Os Riders On
Chase são uma banda da zona de Coimbra, nascida no início deste ano e
praticante de uma sonoridade que pode ser apelidada de stoner/grunge. O primeiro EP de 4 temas intitulado The Hero teve edição recente por parte
da Cogwheel Records, estando nesta altura a banda em fase criação de novos
temas para apresentar numa tour
nacional. O vocalista/guitarrista Alex Bessa foi o porta-voz deste trio nesta
conversa.
Olá Alex! Como surgem os Riders On Chase? O que vos
motivou a erguerem este projeto?
Os Riders on Chase surgiram de uma forma não
premeditada, sem existir qualquer plano de virmos a formar este projeto
musical. Foi tudo muito casual, onde inicialmente eu e o Gonçalo já tínhamos
alguns temas compostos na sala de ensaios, ainda numa fase muito embrionária.
Os primeiros temas estavam criados sem o acompanhamento do baixo, mas parecia
que faltava algo para complementar a sonoridade desejada. Ouve um dia que
decidimos convidar alguns amigos, que já tinham realizado algumas free sessions, para executarem a parte
do baixo, mas ficou tudo por ali. Ninguém tinha a possibilidade de criar uma
espécie de comprometimento, com a regularidade dos ensaios. Passou algum tempo,
até que o Gonçalo encontra o Luís num bar e o convida a ir assistir a um
ensaio. Quando estávamos a ensaiar, rapidamente o Luís pega no antigo baixo colocado
à disposição do pessoal e começa a improvisar. Logo a sonoridade pretendida
começa a dar os seus contornos e o Luís acaba por aceitar o desafio de se
inteirar dos tons graves do que se viria a tornar os Riders on Chase.
Qual era o vosso background musical antes
de iniciarem esta caminhada?
Bem… Da minha parte, já passei por algumas bandas underground ligadas mais ao Indy Rock, experimental e étnico, mas
inicialmente tive um bom tempo ligado à cena de metal. O Gonçalo praticamente passou pelo mesmo trajeto que eu
passei ao logo do caminho musical, onde as suas raízes ao metal persistiram por mais tempo. Pode não parecer mas aquele tipo
nos ensaios quando por vezes começa na paródia com o seu bom humor, torna-se
uma besta mecanizada a executar intensidades rítmicas sincopadas de metal extremo, (risos). Por sua vez o background do Luís passou por alguns
projetos musicais, dentro da onda de Mastodon e Queen of the Stone Age.
Algum significado para um nome como Riders On
Chase?
Ouve um período que andávamos obcecados por encontrar
um nome que se ajustasse à imagem da banda, mas nada surtia de especial, mesmo
com o jogo típico de troca de palavras. Decidimos então cada um de nós criar
uma lista e apresentar as sugestões. Nessa fase já havia alguns nomes que se
podiam aproveitar, mas faltava o significado. Foi quando o Luís teve a ideia
porque também adora o universo do desporto motorizado, em associar alguma coisa
com rodas, na procura constante das emoções humanas. E dessa forma se criou o
fogo (risos).
Quais as vossas principais influências?
Estaríamos uma tarde inteira e não iria chegar com
certeza. Muitas mesmo! Fica para quem ouvir o nosso som as decifrar.
Como estão a vivenciar esta experiência do
lançamento do primeiro EP?
É como uma espécie de primeiro filho, que seguramente
vai ficar marcado por muito tempo na nossa mente. O mais importante nesta fase
é expormos o nosso trabalho, no maior número possível de locais em todo o país.
Como surge a Cogwheel no vosso caminho?
Foi através de uns amigos da nossa zona que agora tem
uma nova banda, (OCRE), que nos informaram que existia uma Editora com um
conceito empreendedor, em procurar encontrar opções num mercado onde toda a
gente se mata para ter um lugar ao sol (risos).
Falem-me do processo de composição. Como funciona
nos ROC?
É muito simples. Basicamente cada um nós tenta vir o
máximo inspirado e liberta os seus fragmentos emocionais por forma acharmos uma
base sólida, para o que estamos a fazer. Toda a composição passa sobretudo pelo
contributo de cada elemento da banda, de maneira a enriquecer a composição dos
temas e deixar a sua pegada musical bem marcada no sonoro.
E quanto ao processo de gravação? Como foi essa
experiência?
Sem palavras mesmo. O Duarte Feliciano foi das pessoas
mais acessíveis com que trabalhei. Parece mesmo que estás em tua casa no teu
conforto apenas na tua introspeção musical. Quando sentimos essa liberdade
mental e física, todo o resto fluiu de uma forma natural quando estávamos a
gravar.
E quanto ao futuro? Até onde pensam poder chegar
com os Riders On Chase?
Bem. Até onde a linha do tempo nos permitir (risos).
Nada dura para sempre, mas o mais importante é crescermos como músicos, mas acima
de tudo como pessoas. Os Riders on Chase ainda irão ter uma palavra a dar, no
panorama da música alternativa que se faz em Portugal. Vamos esperar que tudo
se concretize nesse sentido.
Obrigado, Alex! Queres acrescentar mais alguma
coisa?
Apenas o agradecimento ao programa Via Noctura, por
auxiliar na divulgação do EP e a todos as pessoas que tem o bom senso e gosto
de não ouvir sempre o mesmo quer nas radios
playlist, quer naquela cantiga típica de centro comercial.
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