Entrevista: 7HY


Alan Kelly é conhecido pelo seu trabalho na bateria dos Shy mas com o seu novo projeto 7HY (Seven Hard Years) já vai no seu segundo álbum, depois de No Place In Heaven (2014). Dois anos depois, há ainda muitas histórias por contar e por isso fomos falar com o britânico.

Olá Alan! Quando começa este teu novo projeto 7HY?
Olá Pedro, 7HY começou por volta de 2012/13. Sempre escrevi músicas e letras enquanto estava na Shy e continuei a fazê-lo depois. Tinha uma coleção de canções construídas, pelo que decidi que estava na altura de tentar fazer algo com elas. Entrei em contato com Shawn para ver se o convencia a fazer alguns vocais para mim.

Naturalmente, não quererás ser comparado aos Shy, por isso pedia-te para indicares em que aspetos 7HY é diferente da tua anterior banda?
Diria que 7HY é melodia misturada com hard rock. Inicialmente procurava agradar aos fãs dos Shy, mas meus gostos mudaram e estão um pouco mais pesados nos dias de hoje, embora ainda goste do aspeto melódico. Também gosto de uma boa malha de sólido metal. Particularmente gosto de Avenged Sevenfold, portanto, a minha faixa musical ampliou-se e espero que a minha base de fãs também.

Neste álbum assumes todos os instrumentos. Foi uma opção ou uma necessidade?
Aprendi a tocar guitarra há alguns anos e isso habilitou-me a expandir a minha escrita, já que não tinha que depender dos outros para tocar partes e depois ter de colocar a sua interpretação no que já lá estava. Tornou-se fácil para mim escrever canções completas com bateria, baixo, guitarras, vocais e backing vocals. Descobri que poderia executar a maioria dos instrumentos, exceto os vocais, apesar de ter uma voz decente para backing vocals. Como vocalista principal não sou suficientemente bom para me destacar, pelo que Shawn era a pessoa ideal para o que eu procurava.

Precisamente, só precisaste de um vocalista. Como escolheste o Shawn Pelata?
Shawn e eu entramos em contato através do Myspace, ele conhecia-me dos Shy e gostei de algumas das canções que ele colocou na sua página e pensei que o seu estilo encaixaria muito bem nas minhas canções. Tinha um bom registo, algo áspero e não era nenhuma prima donna arrogante. Demo-nos muito bem, portanto era o candidato ideal para o projeto 7HY.

Também tiveste alguns convidados para os solos e algumas partes de baixo. Como se proporcionou esses contactos?
Assim que cheguei à fase de ser capaz de lançar um CD pensei que se ia competir com o que estava lá fora, precisava do “meu jogo". Estava feliz porque as músicas eram suficientemente boas, mas senti que, em particular, os meus solos de guitarra, poderiam ser melhorados num detalhe ou outro. Contei com a ajuda de alguns guitarristas solo muito talentosos que já conhecia ou tinha acabado de conhecer pelas redes sociais, e também alguns baixistas talentosos para que se sentisse um genuíno executante. Simplesmente perguntei-lhes se gostariam de tocar numa faixa ou outra e foi assim.

Focando-nos agora em Stories We Tell, como descreverias este álbum?
Eu queria que fosse mais pesado do que o primeiro álbum e tinha as canções que iria atingir esse objetivo como I’ll Survive ou Church, mas quando comecei a juntar todos os pedaços, comecei a pensar que talvez estivesse demasiado inclinado para o lado mais pesado e que deveria equilibrar isso com algumas músicas mais comerciais. Foi quando adicionei músicas como Broken Man e Sweet Sensation. Gosto bastante do facto de poder fazer uma faixa muito pesada e uma outra mais calma no mesmo álbum. Se soa bem, vamos fazê-lo!

E que tipo de histórias queres contar nesta coleção de músicas?
O tema varia de música para música e inspirei-me em experiências de vida, as coisas que vejo, as pessoas que encontro. Tento colocar isso com uma boa melodia e um refrão cativante, sempre que possível.

Queres falar um pouco da tua experiência de gravação?
A música vem em primeiro lugar, geralmente um riff de guitarra, depois rapidamente vem o resto. Às vezes acordo no meio da noite com um coro vocal na minha cabeça e tenho que me levantar e anotá-lo, para não me esquecer e, no dia seguinte, construir a música. Mas isso é raro.

E a partir de agora? O que pensas poder atingir com os 7HY?
Espero que seja mais do que um projeto de estúdio. Gostaria de fazer alguns espetáculos. Falo a sério! Não há falta de pessoas dispostas a participar, mas longe vão os dias em que simplesmente punhas tudo na traseira de uma carrinha e ias pela estrada. Se pensarmos que poderá haver uma grande audiência e as finanças não são problema, poderíamos facilmente ser persuadidos!

Obrigado Alan, queres acrescentar mais alguma coisa?
Esta é uma grande coleção de músicas da qual estou orgulhoso. Há contribuições musicais fantásticas de todos os meus convidados e voz de Shawn fornece o polimento e a suavidade ao nível do que melhor se faz aí fora. A mistura e masterização também são fantásticas, cortesia de Andrew Chick que deu a este álbum alguns abanões. Se gostam de hard rock melódico, então o álbum vai assentar bem na vossa coleção. 

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