Roger Pedersen afirma que não, mas de facto é um verdadeiro guitar-hero, um guitarrista virtuoso e
um criativo impressionante. O seu terceiro álbum, Guitar Madness… And Other Nice Songs, é um fantástico disco de metal (e não só) onde a guitarra nas
suas mais diversas formas assume todo o protagonismo. O norueguês apresentou-se
a Via Nocturna falando um pouco deste álbum e lembrando alguns momentos da sua
carreira.
Olá Roger! Obrigado pela
disponibilidade! Estás de regresso com um novo álbum a solo, já o terceiro,
intitulado Guitar Madness… And Other
Nice Songs. Como vês a tua evolução como
guitarrista e compositor desde o teu primeiro álbum?
Antes de mais, gostaria de te
agradecer por me entrevistares. É a minha primeira entrevista para Portugal, o
que é bom. Pessoalmente sinto que tenho evoluído tanto como um guitarrista como
compositor, até talvez mais como compositor, na verdade. A minha música é mais
progressiva que nos meus álbuns anteriores, mas ao mesmo tempo incorporei 5
músicas acústicas que, na minha opinião, dão uma maior flexibilidade e
perfeição ao álbum. Estou muito satisfeito com o resultado.
Exatamente, oito canções
elétricas e cinco acústicas. Qual foi a tua intenção ao fazeres este tipo de
mistura?
Tentei que o álbum ficasse mais
audível. A minha música é de um género muito estreito, e foi uma tentativa de fazer um álbum mais amplo para
mais pessoas gostarem.
E, também, uma música com
vocais num estilo completamente diferente. Qual foi o objetivo da inclusão
desta música?
É um pouco de tradição, por assim
dizer. Tenho sempre uma música mais "comercial" com vocais em cada álbum
a solo. Na Noruega, temos bastantes estações de rádio locais e é uma maneira de
obter airplay. Penso porém, que esse
tema pode trazer mais interesse para o álbum. Não sei será verdade, mas é a
minha teoria.
Podemos ver aqui um possível
caminho futuro para seguir?
Johannes (o vocalista) e eu
discutimos uma maior cooperação em relação à música AOR. Ambos adoramos esse estilo de música, mas nada está definido. Ele
tem a sua carreira e eu tenho a minha, portanto, vamos ver se em algum momento
no futuro, poderá haver uma abertura para esse tipo de coisa.
Consideras-te um verdadeiro
guitar-hero?
Não, não me considero como um guitar-hero. Sou um músico que toca
muito bem guitarra e que gosta de tocar guitarra. Sempre que posso acaricio e
toco guitarra. É uma espécie de "história de amor" para mim. É
lisonjeiro que possam pensar em mim como um guitar-hero
e humildemente também aprecio esse tipo de atenção.
Como guitarrista quais são
os guitarristas que mais admiras?
Quando tinha 13 anos ouvi a As Above So Below de Yngwie Malmsteen do
seu primeiro álbum a solo Rising Force,
e explodiu totalmente a minha mente. Esta foi uma experiência sensacional!
Depois disso ouvi Allan Holdsworth, Frank Gambale e Bireli Lagrene. Também tiveram
impacto em mim.
Mas também tiveste uma
experiência numa banda de jazz. Como foi essa experiência? Trazes alguma coisa do jazz para o teu atual método de composição?
Adorei ter estado numa banda de jazz! Tocamos em alguns festivais e fizemos
bastantes concertos, mas já foi há alguns anos atrás. Não tenho tocado muito jazz desde que o rock chegou e me prendeu!
Lendo a tua sua biografia encontrei
uma curiosidade: no outono de 2005 estiveste num evento chamado So va ka då da - por favor.
Que evento foi esse que tinha uma expressão Portuguesa?
(risos). Como guitarrista toco em
bastantes trabalhos e estilos diferentes. Na Noruega, são bastante populares os
espetáculos locais que utilizam música e humor- chamamos isso de revue. O evento a que te referes foi um
espetáculo desse tipo. Se eu tentar traduzir será algo como "Então, por
favor". Esgotou os dez espetáculos (7000 pessoas) há alguns anos atrás.
De regresso a este novo
álbum, como tem sido o feedback? É o que esperavas?
O meu novo álbum excedeu todas as
minhas expetativas. Não vendi muitas cópias, mas quem o faz atualmente? Tem
havido bastante streaming a partir do
Spotify e iTunes. O melhor de tudo é que tive uma resposta fantástica ao meu
álbum. Todos os comentários que recebi foram incríveis. Faz-me muito sensibilizado
e orgulhoso.
Obrigado Roger! Queres
acrescentar mais alguma coisa?
Obrigado pelo teu interesse. Adorei a
tua review a Guitar Madness… And Other Nice Songs e fez-me sentir lisonjeado e
orgulhoso. Nunca estive em Portugal antes, de modo que é uma meta a alcançar. Tudo
de bom, desde a Noruega!
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