Com o seu novo álbum Reboot
debaixo do braço, recentemente passaram por Portugal com duas data memoráveis,
como banda suporte dos Blues Pills. Nesta conversa que mantivemos com a
vocalista norueguesa, Heidi Solheim recorda essas duas datas, fala do
nascimento de Reboot e aborda os seus
outros projetos, entre eles um curioso destinado a crianças.
Olá Heidi! Obrigado pela
tua disponibilidade e parabéns pelo vosso excelente álbum! Terminaram,
recentemente, uma tournée europeia com os Blues Pills. Correu tudo bem?
O vosso set foi baseado neste vosso
novo álbum Reboot?
Obrigado! A tour foi absolutamente incrível! Houve
muitos grandes momentos durante esse mês na estrada, e agora somos uma banda
muito feliz, com os nossos corações cheios de belos momentos e memórias aconchegantes.
Que memórias guardas dos
espetáculos portugueses?
Tivemos um grande momento
em Portugal! Porto foi a cidade mais bonita onde já estive! Senti-me em casa em
Portugal e adorei cada minuto do nosso tempo aí. O último concerto que tivemos
com os Blues Pills foi precisamente em Lisboa, de modo que esse show foi muito emocionante para todos,
de tal forma que penso que foi um belo lugar para nos despedir-mos.
E começaram a construir
uma sólida base de fãs aqui...
Realmente penso que fizemos
alguns novos fãs em Portugal. Conhecemos algumas pessoas excelentes, com grande
paixão pela música e adoraríamos voltar em breve!
A respeito do vosso novo
álbum, porque Reboot?
Inicialmente, Reboot, era uma tentativa de começar uma
direção musical diferente. Queria algo mais livre. Queria avançar para o rock e música psicadélica, mas mantendo
algum blues. Mas depois de ter
começado a escrever a música, dei por mim a olhar fixamente para as notícias da
TV e internet e senti toda a minha
esperança na humanidade voar para longe. Algumas ações e reações das pessoas assustaram-me.
Algumas pessoas são tão impulsionadas pelo medo que esquecem como ser acolhedoras
e úteis. Ao invés, mostram um lado do homem que estrangula o meu íntimo. A
escuridão está tão forte que só nos resta reiniciar. E sinto que se tornou a
interpretação mais correta do título do álbum.
Gravaram de forma
habitual, isto é ao vivo em estúdio? Sentem-se mais confortáveis assim?
Sempre gravamos ao vivo em estúdio.
Dá um autêntico som seventies. Outra
coisa importante para nós é a espontaneidade que se consegue com esta forma de
gravar. Todos entramos nesta maravilhosa esfera de música, intensidade e foco.
É a melhor sensação do mundo! E é muito viciante, pode dizer-se.
E é verdade que gravaram
apenas em 4 dias?
Nós gravamos o álbum em 4
dias. Mas quem tocou harmónica e flauta veio na semana seguinte dar um pouco de
cor ao disco.
Na tua opinião, qual é o
segredo para este som tão orgânico, tão puro?
Sim, acredito que esse toque
orgânico se cria quando tocas ao vivo. Em espetáculos ou em estúdio. Para os Pristine
isso é uma coisa muito importante. Mas para os meus outros projetos o foco está
noutro lugar, por isso depende que tipo de música e sentimento que queres
colocar no disco.
Por falar nos teus
outros projetos, és uma artista muito ocupada. Para além dos Pristine, tens uma
carreira solo com dois álbuns lançados até agora. Dentro do mesmo registo
estilístico?
Os meus outros projetos são
bem diferentes. Tenho um projeto de pop
eletrónica chamado Melee e um outro de música para crianças, em norueguês,
chamado Dinosaus. Sempre desejei escrever música de vários géneros e
expressões. Agora tenho a possibilidade de escrever canções sobre dores de
cabeça profundas e escuras e, depois, no próximo disco escrever sobre
super-heróis e máquinas do tempo. Uma pessoa é muito mais do que um género, e
sinto-me com sorte por conseguir expressar-me em tudo o que sou.
Pegando, precisamente,
nesse projeto Dinosaus, quando te surgiu essa ideia?
Fui mãe, há alguns anos, e
adorei! Ouvimos muita música e eu senti a necessidade de ouvir algo mais
orgânico e com mais substância do que a atual música infantil com bases eletrónicas
e sintetizadores. Portanto, como se diz aqui na Noruega, peguei a pá nas minhas próprias mãos. Fiz música rock e pop para crianças com letras sobre tudo, como alimentos para
animais imaginários e coisas loucas, mas, na realidade, tentei levar as
crianças a sério e tentei com que sentissem cada palavra.
E foi um projeto bem
aceite?
Sim, absolutamente. Recebi
bastantes críticas boas e os comentários eram muitas vezes que os adultos gostavam
tanto do disco quanto os seus filhos. Isso é um grande elogio.
De regresso aos
Pristine, quais são os vossos próximos projetos?
Iremos em tournée em julho e em novembro deste ano,
mas sem qualquer espetáculo Portugal, o que é pena! E, depois, altura de fazer
mais algumas músicas para o próximo álbum, a sair lá para abril de 2017!
Muito obrigado Heidi! Queres
acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado pela tua paciência
comigo! Os dias passam tão rápido este ano que nem dei conta! Estou muito feliz
por termos visitado o teu belo Portugal e esperamos ver-vos a todos novamente
em breve! Rock on!
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