
Mais
uma vez Jaakko, obrigado por este momento…
Mais
uma vez muito obrigado pela entrevista! É sempre bom poder mostrar o que
fizemos e o que estamos a tentar fazer. Há muita concorrência, por isso tens
que te concentrar e tentar fazer o melhor e toda a promoção que se conseguir é
bem-vinda. Vocês podem ouvir as nossas canções nos diversos canais digitais como
Spotify, iTunes, Deezer, GooglePlay e, claro, Youtube. A propósito, temos um vídeo
épico fantástico do tema Hero’s End (At
the Silver Gates) que foi filmado no Castelo de Turku e nas ruínas de Kuusisto.
Devem ver! Está incrível. Se gostam da nossa música por favor, comprem o nosso
CD, se possível! Isso é grande ajuda. Se não puderem, sempre podem espalhar o
trabalho. Obrigado a todos!
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